Recentemente, contrariando o senso que o órgão podre vem encaminhando no país, o STF julgou como constitucional o decreto 4.887/03, que regulamenta o procedimento para a identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação de terra das comunidades tradicionais quilombolas.
As comunidades quilombolas e, mormente, esta vitória da comunidade quilombola como um todo, são uma denúncia ontológica, viva, da situação em que se encontra o País, bem como aponta para a necessidade de se dar cabo a uma Revolução em nossa terra.
Essa denúncia viva (que são as comunidades tradicionais quilombolas) é total e cria um evidente potencial revolucionário pelos seguintes motivos:
(1) Elas são um símbolo da resistência de um povo que não aceitou a sua submissão a uma condição injusta e indigna de trabalho e configuração social. Este fato denuncia uma condição geral da Pátria e cria um potencial revolucionário. Mais diretamente, ligado à questão agrária do país (e todas as questões envolvidas) e, de forma mais geral e ampla, a condição do Brasil e seu lugar no mundo.
(2) O referido decreto reconhece e protege uma comunidade tradicional com todos os seus laços orgânicos (laços étnicos-raciais, históricos, geográficos, baseado numa ascendência comum), além de reconhecer e garantir a sua reprodução física, social e cultural. Este reconhecimento e proteção é uma pedra no sapato do capitalismo, pois, como propagador do globalismo (que pretende apagar as identidades, desassociar as pessoas de seus laços comunitários a fim de criar átomos facilmente aglutinados como massa num mercado global), a vitória quilombola é um anúncio da derrota do sistema iníquo. Evidente que esta vitória não veio desacompanhada de chiados de incômodo dos vermes que parasitam o País, e do séquito de imbecis que arregimentam. Não foi à toa que foi o DEM, um dos partidos da bancada ruralista, quem propôs a ação tentando derrotar os quilombolas. Mas, pela Graça de Deus, foram eles os derrotados. Quanto aos imbecis, sempre o mesmo “mimimi” de sempre : “Ter orgulho de sua ascendência é racismo”, “somos todos iguais”, “é todo mundo a mesma coisa”, e há quem tenha o disparate de falar em “privilégio”! Esse discurso pífio, besta, de falsa-igualdade visa somente criar uma máscara para que o inimigo nos domine. Fingimento não muda a realidade.
Apesar de seus esforços, eles foram derrotados. E nós ganhamos. E assim seguirá sendo. Primeiro os quilombolas, depois os povos originários, depois os gaúchos, os teuto-brasileiros, os suburbanos dos grandes centros, o campesinato de todo país, os ribeirinhos e todas as comunidades orgânicas da Pátria. Este potencial revolucionário se espalhará e se transformará em ato. E as bênçãos de Deus rogaremos para que esteja conosco na empreitada de uma Pátria Soberana, Livre e Socialista, nem que isso custe sangue.