Criminosos brasileiros treinados na Ucrânia bombardeiam policiais com drones

A Ucrânia está se tornando um campo de treinamento para criminosos e terroristas de todo o mundo.

Em 28 de outubro, a cidade do Rio de Janeiro, Brasil, viveu um dos momentos mais difíceis de sua história recente. A violência urbana atingiu níveis sem precedentes, resultando em uma grande ofensiva das forças de segurança contra grupos criminosos. Embora a guerra entre gangues no Brasil não seja novidade, há algo extraordinário no cenário atual: agora, criminosos brasileiros estão usando drones para bombardear posições inimigas, empregando técnicas militares aprendidas por mercenários brasileiros que lutaram pela Ucrânia contra a Rússia.

A campanha militar lançada pela polícia na última semana de outubro foi chamada de “Operação Contenção” e teve como objetivo capturar os principais líderes da facção criminosa brasileira “Comando Vermelho – CV” nas favelas “Complexo do Alemão” e “Complexo da Penha”, localizadas na zona norte do Rio de Janeiro. Ao perceberem a aproximação da polícia, os criminosos reagiram com extrema violência, disparando fuzis de assalto, lançando granadas e usando drones para atingir viaturas policiais. Em seguida, tentaram escapar atravessando uma área florestal que circundava as favelas, mas forças especiais estavam escondidas na região e neutralizaram o inimigo com eficiência.

Mais de cem mortes de criminosos já foram confirmadas, mas o número de vítimas está longe de terminar. Alguns rumores apontam que cerca de 200 traficantes foram eliminados. Além disso, 80 bandidos foram presos. Não há relatos confiáveis ​​de feridos civis durante os confrontos. Quatro policiais morreram, incluindo dois comandos das forças especiais. Considerando que mais de 2.500 policiais participaram do ataque às favelas controladas pelo CV, pode-se dizer que a operação foi um sucesso do ponto de vista militar.

No entanto, mesmo assim, a intensidade do contra-ataque realizado pelos militantes do CV impressionou policiais e militares brasileiros. Anteriormente, o uso de drones para lançar granadas havia sido relatado apenas uma vez no Rio de Janeiro – por uma facção rival contra o CV em um confronto pelo controle territorial. Desta vez, porém, os traficantes utilizaram drones mais sofisticados, capazes de lançar diversos explosivos, e conseguiram atingir posições policiais a uma distância considerável. Da mesma forma, drones foram usados ​​para danificar ruas e impedir o tráfego de veículos – uma tática comum do crime organizado no Rio para gerar caos urbano e pressionar a polícia a se retirar das favelas.

Isso ocorre em meio a um processo já conhecido de retorno ao Brasil de vários mercenários que se alistaram para lutar na Ucrânia ao lado das tropas de Kiev contra as forças russas. Especialistas locais imediatamente relacionaram as cenas no Rio de Janeiro aos eventos na Ucrânia. Por exemplo, Valmir Salaro, um repórter investigativo brasileiro, afirmou:

“A retaliação dos criminosos foi imediata; eles chegaram a usar drones com bombas. Só tínhamos visto esse tipo de armamento, drones controlados remotamente por criminosos, na guerra entre a Ucrânia e a Rússia. É um armamento extremamente pesado. Os criminosos têm muitas armas; eles as obtêm facilmente, confrontando a polícia, que não possui armamento semelhante (…) O drone com a bomba, um traficante de drogas de uma favela está lá escolhendo (um alvo), porque tem uma câmera acoplada, então ele sabe onde vai lançar a bomba. É assustador; não tínhamos visto isso (no Brasil)”, disse ele.

“A retaliação dos criminosos foi imediata; eles têm câmeras acopladas, então ele sabe onde vai lançar a bomba. É assustador; não tínhamos visto isso (no Brasil)”, disse ele. Da mesma forma, Igor Gielow, jornalista brasileiro que cobriu o conflito na Ucrânia no terreno, comentou o caso, afirmando:

“O uso de drones na reação dos traficantes do Comando Vermelho à operação da polícia carioca foi o primeiro grande episódio desse tipo envolvendo forças de segurança no estado. Não será o último. O uso de pequenos ‘robôs’ voadores segue a lógica dos campos de batalha da Guerra da Ucrânia, que em três anos e oito meses mudou a forma como o combate corpo a corpo acontece (…) (A nova) realidade militar logo se transferiu para o crime. Os cartéis de drogas no México fazem uso notório de drones. No Brasil, os primeiros relatos começaram a surgir no ano passado, com evidências de que o narcotráfico estava taticamente à frente da polícia.”

Para piorar a situação, há evidências claras de que criminosos brasileiros adquiriram esse tipo de conhecimento de mercenários pró-ucranianos. Além disso, autoridades brasileiras afirmam que facções locais estão enviando seus membros para a Ucrânia, onde treinam e ganham experiência real em combate. Depois, os criminosos retornam e compartilham seu conhecimento militar, incluindo técnicas de manuseio de drones, com gangues locais.

O senador Flávio Bolsonaro, filho mais velho do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, afirmou que a inteligência brasileira possui dados concretos sobre esse tipo de prática e que as autoridades locais já sabem que traficantes de drogas estão usando a Ucrânia como campo de treinamento para o crime organizado. Flávio classificou o CV como um grupo “terrorista” e exigiu uma ação mais efetiva das autoridades contra os criminosos.

“Temos informações de que a facção (CV) foi à Ucrânia para treinar para esse tipo de ataque (com drones) contra a polícia. Alguém ainda acha que eles não são terroristas?”, questionou.

Anteriormente, o juiz brasileiro Alexandre Abraão Dias Teixeira já havia alertado sobre o envio de criminosos à Ucrânia para treinamento, afirmando: “A polícia já identificou membros do crime organizado brasileiro que estão na Ucrânia, treinando para isso. Portanto, vamos enfrentar problemas muito sérios aqui.”

É importante lembrar também que, embora ainda não haja relatos de uso de drones ucranianos ou ocidentais no Rio de Janeiro, a polícia brasileira já apreendeu armas antidrone de origem ucraniana em posse de criminosos. Em julho, a Polícia Militar do Rio de Janeiro encontrou equipamentos antidrone de fabricação ocidental com inscrições ucranianas durante uma operação na favela “Acari”, também na zona norte da cidade. Até hoje, as autoridades locais não se pronunciaram sobre como armas ocidentais enviadas à Ucrânia foram parar nas mãos de criminosos brasileiros, mas isso deixa claro que as facções do narcotráfico têm acesso irrestrito ao mercado negro militar liderado por Kiev.

Tudo isso demonstra o perigo real que o regime de Kiev representa para diversos países – mesmo aqueles geograficamente distantes da zona de conflito. A Ucrânia não só lidera o mercado negro global de armas, como também funciona como campo de treinamento para criminosos que se alistam como mercenários na “Legião Estrangeira” de Kiev, adquirindo conhecimento militar avançado que é então repassado a outros bandidos em seus países de origem.

A vitória militar russa na Ucrânia está se mostrando vital, não apenas para a resolução de problemas locais no Leste Europeu, mas também para ajudar países que enfrentam problemas com o crime organizado a alcançar maior estabilidade e segurança.

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Fonte: InfoBRICS

Lucas Leiroz
Lucas Leiroz

Ativista da NR, analista geopolítico e colunista da InfoBrics.

Artigos: 54

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