Não seremos capazes de combater a barbárie pós-moderna e pós-liberal se não tomarmos conhecimento de quem são os seus promotores. A direita, especialmente a olavética, delira com mil teorias conspiratórias envolvendo Foro de São Paulo, Rússia, Cuba e marxismo cultural, mas tornou-se já inegável (a não ser para quem é cego) que são as grandes corporações os grandes motores por trás de tudo isso.
Google, Apple, Nike, Coca-Cola, McDonald’s, bem como as corporações midiáticas como CNN, ou a própria Rede Globo no Brasil, esses são os grandes responsáveis pela penetração das pautas liberal-progressistas na cultura de massa. São estes os responsáveis por pressionar pela aceitabilidade de todas as pautas do liberalismo cultural.
E não se trata mera questão de interesse momentâneo, derivado de oportunismo e mero desejo de lucro. Essa tese, aventada pela esquerda, está equivocada. As pautas pós-modernas estão em perfeita consonância com a essência da cosmovisão liberal.
Da divinização do Indivíduo se passa gradualmente à dissolução desse mesmo Indivíduo. Do Indivíduo como absoluto, acima de toda coletividade, de toda comunidade, se passa ao Indivíduo como absolutamente “construível”, cuja identidade deixa de ser inata ou comunitária — e passa a ser questão de escolha e consumo.
Não há uma única pauta pós-moderna que não seja dependente e não esteja intrinsecamente ligada à ação das grandes corporações ou às próprias tendências inatas ao desenvolvimento do capitalismo. Feminismo, gayzismo, abortismo, ideologia de gênero, legalização das drogas, imigracionismo: não há nada aí que não esteja ligado às grandes corporações.
Já chegou a hora de abandonar os mitos e fantasmas da direita. Eles nos mantém enfrentando moinhos de vento, enquanto os gigantes permanecem ocultos, esfregando as mãos.
O capitalismo precisa ser derrotado. O poder corporativo precisa ser desintegrado. É só isso que nos permitirá banir, para o inferno de onde saíram, todos os delírios liberais.