O Olavismo finalmente se une à Esquerda Liberal para atacar a Nova Resistência

Quem nos conhece sabe que repetimos exaustivamente a tese de que o liberalismo é hoje o pensamento hegemônico no mundo. Esse liberalismo possui diversas matizes e tonalidades, incontáveis vertentes e variações, mas diante do antiliberalismo radical, todas essas expressões do liberalismo se solidarizam para eliminar a única oposição fundamental à sua cosmovisão.

Em relação a isso, portanto, os ataques contra a Nova Resistência são bastante didáticos em sua capacidade de comprovar, sem que precisemos fazer qualquer esforço, essa nossa tese. Não deixamos de ficar surpresos, porém, quando as aparentemente mais radicais das contradições formais da política burguesa se dissolvem diante da contradição fundamental, ao ponto de os olavetes mais fanáticos se apoiarem nos anarquistas mais bitolados contra nós.

Essa semana, por exemplo, o site da seita olavete Estudos Nacionais (que nada tem de nacionais), resolveu responder a uma matéria jornalística sobre a pantomima integralista, um pequeno punhado de gordinhos incels, adolescentes channers e aposentados, que apoiam Bolsonaro por causa de um anticomunismo neurótico, com uma matéria que pretende mostrar que “os verdadeiros neofascistas” da Nova Resistência se encontram à esquerda.

Evidentemente, o texto é todo um grande besteirol cheio de incongruências. Nos acusa, absurdamente, de fascismo (a prova de que o antifascismo neurótico e as acusações espúrias de fascismo não são mais monopólio da esquerda), diz que existe uma unidade fundamental entre “fascismo e comunismo” (aquela tese abobalhada de Karl Popper, mestre de George Soros) e que por isso nós nos “aproximamos da esquerda” (quando há, no máximo, uma dúzia de membros de nossa organização filiados em partidos, e quando o que há de interessante no PDT tem a ver com a sua herança nacionalista, e não com qualquer suposto “esquerdismo”).

As gafes são inúmeras e passaríamos dias aqui se quiséssemos refutar todas. O que dizer da maluquice de tentar associar a Legião Nacional-Trabalhista com a Quarta Teoria Política, com o PDT ou conjecturar que eles são alguma dissidência nossa? Como exatamente o autor do texto conseguiu misturar “magia do Caos”(?) com o resto do conteúdo? Como é possível confundir Itália Fascista com União Soviética? Bloco globalista russo-chinês? Metacapitalistas? Enfim, mentalidade de seita. Tudo isso só faz sentido para quem é da seita.

E qual é a principal fonte do site olavético Estudos Nacionais? É o site anarco-comunista El Coyote. O curioso é que os anarco-comunistas, por sua vez, recorreram a fontes neonazistas para atacar a Nova Resistência. Do neonazismo ao anarco-comunismo, do anarco-comunismo ao olavo-bolsonarismo, todos unidos, por exemplo, no apoio ao Maidan ucraniano, à revolução colorida em Hong Kong e no ódio à Nova Resistência.

O texto tem alguns méritos, porém.

Por exemplo, ele corretamente aponta que a Nova Resistência é mais atuante do que os integralistas. É verdade. Mas mais importante, o site reconhece o que também tem sido a nossa posição há anos: que o maior perigo para as forças hegemônicas liberais do Brasil é o empreendimento de tentar emplacar um candidato que cumpra a síntese preconizada por Alain Soral, de representar uma “esquerda do trabalho e direita dos valores”, ou seja, um “nacionalista de esquerda” ou um “socialista conservador”.

De fato, sabemos que Olavo de Carvalho morre de medo de que se consiga fazer isso no Brasil, porque sabe que no dia em que um político razoavelmente carismático assumir o papel de caudilho, de coronel, para erguer simultaneamente o estandarte da Fé e o estandarte da Justiça Social, ele e seus seguidores serão varridos como baratos e devolvidos ao esgoto.

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Raphael Machado

Advogado, ativista, tradutor, membro fundador e presidente da Nova Resistência. Um dos principais divulgadores do pensamento e obra de Alexander Dugin e de temas relacionados a Quarta Teoria Política no Brasil.

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