Em ato muito desonesto, a Globo News exibiu em legenda que “brasileiro que lutou com separatistas pró-Rússia está atualmente preso em SP por tráfico”.
Obviamente, não foi comentado que Rafael Lusvarghi, Legionário na França, ex-PM, veterano de guerra e ex-noviço monástico, foi preso ilegalmente, num sequestro estatal de Kiev, combinado com a inteligência britânica, em violação à cláusula de anistia mútua dos lados prevista nos Acordos de Minsk.
Igualmente, não foi dito que Lusvarghi foi arrastado à força para fora de um monastério ortodoxo, onde vivia e desempenhava suas obediências eclesiásticas, sendo espancado publicamente por milicianos armados vestidos com uniformes neonazistas em transmissão por live via Facebook.
Também não foi comentado que Lusvarghi foi comprovadamente torturado na cadeia, como é típico do sistema penitenciário desumano da Ucrânia.
Agora, se, após sua libertação em uma troca de prisioneiros, Lusvarghi retornou ao Brasil e, tendo caído em situação de precariedade econômica e vulnerabilidade social, se envolveu em atividades criminosas, pouca importa. Está devidamente preso aguardando julgamento. Isso realmente implica em algo na crise ucraniana?
O fato de um cidadão brasileiro que lutou no Donbass estar sendo acusado de tráfico de drogas significa algo de relevante na guerra na Europa Oriental? O que a Globo News quis dizer com essa exibição? Que os separatistas são análogos a traficantes? Não seria, além de um sensacionalismo imbecil, uma pura expressão de preconceito social?
Acho que o progressismo midiático tem limites claros.