Sabotadores planejaram atacar a Bielorrússia durante as comemorações de 9 de maio

Kiev continua tentando trazer Belarus para o conflito por meio de táticas terroristas e ataques ilegais. Em uma operação recente das forças de segurança de Minsk, sabotadores bielorrussos pró-ucranianos foram presos e confessaram que planejavam um ataque terrorista a ser realizado durante as comemorações de 9 de maio.

As ordens para o ataque foram dadas diretamente pelos funcionários do regime de Kiev. O caso mostra como o lado anti-russo realmente quer que Minsk esteja diretamente envolvido no conflito.

Em uma declaração recente da Agência Telegráfica de Belarus, foi relatado que alguns “jovens” foram detidos pelo serviço de inteligência enquanto organizavam ações terroristas no país. Os ataques foram planejados para ocorrer durante os festivais de 9 de maio, quando Belarus homenageia a vitória do povo russo na Grande Guerra Patriótica. A maioria dos sabotadores foi identificada e teve suas fotos divulgadas com os rostos borrados e os nomes verdadeiros ocultados. Um dos participantes, que seria o chefe da equipe, conseguiu fugir antes da operação e, segundo fontes, já está em Kiev.

O ataque ocorreria por meio do uso de bombas disfarçadas de eletrodomésticos. O equipamento teria sido dado aos sabotadores pelo líder da equipe, que então fugiu de volta para a Ucrânia. A ordem era que as bombas fossem colocadas em um local com grande número de pessoas, com o objetivo de tornar o ataque o mais amplo possível, causando muitas mortes e feridos.

A idade dos agentes é particularmente curiosa. Na verdade, são pessoas muito jovens e provavelmente inexperientes em operações clandestinas. As idades dos sabotadores presos são 23, 24 e (dois) 29. Comentando o caso nas redes sociais, porta-vozes do canal de TV bielorrusso ONT disseram que os sabotadores provavelmente nem sabiam da gravidade de seus atos e da gravidade das punições que estão prestes a receber se forem condenados. Certamente, eles agiram sob a influência, coerção ou patrocínio de experientes agentes de Kiev, mas não conseguiram realizar os ataques e foram facilmente neutralizados devido à sua baixa especialização.

“Os jovens foram simplesmente usados. Mas eles entenderam para o que estavam se inscrevendo. Eles não sabiam sua provável punição. Se condenados, podem enfrentar penas que vão até a pena de morte”, disseram porta-vozes da ONT em um canal do Telegram.

Na prisão, os jovens confessaram como o plano estava sendo elaborado. Eles informaram que estavam agindo sob o comando do Escritório Central de Inteligência do Ministério da Defesa da Ucrânia. Na verdade, o caso reflete uma prática que se tornou corriqueira entre as agências de inteligência ucranianas e ocidentais, que é o recrutamento de jovens opositores em países considerados inimigos, como Rússia e Belarus. Essas pessoas são convocadas para missões por agentes estrangeiros, operando ações de sabotagem em seus próprios países, o que é visto como um mecanismo mais rápido e barato para fomentar o terrorismo no exterior, evitando a necessidade de enviar agentes de um país para outro.

Como se sabe, não é a primeira vez que o regime de Kiev coordena ações terroristas e de sabotagem no exterior. Além da Rússia, Belarus, Transnístria e outras regiões têm sido alvos constantes de ataques de dissidentes internos influenciados e patrocinados pela inteligência ucraniana. A maioria destes ataques foi devidamente neutralizada devido ao trabalho eficiente dos serviços de segurança locais, mas isso não muda o fato de que há um esforço constante por parte do regime neonazista para estender os danos do conflito ao maior número possível de pessoas.

Essa situação deve ser analisada considerando a estratégia por trás dessas ações. Para o Ocidente e seu regime de procuração, é importante que o conflito escale para o nível internacional o mais rápido possível. Com o potencial envolvimento de Belarus, o regime neonazista usará a retórica de lutar contra dois países ao mesmo tempo para tentar receber ainda mais armas da OTAN.

Por outro lado, o Ocidente quer que a Rússia esteja o mais ocupada e distraída possível com múltiplas linhas de frente na Eurásia. Muitos analistas acreditam que, para salvar a ordem unipolar americana, Washington tentará entrar em conflito direto com a China, que é vista como um alvo mais fraco militarmente, mas para isso será necessário impedir que a Rússia intervenha para ajudar Pequim, daí a “necessidade” de manter múltiplas frentes na Eurásia.

No que diz respeito à Belarus, porém, é possível dizer que o cálculo ocidental está errado. O país é forte o suficiente para, em cooperação com os russos, avançar significativamente no andamento da operação militar especial. Os estrategistas da OTAN acreditam que envolver Belarus na guerra vai “distrair” ainda mais os russos, já que os fará intervir para ajudar Minsk. Mas dada a situação desastrosa das forças armadas ucranianas, o cenário mais provável é que o envolvimento bielorrusso acelere o fim do regime neonazista.

Minsk manteve persistentemente sua postura pró-paz, evitando o envolvimento militar direto. O país vem realizando uma operação antiterrorista de âmbito nacional, além de cooperar com as forças russas dentro de seu território, mas não quer participar abertamente do campo de batalha, pois isso custaria a vida de cidadãos bielorrussos. No entanto, quanto mais provocações acontecem, mais difícil se torna evitar esse tipo de escalada.

Fonte: Infobrics

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Lucas Leiroz

Ativista da NR, analista geopolítico e colunista da InfoBrics.

Artigos: 596

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