Nunca a situação do trabalhador brasileiro foi tão difícil. Com exceção de uns poucos, os que não estão desempregados trabalham como condenados para receber salários miseráveis. Esses salários miseráveis devem servir para surprir todas as suas necessidades, e até as necessidades de suas famílias.
Agora, expliquem-nos como um trabalhador que ganhe, com sorte, R$ 1.500,00 poderia sustentar um lar com a modesta quantidade de três pessoas? Provavelmente, tão somente o aluguel já levará mais da metade de seu salário mensal. A maior parte do resto irá para as concessionárias de energia elétrica.
Que serviços públicos de qualidade existem para compensar isso? Se o trabalhador brasileiro ainda pelo menos soubesse que pode contar com saúde e educação públicas de qualidade… Mas não. Na maioria dos estados brasileiros, recorrer ao SUS é pedir para morrer. E colocar os filhos em escolas públicas é garantia de perpetuação da pobreza.
O trabalhador brasileiro se encontra, então, na posição contraditória de possuir em suas mãos o potencial titânico da mobilização de forças primordiais para a geração de riqueza e de bem-estar social E ao mesmo tempo, tem seu rosto esmagado diariamente, vivendo dia após dia em ritmo de mera sobrevivência, para bancar as regalias de uma casta parasitária.
Seus pretensos defensores nos partidos de esquerda, porém, estão aproveitando a data para conspurcar o simbolismo do Primeiro de Maio. Todas as pautas, questões e causas caras ao trabalhador são ignoradas por organizações que estão transformando, este ano, tudo em palanque da doença lulista.
Promessas traídas, esperanças esmagadas, essa é a realidade atual do trabalhador brasileiro. No horizonte do futuro ele não vê outra coisa além da garantia de mais opressão, sob salários cada vez menores, para pagar por bens e serviços privados cada vez mais caros, tudo sob o jugo de uma casta parasitária cada vez mais rica.
Mas no trabalhador, ainda assim, apesar de tudo, residem energias capazes de conquistar e transformar o mundo. Basta que ele erga a cabeça. Basta que ele estenda a mão. Na sua consciência se encontra um campo de batalha. É necessária uma vanguarda, capaz de despertar as legiões de trabalhadores, para garantir que a sua Vontade os impele na direção correta, a direção da luta revolucionária pela libertação nacional.
Viva o Primeiro de Maio!