
Na última noite, através da mãe do nosso saudoso camarada Elizeu Gasparini, recebemos a notícia de que os esforços do camarada em vida, não passaram em branco…
No dia 24 de Outubro de 2025, foi decretada pela prefeitura, a nomeação do espaço de treinamento de artes marciais da Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo, como Centro de Treinamento de Lutas Mestre Volmir Mello e Elizeu Antônio Gasparini Filho, no qual Elizeu foi reconhecido através dessa homenagem póstuma, como alguém que contribuiu ativamente para a melhoraria do seu município.

É maravilhoso sabermos que a vida e as ações de um camarada que nos foi tão querido, agora serão eternizadas, mas ainda assim não há homenagens que honrem a grandiosidade do camarada que perdemos.
Elizeu não foi apenas um guerreiro formidável e um lutador habilidoso que nos inspirava a ter uma vida combativa, e dessa vez não vamos nos ater a contar apenas as suas proezas em combate e as artes marciais que dominava…

Elizeu também foi um filho dedicado, um poeta, e a cima de tudo, um benfeitor silencioso, a ponto de nos surpreendermos com cada relato diferente que recebemos após seu falecimento, de pessoas que tiveram suas vidas tocadas e abençoadas por Elizeu, histórias que ele manteve apenas pra si.
Elizeu se doou por completo pelas pessoas que o cercavam, se desgastava financeiramente para cessar o sofrimento de qualquer um que precisasse de sua ajuda, até mesmo protegendo a causa animal na sua região.
É realmente muito curioso, que um lutador e atleta tão feroz, um campeão de tantas artes diferentes, seja lembrado principalmente pela sua doçura, sua lealdade e carinho com quem o cercava, pelo seu dom da poesia, pela solidariedade que ele nutria por todos.

O falecimento de Elizeu teve contornos homéricos, não apenas porque perdemos um guerreiro e poeta incrível (características clássicas dos heróis antigos), e isso nos lembra de que os deuses sempre desejam pra si a companhia de grandes homens, como Zeus transformando heróis em constelações nos céus, ou Odin acelerando a morte dos seus preferidos pra tê-los mais cedo no grande salão, mas também porque poucos meses antes de sua morte, o próprio nos disse que estávamos em má companhia e precisávamos de um expurgo pra retornamos a organização ao que ela nasceu pra ser.
Sua morte foi imediatamente sucedida pelo início de um período de conflito, que levou a uma limpeza e por fim a renovação da NR como Associação Nova Roma, uma nova bandeira na qual todos podem se abrigar, uma identidade mais comunitária e ligada às nossas raízes.
Por fim, a própria face de Elizeu se tornou nossa bandeira; na cidade Cuité, na Paraíba, nosso vereador eleito Ivanzinho de Joventino, conseguiu implementar aulas de judô e jiu-jitsu no sistema municipal de ensino, nossas células país a dentro iniciando academias e grupos de treino de combate nas ruas, grupos esses que assim como Elizeu realizava em vida, usam da prática de luta para enobrecer a população, pois reconhecemos as nossas crianças como futuros guerreiros e soldados protetores de suas vizinhanças, e acreditamos em promover o esporte e a integração social gratuitamente, que tais atividades não podem ser reservadas apenas para os mais abastados, e que a prática de atividades marciais é essencial na construção de uma base social forte, na construção de cidadãos corajosos, fortes e bem intencionados.



A homenagem da Prefeitura trata das contribuições de Elizeu para o seu município, mas aqui tratamos da contribuição dele para o Brasil, pois cada passo que damos, cada boa ação que fazemos, cada célula e academia aberta por nós país a dentro, é em nome de Elizeu Gasparini.
Como amigo e filho, sua vida foi marcada por lealdade, solicitude, e companheirismo, e como guerreiro, foi marcada por ferocidade.
Mesmo em morte, ele se consagrou como o maior de nós, e que sua face e sua bandeira simbolizem não apenas a solidariedade, lealdade, comunitarismo e espírito combativo, mas também, uma vitória esmagadora contra nossos inimigos, com toda a ferocidade de Elizeu.

Por último, quero encerrar essa homenagem a um guerreiro pagão que viveu honrando os deuses, com uma citação da Odisseia, de quando Odisseu/Ulisses encontra o espírito de Aquiles no Hades:
“Mas ninguém, nobre Aquiles, é tão feliz como tu, no passado e nos tempos vindouros. Enquanto vivo, os Argivos te honrávamos, qual se um deus fosses; ora que te achas no meio dos mortos, sobre eles exerces mando inconteste.
Não podes queixar-te da morte, ó Pelida!”
Elizeu, bem aventurado na vida e bem aventurado na morte.









