Existe uma narrativa internacional muito nociva de que o problema do narcotráfico é insolúvel, que a “Guerra às Drogas” não pode ser vencida e que a melhor maneira de lidar com ela é legalizando o consumo de drogas.
Evidentemente esta é uma narrativa falaciosa, e considerando o caráter internacional e coordenado desse discurso devemos inclusive nos questionar sobre quais são os interesses que se ocultam por trás dele.
Fundamentalmente, a Guerra às Drogas não é vencida porque ela não é travada.
O Estado não está travando qualquer tipo de guerra contra o narcotráfico.
Ele faz algumas prisões, mata alguns traficantes, ocupa alguns territórios do crime organizado, mas os criminosos são soltos, os defuntos são substituídos por outros bandidos e o narcotráfico recupera territórios perdidos ou se apossa de outros.
Ora, o fato de que é possível vencer a Guerra às Drogas é demonstrado de forma cabal e irrefutável belo brilhante exemplo de Mao Tsé-Tung na China.
No início do século XX, 30% da população chinesa era viciada em ópio, vício esse resultante da vitória britânica na Guerra do Ópio, após a qual a China foi obrigada a aceitar que a Grã-Bretanha despejasse ópio sobre a população chinesa.
Um fato importante que nos recorda da participação do governo americano no tráfico internacional de cocaína e de heroína ao longo dos últimos 70 anos.
Após a chegada de Mao ao poder na China, em 1949, ele levou apenas 3 anos para extinguir o problema das drogas na China.
Apenas 3 anos para aniquilar um vício que escravizava quase 100 milhões de cidadãos.
Como isso foi feito?
Um elemento fundamental e básico foi a capacidade de mobilizar a população ao redor de uma ideologia que demandava um elevado espírito de auto-sacrifício e de ascetismo.
Mas o ponto fundamental é que a maioria dos traficantes foi exterminada, viciados foram obrigados a se reabilitar e a própria população civil participava ativamente da campanha antidrogas, denunciando traficantes e viciados ou, quando possível, até mesmo atuando diretamente na apreensão desses elementos.
Como a crise do vício em ópio foi um problema imposto, fundamentalmente, de fora dentro, pelos estrangeiros, a libertação do país da subjugação estrangeira foi fundamental.
Se Mao conseguiu livrar 100 milhões do vício, somos capazes de conseguir o mesmo de forma absolutamente trivial no Brasil, onde o problema das drogas é menor do que na China à época.
Mas qual é o empecilho?
O problema é que o narcotráfico não se resume no problema visível de favelados armados ocupando morros e vendendo drogas.
É todo um esquema internacional que envolve carteis, agências governamentais estrangeiras, e a participação direta de políticos e empresários brasileiros.
O Brasil é hoje é o principal caminho das drogas da América Latina para o outro lado do Atlântico.
As rotas vem das fronteiras e vão até os portos brasileiros.
Alguém realmente acredita que operações complexas desse tipo, levando toneladas de drogas anualmente da América Latina à Europa, usando portos, se não houvesse a participação de gente que é parte do sistema?
O problema do narcotráfico no Brasil é o fato de que o narcotráfico e o Estado se tornaram indistinguíveis.
O narcotráfico virou um lobby invisível capaz de eleger deputados, senadores, governadores e até mesmo colocar juízes em posições estratégicas.
Tráfico e Estado se tornaram uma coisa só.
A posição privilegiada do PCC em São Paulo demonstra que a conversão do Brasil em um Narco-Estado (no modelo mexicano ou colombiano) avança com velocidade.
Como, então, poderia o Estado combater o narcotráfico se, para isso, ele teria que cortar na própria carne?
E observe-se que não há qualquer expectativa de mudança aí, porque essas “forças invisíveis” estão na própria base do governo do próximo presidente.
Vai haver tão somente uma intensificação do combate superficial e ilusório, aquele que afeta um punhado de bandidinhos irrelevantes.
São os sacrifícios necessários para garantir o fluxo das drogas.
Do outro lado está o lobby dos que defendem a legalização das drogas.
Obviamente, são outras forças que fazem parte do jogo e que tão somente querem acabar com o monopólio de certos carteis militarizados, tornando o negócio das drogas mais empresarial e respeitável.
É assim que mostramos como o problema das drogas se insere dentro de uma totalidade de problemas complexos.
O problema do narcotráfico não é mera questão de matar duas dúzias de favelados armados.
Não.
Se o problema das drogas no Brasil deve ser resolvido, será com a destruição de gente muito graúda, de gente encastelada nas instâncias mais elevadas e “respeitáveis” do poder político e econômico no Brasil.
A essência do problema das drogas no Brasil está no “colarinho branco”.
E agora podemos ver como a questão da Segurança Pública e da Moralidade Pública são indissociáveis da Guerra que deve ser travada contra a classe parasitária das oligarquias empresariais, latifundiárias e políticas nacionais.
Quanto aos viciados? Sem leniência!
É possível vencer a Guerra às Drogas.
Vacina contra vício em cocaína é desenvolvida no Brasil
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Pesquisadores brasileiros anunciaram o desenvolvimento de uma vacina para eliminar a dependência de cocaína. Segundo o grupo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o projeto está em fase de testes com animais. O professor Ângelo de Fátima, do departamento de Química Orgânica da UFMG, um dos responsáveis pelo estudo, explicou que foi desenvolvida uma molécula que estimula a produção de anticorpos contra a cocaína no sistema imunológico. Os anticorpos capturam a cocaína, impedindo que ela chegue ao cérebro. Dessa forma, os efeitos euforizantes da droga são reduzidos, o que levaria o usuário a perder interesse. Dados do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) apontam que o consumo de cocaína no Brasil é quatro vezes maior que a média mundial.