Hoje, as Repúblicas de Donetsk e de Lugansk são apenas fagulhas da Nova Rússia que existiu em 2014 – quando o leste ucraniano, fundado sobre suas próprias forças, reagiu às investidas dos elementos pró-ocidentais em Kiev, durante o Golpe.
Zakharchenko foi um dos últimos símbolos da Primavera Russa. Todos os líderes milicianos, como a Motorola, Givi, Mozgovoi, Mamiev, tal como diversos intelectuais pacíficos – Oles Buzina e vários cossacos (como Dremov) – estão mortos.
Zakharchenko foi o representante desta primeira onda, sendo também seu último vestígio: o que é muito triste, porque o levante da Nova Rússia naufragou e não recebeu de nós o apoio que o povo esperava. Por conseguinte, eles – de Odessa a Kharkov – não foram capazes de resistir efetivamente à repressão vinda de Kiev (ainda que RPD e RPL tenham se mantido firmes em suas posições).
Alexander Zakharchenko foi o último símbolo de uma geração. E a História é constituída precisamente por tais símbolos, sendo esta a razão de sua morte configurar uma enorme perda simbólica. No entanto, falando francamente, não penso que sua morte mudará algo no status quo da República Popular de Donestk.