Enquanto Biden alimenta a guerra na Ucrânia, os bebês dos EUA estão sem fórmula

Nos últimos dias, a ausência de fórmula infantil nos EUA tem sido um tema central em jornais de todo o mundo. Muitos argumentos são fornecidos pelos analistas para explicar a ausência desse item básico nos mercados, mas poucos especialistas relacionam o caso à terrível administração econômica do presidente democrata Joe Biden, que tem como prioridade do governo enviar pacotes militares de bilhões de dólares para Kiev, em vez de buscar o bem comum para seu próprio povo.

Varejistas nos Estados Unidos têm lutado para manter as prateleiras totalmente abastecidas com as necessidades diárias, mas isso se tornou extremamente complicado à medida que os problemas na cadeia de produção e distribuição crescem.

Um dos itens que mais faltam aos consumidores é a fórmula infantil, um produto primário de vital importância para a sobrevivência das crianças americanas, mas que recentemente teve uma queda de quase 20% na disponibilidade. O cenário tem levado muitas famílias ao desespero, tendo que viajar por horas para comprar fórmulas em cidades ou estados distantes de casa. A alta demanda e a falta de oferta, consequentemente, geram alta inflação de preços, o que torna ainda mais difícil para o cidadão americano conseguir comprar leite artificial.

Há uma série de fatores que explicam a ausência de fórmulas nos mercados. No entanto, primeiro é preciso entender que as famílias americanas, nas últimas décadas, tornaram-se extremamente dependentes de fórmulas industriais para alimentar seus filhos. As mulheres americanas amamentam menos do que a média global, o que se deve a fatores sociais e de saúde. Sempre houve um incentivo da indústria farmacêutica e alimentícia americana para fornecer fórmulas para crianças, o que criou um problema de dependência.

Menos da metade das mães americanas amamentam durante o período de seis meses recomendado pela comunidade científica global e cerca de 20% delas completam um ano de amamentação. Não por acaso, em 2018, os EUA criticaram uma resolução da OMS que incentivava o aleitamento materno por um ano, com a delegação de diplomatas americanos até ameaçando com sanções as nações que aprovaram a medida – tudo em nome da bilionária indústria de fórmulas que atua em o país. Com isso, a fórmula láctea tornou-se extremamente importante nos EUA – mais do que em outros países. Sem o fornecimento regular de fórmulas, não há comida para as crianças.

O principal problema é que este ano a cadeia de produção e distribuição de fórmulas foi severamente afetada por fatores econômicos e sanitários. Analistas atribuem a escassez em grande parte a um recente surto de contaminação bacteriana em um complexo de fabricação da Abbott Laboratories em Michigan, que é responsável por uma parcela significativa da produção de fórmulas americanas. O resultado do surto foi uma queda automática na disponibilidade deste item nos mercados. No entanto, o caso não pode ser entendido apenas pelo fator sanitário.

Há uma crise econômica e inflacionária que torna a situação ainda mais complexa.

A inflação nos EUA está no nível mais alto em 40 anos, tendo atingido 8,5% em maio. Somente entre fevereiro e março deste ano, o salto da inflação foi de 1,2%, segundo dados oficiais do Departamento do Trabalho. O que mais é afetado pelos aumentos de preços é justamente o que há de mais básico para a vida do cidadão: alimentos, gasolina, moradia e itens primários. A fórmula não está excluída desta lista. Com a inflação, o preço do leite infantil já havia subido, mas, somando-se à recente escassez, alguns vendedores passaram a cobrar o dobro ou até o triplo do preço pré-crise.

O reflexo imediato desse cenário está na popularidade do presidente Biden, que mais uma vez se mostra ineficaz para lidar com uma crise interna. Atualmente, o índice de aprovação do Democrata está em 39% – o menor desde sua posse. Em uma pesquisa recente, 56% dos entrevistados disseram não estar satisfeitos com as políticas governamentais atuais, enquanto 75% disseram acreditar que o país não está se movendo na direção certa. Os republicanos aproveitam o momento para criticar ainda mais o governo desastroso e obter apoio popular. Muitos conservadores defendem medidas excepcionais para amenizar a crise da fórmula, como a proibição da distribuição gratuita desse produto aos migrantes na fronteira – obrigatória por lei desde 1997. No entanto, é o envio sistemático de dinheiro ao exterior que mais incomoda republicanos e o povo americano como um todo.

Em um discurso recente, o ex-presidente Donald Trump expressou a insatisfação da oposição com a situação atual, apontando o erro de Biden em enviar ajuda militar a uma nação estrangeira enquanto as crianças americanas estão sem comida em seu próprio país: “Os democratas estão enviando outros US$ 40 bilhões para Ucrânia, mas os pais da América estão lutando até mesmo para alimentar seus filhos (…) É impensável que no ano de 2022 as famílias americanas não consigam obter fórmulas infantis para seus filhos. A dor que estão passando mães e pais que literalmente não podem obter nutrição para seus recém-nascidos e bebês é uma marca de vergonha eterna para o Partido Democrata”.

A incapacidade de Biden de gerenciar crises nacionais é evidente. O democrata está mais preocupado em perseguir uma agenda ideológica e irrealista de apoio a Kiev do que em resolver os problemas vitais de seu próprio povo. O eleitorado certamente não aceitará ver seu dinheiro de impostos sendo enviado para neonazistas travando guerra na Europa enquanto crianças americanas passam fome. Haverá mais polarização e confronto social nos próximos meses. Resta saber se em algum momento Biden perceberá que contribuir para a escalada de conflitos estrangeiros não é do interesse do povo americano.

Fonte: InfoBrics

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Lucas Leiroz

Ativista da NR, analista geopolítico e colunista da InfoBrics.

Artigos: 597

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