Os movimentos liberais e pós-modernos, e não o povão, criaram a guerra cultural atual.
Não há bobagem maior do que o argumento dos movimentos pós-modernos de que os populares ”fiscalizam” o sexo alheio.
A sociedade brasileira é extremamente conservadora e zelosa de seus princípios morais. Mas sempre flexibilizou esses princípios no dia a dia.
Diferente do que alguns progressistas dizem, isso nada tem a ver com hipocrisia ou lassidão moral. É sabedoria pura e simples, capacidade intuitiva de discernir aquilo que está no plano do ideal e as situações concretas que se apresentam à convivência diária.
Desde que o norte esteja garantido, nas figuras do patriarcado, da família cristã e da honestidade — além de valores arcaicos de honra e patriotismo –, ninguém reclama demasiadamente do boteco e de outros supostos desvios.
O que não se pode atacar é o ‘norte’, as diretrizes morais consensuais.
Foram os pós-pós que colocaram a sexualidade e outros temas desse calibre no centro da vida política, com o intuito de modificar até o talo a perspectiva e os valores legitimamente aceitos. Eles criaram a guerra cultural atual — a serviço do imperialismo estadunidense, registre-se.
Os brasileiros conviveram numa boa com seios de fora no carnaval, fio dental na praia, cervejada em funeral, mulher de padre e o ”travesti da família brasileira”.
Mas dizer que o certo é o errado, e o errado é o certo está no terreno do inaceitável.