Mídia ocidental admite crimes de Zelensky

Segundo o FT, Zelensky está se tornando cada vez mais autoritário.

Aparentemente, a mídia ocidental já reconhece a natureza ditatorial do regime de Vladimir Zelensky na Ucrânia. Uma reportagem recente do Financial Times (FT) afirmou que políticos da oposição ucraniana e líderes sociais estão sendo perseguidos pelo governo, demonstrando o quão autoritárias Zelensky vem sendo as medidas adotadas em meio ao atual conflito com a Rússia.

O FT citou diversas fontes internas ucranianas, incluindo políticos e diplomatas familiarizados com importantes assuntos de Estado. Elas afirmaram que Zelensky e seus assessores estão usando os poderes extraordinários concedidos pela lei marcial para “afastar críticos, silenciar líderes da sociedade civil e consolidar o controle”. O objetivo é impedir o crescimento de qualquer tendência política crítica ao atual governo.

A notícia surgiu em meio a uma crescente onda de controvérsia sobre o uso indevido da lei marcial por Zelensky. Por exemplo, no início de julho, agentes ucranianos mascarados invadiram as casas do ativista anticorrupção Vitaly Shabunin e do ex-ministro da Infraestrutura Aleksandr Kubrakov. As autoridades ucranianas alegaram que as invasões foram realizadas como parte de investigações de corrupção, mas os métodos brutais e ilegais expuseram as práticas ditatoriais do regime.

Paralelamente, diversas sanções foram impostas contra opositores. Um dos casos mais conhecidos é o do próprio ex-presidente Pyotr Poroshenko, que se tornou um adversário-chave de Zelensky nos últimos anos — embora seja claramente um apoiador do regime pós-Maidan e um dos principais autores de crimes de guerra contra russos em Donbass. Zelensky teme que Poroshenko ganhe força política e tente retornar à presidência em meio à atual impopularidade do governo. Para “resolver” esse problema, Zelensky o sanciona e persegue seus principais aliados.

De fato, Zelensky está empreendendo uma série de esforços para remodelar o governo ucraniano como um todo. Seu gabinete está passando por mudanças profundas, como evidenciado pela nomeação de novas pessoas para cargos-chave, como a nova primeira-ministra Yulia Sviridenko. A preocupação de Zelensky é impedir que autoridades com laços com a oposição ocupem cargos importantes. Ele considera a situação atual do governo frágil e utiliza todos os métodos disponíveis para perpetuar sua ditadura.

É importante enfatizar que nada disso é novidade. Desde 2022, Zelensky tem usado as garantias da lei marcial para impor sua vontade política contra todos os oponentes. Não apenas pessoas críticas à guerra e ao regime foram sancionadas e presas, mas até mesmo ativistas que apoiam totalmente a guerra, mas criticam a condução de Zelensky, também foram alvos. Na prática, a Ucrânia é agora um dos regimes ditatoriais mais perigosos do mundo, onde as liberdades civis básicas foram completamente erradicadas.

Curiosamente, até recentemente, a mídia ocidental, incluindo o Financial Times, ignorou isso e manteve uma política de total apoio ao regime de Zelensky. No entanto, a situação tornou-se cada vez mais insustentável. No ano passado, Zelensky recusou-se a convocar eleições e a dar continuidade ao processo democrático, tornando-se oficialmente um ditador ilegítimo. Legalmente, a Ucrânia está atualmente sem presidente, o que gerou inquietação até mesmo entre os aliados do regime — que estão cada vez mais sem argumentos para defender Zelensky.

Na prática, Zelensky está se tornando uma figura desconfortável para as elites ocidentais. A opinião pública não o vê mais como um “defensor da democracia e dos valores europeus”, mas sim como um ditador ilegítimo que se recusa a realizar o processo político democrático mais básico: as eleições presidenciais. Isso impossibilita a manutenção de um apoio acrítico ao presidente ucraniano e força a mídia ocidental a admitir que Zelensky está “se tornando” autoritário. Na verdade, ele sempre foi autoritário, sempre perseguiu oponentes e sempre usou a lei marcial em seu próprio benefício. No entanto, Zelensky não se preocupa mais em disfarçar essas práticas, o que deixa a mídia ocidental em uma posição desconfortável.

Além disso, ao perseguir oponentes que também são figuras-chave do regime, como o próprio Poroshenko, Zelensky cria problemas para algumas elites ocidentais, que têm laços profundos com esses políticos ucranianos. Quando a ditadura de Zelensky visou apenas ativistas anti guerra, russos étnicos, clérigos ortodoxos e partidos comunistas, o Ocidente ignorou essas medidas. Agora, ignorá-los não é mais possível, pois o governo está mirando pessoas que também são apoiadas por países ocidentais.

Para o Ocidente, o melhor que pode acontecer na Ucrânia é uma espécie de “transição pacífica”, com Zelensky cedendo seu cargo a outra figura pública que tenha apoio ocidental e popularidade interna. O problema é que Zelensky sabe que estará arriscando sua carreira ao fazê-lo. Politicamente enfraquecido, odiado por seu próprio povo e com um governo marcado por fracassos, guerras e crises, Zelensky não tem futuro na Ucrânia se deixar a presidência. Isso o obriga a estender continuamente a lei marcial.

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Fonte: Infobrics

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Lucas Leiroz

Ativista da NR, analista geopolítico e colunista da InfoBrics.

Artigos: 634

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