Estreou nos cinemas aqui do Brasil, no Dia das Crianças (e da Padroeira do Brasil), um filme liberado para maiores de 14 anos e que tem por público alvo adolescentes, chamado Como se Tornar o Pior Aluno da Escola. O filme, produzido e protagonizado pelo comediante Danilo Gentili, é baseado em livro do mesmo – livro que não é indicado a menores de 18 anos. Certamente, abaixar a classificação etária possibilita uma arrecadação maior ao filme, já que mais pessoas poderão assistir se a idade mínima for mais baixa.
Mas de que se trata o filme?
Entre outras coisas, ele contém uma cena polêmica (supostamente “cômica”) na qual um homem pede a meninos de colégio que o masturbem. Gentili, em entrevista, explicou porque acha a cena engraçada:
“Como foi convidar o Fabio Porchat para interpretar um pedófilo no filme?
DG: ‘Foi devagarinho, igual ele fez com as crianças (brincou). Primeiro que o Porchat é um ator, então, ele sabe que está fazendo um papel. É o mesmo que o cara que faz o Freddy Krueger falar ‘não, porque o Freddy Krueger é pedófilo e mata pessoas, não posso fazer, onde já se viu’. Tem uma cena de um filme chamado Uma Família do Bagulho que tem um policial, a principio o Porchat disse ‘put* mano, essa cena é meio pesada’ e eu falei ‘nada, cara, é divertido, olha aqui nesse filme’, e eu mandei, porque tem um policial que para um menino e também faz umas propostas assim. ‘É engraçado’ (disse o Porchat), então, disse, por que é engraçado lá e no nosso filme não pode ser?”
Esse tipo de lixo, copiado da indústria de entretenimento americana (que produz obras no estilo “American Pie” e outras “delicadezas” do gênero, repletas de escatologia e perversão), é a grande “vanguarda” trazida por Gentili, esse artista incompreendido, que, infelizmente, não seria bem digerida por esquerdistas politicamente corretos…
O jornalista Diego Barbas, entrevistou Gentili e criticou seu filme na Folha de São Paulo: por pressão do Gentili, que não gostou da crítica, e de seus fãs, Diego Barbas foi demitido do jornal.
Nós já comentamos e criticamos a performance de arte moderna com nudez masculina feita na presença imprópria de uma criança, que interagiu com o artista nu, tocando em seu corpo. Naquela ocasião, boa parte da esquerda liberal absurdamente defendeu com unhas e dentes que não havia nada de errado no acontecido (!), enquanto a mesma performance era atacada de forma até histérica pela direita. O que vemos agora é a mesma direita liberal-“conservadora” apoiando Danilo Gentili e seu lixo cinematográfico contendo piadas com pedofilia, sob o argumento de combater o “politicamente correto”.
Trata-se do mesmo Danilo Gentili que, em rede nacional, chamou uma mãe que doava seu leite materno a hospitais infantis de “vaca” e disse que ela “dava mais leite que o Kid Bengala” (famoso ator pornográfico), numa piada suja, relacionando leite materno com sêmen. Por conta disso, a mulher, que passou a sofrer chacota nas ruas, teve de se mudar de cidade. Por conta disso, Gentili foi condenado pela justiça a indenizar a mãe, mas entrou com recurso. Certamente, ele conta com advogados e dispõe de recursos financeiros para levar adiante uma pequena batalha jurídica.
É o mesmo Gentili que, em seu programa de humor, perguntou ao comediante Rafael Bastos se ele “comeria” a artista Wanessa Camargo que, à época, estava grávida – ao que Bastos respondeu que “comeria ela (sic) e o bebê”. Esse incidente também ensejou condenação por danos morais (curiosamente, nos exemplos citados, o humor de Gentili e seus colegas consiste em associar a dimensão infantil ou materna-infantil à sexualidade).
Gentili e seus fãs acham tudo isso muito engraçado.
Não são só “esquerdistas” e “politicamente corretos” que desprezam o tipo de lixo e de humor feito por pessoas como Gentili, e se indignam moralmente. São pessoas saudáveis, normais e a maior parte do povo e dos trabalhadores brasileiros, das mães e dos pais.
Não queremos nem precisamos de mais danilos gentilis vendendo esse tipo de lixo e nem crianças sendo expostas a performances artísticas decadentes de artistas cosmopolitas pequeno-burgueses. Não queremos nem precisamos da Rede Globo de Televisão. Não queremos nem precisamos da direita vendida, pau-mandado dos EUA, da direita “zoeira”, de youtubers afetados e comediantes escrotos, e nem tampouco da esquerda lacradora, cirandeira, pró-drogas e anti-família, anti-religião e, em última instância, anti-povo.
São dois lados da mesma moeda que devem ser ridicularizados, repudiados e combatidos.
Viva a cultura erudita e viva a cultura popular!