Enquanto ouvimos os rumores e mais rumores de uma provável entrega da #Embraer para o controle do capital estrangeiro – entrega que tem sido eufemisticamente denominada nos termos de um “acordo” entre a empresa brasileira e a norte-americana Boeing, uma de suas principais concorrentes –, não enxergamos muitas dificuldades na equação geral da questão, no sentido do que é melhor para a saúde, a soberania, o progresso e o desenvolvimento nacional.
Sendo a Embraer uma empresa intrinsecamente atada a interesses estratégicos do Estado brasileiro, qualquer centímetro de controle, exercido sobre ela por parte de potências externas, é um mal em si mesmo, uma aberração do ponto de vista da realpolitik e um comportamento autofágico.
Porque, embora estejamos falando de uma das muitas estatais criminosamente privatizadas por governos entreguistas pretéritos, o Estado brasileiro ainda mantém um mecanismo de controle sobre a mesma: o chamado “golden share”, que possibilita que o governo federal tenha poder de veto sobre as decisões estratégicas da empresa – algo que o ministro da Fazenda da Junta Temer, Henrique Meirelles, um dos maiores entusiastas da Terapia de Choque neoliberal no Brasil, já se esforça para reverter, pois, de acordo com ele, não fica bem para o mercado o fato do Brasil possuir poder de mando sobre o que é genuinamente seu: esse é o tom da nossa tragédia nacional.
Assim, repetimos, a via a se seguir é muito simples: devolver a Embraer, em sua totalidade, para o povo brasileiro, para a Pátria brasileira.
Em meio ao cenário economicamente crítico, com uma desemprego flagelante e, necessariamente, estagnador, a alternativa mais promissora deveria estruturar-se em torno de um modelo de Estado fundamentado em suas próprias forças endógenas, fundamentado em si mesmo, prevendo uma nacionalização de emergência da Embraer (e de outras empresas) como via de escape da crise, com uma consequente ampliação do já formidável patrimônio técnico-científico acumulado para a geração de emprego e renda, para o estímulo do mercado interno e para a retomada da industrialização do país dentro de uma perspectiva de defesa nacional – forjando infraestruturas de ponta, capazes de gerar patrimônios de longo prazo para a economia nacional.
Se o capital parasitário quer tomar o que é nosso, nossa resposta deve (ou ao menos deveria) ser enquadrar seus tentáculos em nossa Pátria com mão de ferro, seguindo caminho inverso, que não é outro senão o caminho do próprio desenvolvimento.