Agora que os tradicionalistas estão na pauta, é mister que se esclareça que não há necessariamente unidade de ação entre os que possam ter sido influenciados por autores Tradicionalistas, ao contrário do que afirmam Teitelbaum e Sedgwick, que ademais apregoam irresponsavelmente que há uma ”grande conspiração” que une tais agentes.
Imagine supor que todo mundo que tem influência de Rousseau, Descartes e Montesquieu tem também o mesmo projeto e posicionamento ideológico e político? Maluquice, não é? Pois imaginar que todos que tenham influência dos autores tradicionalistas comunguem das mesmas teorias e práxis políticas é pior ainda.
Eu já tratei disso meses atrás, mas será necessário bater cada vez mais nessa tecla. Jornalistas e acadêmicos descobriram que diversos agentes políticos influentes possuem leitura de autores tradicionalistas. E estão caindo no engodo, propagandeado por pseudo-especialistas como Teitelbaum e Sedgwick, de que há uma ”grande conspiração” que une todos esses agentes.
Os principais autores tradicionalistas lidaram com uma gama imensa de assuntos e tópicos, que vão da metafísica, religião comparada, simbologia a filosofia da História, práticas esotéricas e estudos de arte. Política sequer era um elemento importante para a maioria deles.
As gerações que estudaram a fundo esses autores foram então moldados por, digamos, uma mesma perspectiva, linguagem e cosmovisão, sem que ela fosse concordante em todos os temas e assuntos. E deram a esta abordagem as mais diversas aplicações, desenvolvimentos teóricas, e também visão teórica e política.
Não há qualquer unidade de ação entre eles. Muitas vezes há franca oposição, rivalidade e inimizade nos mais diversos campos — não somente o político.
Os pensadores moldados pelas teorias nascidas do Iluminismo estão assustados. Descobriram que há tradicionalistas em todo o canto. Mas como não entendem o que está acontecendo, caem em histórias da carochinha.
O Tradicionalismo cresce porque o tempo do Iluminismo está passando. A crise do paradigma das Luzes já está completando meio século entre intelectuais e acadêmicos. Mas agora transborda para outros campos.
Esse processo vai continuar, e não pode ser enfrentado na esfera da disputa eleitoral de curto prazo. Jornalistas que pensam que o tradicionalismo vai entrar em colapso porque Trump perdeu uma eleição — ou porque Bannon foi preso ou porque Olavo de Carvalho tem dívidas com Caetano Veloso etc. — não estão enxergando um palmo adiante do nariz.
Se Olavo de Carvalho tem dívidas com o babaca Caetan(x), seus leitores e amigos devem pagá-las, porra!!
Achei o texto interessante, mas fiquei curioso.
Quando vocês falam em “tradicionalistas”, a quais autores se referem?
Guenon, Evola e Dugin?
Ou tem mais gente que entra na classificação de “tradicionalista”?