O especialista em Serviços de Inteligência Douglas Valentine, autor do livro The Phoenix Program (1990), acredita que a CIA está por trás do assassinato por carro-bomba de Daria Dugina, jornalista e filha do renomado intelectual russo Alexandre Dugin.
Por Jeremy Kuzmarov
O especialista Douglas Valentine, autor do livro seminal The Phoenix Program (1990), acredita que a CIA está por trás do assassinato por carro-bomba de Daria Dugina, jornalista e filha do renomado intelectual russo Alexandre Dugin.
Daria foi morta na noite de sábado, quando uma bomba explodiu o Toyota Land Cruiser que dirigia em Moscou. Ela era o alvo junto de seu pai, cuja defesa de uma União Eurasiática influenciou o pensamento de Vladimir Putin e membros de seu círculo interno.
Os Serviços de Segurança Federais da Rússia (FSB) culparam os serviços de inteligência ucranianos pelo assassinato, especificando que o ataque foi realizado por uma mulher chamada Natalya Vovk (AKA Natalya Shaban), membro do Batalhão Azov, junto de seu irmão que chegou à Rússia no último mês com sua filha adolescente.
Vovk, que supostamente alugou um apartamento nas redondezas e investigava a rotina de Daria, esteve no evento “Tradição” de que Dugin e a filha participaram, e depois de implantar a bomba no carro na ocasião, fugiu para a Estônia via Pskov.
De acordo com Douglas Valentine, “Zelensky não vai ao banheiro sem pedir permissão ao seu agente da CIA. Dez bilhões de dólares vêm com muitas amarras. A CIA estaria intimamente envolvida no recrutamento da assassina, planejando cada passo, incluindo a fuga. Este é apenas o procedimento operacional padrão.”
Valentine admite, é claro, que não há evidências diretas para acusar a CIA, mas “operações clandestinas ocorrem por definição sem que ninguém saiba que aconteceram”. Valentine disse ainda ao CAM que “a CIA não realiza uma operação secreta dessas proporções, a menos que possam não ser responsabilizados e valha o risco. Isso é sabido. Então, raramente há qualquer evidência.”
Poucos dias antes do assassinato de Dugina, o The New York Times publicou um artigo de primeira página sobre guerrilheiros ucranianos, que admitiram abertamente ter usado carros-bomba contra policiais e políticos pró-russos por trás das linhas russas.
Os Serviços Especiais da Ucrânia (SBU) também são conhecidos por terem estabelecido um programa de sequestro e assassinato no estilo Phoenix visando dissidentes, incluindo prefeitos e funcionários do governo local considerados simpáticos à Rússia.
Vasily Prozorov, um ex-oficial da SBU, proclamou que a SBU vem sendo instruída pela CIA desde 2014. “Os funcionários da CIA [que estão presentes em Kyiv desde 2014] estão residindo em apartamentos clandestinos e casas suburbanas”, disse ele. “No entanto, eles frequentemente vêm ao escritório central da SBU para realizar, por exemplo, reuniões específicas ou planejar operações secretas.”
Valentine disse ao CAM em abril que a CIA “está aplicando a mesma estrutura organizacional na Ucrânia que usou no Vietnã do Sul para conduzir uma versão atualizada do típico programa Phoenix de ‘dois níveis’. O nível superior é garantir o controle político, o nível inferior é pacificar a população.”
Valentine continua:
Os oficiais de inteligência estrangeira da CIA aconselham o serviço de segurança da SBU a garantir a segurança interna e o controle político de ‘nível superior’; e agentes ucranianos da CIA operam no Donbass, Rússia e Bielorrússia, enviando viajantes ilegais, contrabandistas e agentes para montar redes de agentes e penetrar o inimigo em seu território, [e conduzir] sabotagem e subversão. SBU e a CIA ucraniana são onde as listas de alvos são criadas. Oficiais da CIA aconselham militares, milícias e mercenários em operações políticas, paramilitares e psicológicas para aterrorizar e persuadir a população civil a apoiar Zelensky enquanto desmoraliza e combate o inimigo.
Como no Vietnã, alguns dos agentes da CIA podem estar operando sob a cobertura de programas de treinamento policial administrados pelo Departamento de Estado Estadunidense que foram instituídos na Ucrânia após o golpe de Maidan em 2014. Outros foram designados para unidades paramilitares especializadas que lutam no leste da Ucrânia.
Valentine afirmou que “o programa Phoenix original foi responsável pelo assassinato planejado de 25.000 a 40.000 pessoas no Vietnã do Sul. Baseado no modelo organizacional do programa Phoenix, o assassinato tornou-se um componente padronizado das operações militares e da CIA. Desde então, foi aperfeiçoado, como evidenciado pelo assassinato de Daria Dugina e dezenas de outros exemplos da América Central ao Irã, da África ao Extremo Oriente.”
A CIA, acrescentou Valentine, está “sempre encontrando uma razão para começar uma guerra, para que possam enviar a próxima geração de jovens para a batalha, para aprender a matar pessoas da maneira mais brutal – isso é Phoenix, sempre renascendo das cinzas da guerra.”
Fonte: CovertAction Magazine