Não obstante o imenso peso da matriz étnico-social ameríndia na nossa constituição, o processo que levou à formação do país se inicia com a chegada dos portugueses.
Quem acompanha meu perfil sabe que defendo as causas indígenas e os direitos dos povos originários.
E que abomino proselitistas que atacam a cultura das tribos, especialmente as isoladas, sejam missionários cristãos ou fiéis do “deus progresso dos últimos dias” [que desejam “ensinar” os dez mandamentos do feminismo, da agenda LGBTZQ e da ideologia de gênero].
Mas é burrice imensa — burrice mesmo — imaginar que existia um Brasil antes de Cabral.
O peso da matriz étnico-social ameríndia é imenso na nossa constituição — como ensinam Capistrano de Abreu, Darcy Ribeiro e outros. Mas o processo que levou à formação do país se inicia com a chegada dos portugueses.
Os encontros entre portugueses e indígenas tampouco podem ser reduzidos à violência e opressão. Nem mesmo à conquista.
Houve alianças, comércio, parcerias, miscigenação e líderes comuns [com cultura luso-tupi ou brasilíndia] ANTES MESMO da elaboração e execução de um projeto colonial.
Caramuru e João Ramalho foram líderes luso-tupis, em torno dos quais se constituíram alianças de dezenas de aldeias, antes mesmo do Governo Geral.
Os indígenas não podem ser reduzidos a “vítimas”. Arariboia lutou ao lado de Estácio de Sá e ganhou sesmaria e status nobiliárquico.
A formação dos primeiros núcleos brasileiros, as Ilhas-Brasil, foi levada a efeito por mestiços de portugueses e tupis, com uma cultura mesclada, e pequena vigilância ou atuação direta da Coroa.
Essa é a origem do Brasil.
O resto é invenção ideológica e delirante.