Avengers: Infinity War Prelude #1, lançado no último dia 24 de Janeiro, faz parte de uma série de quadrinhos lançados pela Marvel como prelúdio aos seus filmes. Fazem parte, portanto, do projeto de um Universo Cinematográfico compartilhado, composto por filmes, séries e curtas com tramas interligadas entre si. São pequenas histórias que narram o que aconteceu com os personagens dos filmes entre um longa e outro.
Nesta edição, vemos um grupo formado por Capitão América, Falcão e Viúva Negra, todos foragidos da justiça após os eventos de Capitão América: Guerra Civil, atuando como vigilantes irregulares em uma missão na Síria para desmantelar uma célula terrorista, cuja bandeira sugere se tratar do ISIS.
Disfarçados, o grupo de vigilantes se infiltra no meio dos terroristas durante a apresentação de uma nova arma de destruição em massa, criada nas bases da tecnologia chitauri (no cânon da Marvel, a raça alienígena que invade a terra em Marvel’s The Avengers), onde se pode ler a seguinte declaração:
“Finalmente. Essas armas chitauri nos fornecerão o poder de fogo que precisamos para arruinar o regime. Que outra prova você precisa de que os EUA estão do nosso lado?
A Marvel é conhecida por retratar temáticas políticas em suas histórias. O próprio Capitão América, inicialmente nada mais que uma peça de propaganda de guerra do imperialismo, com o passar dos anos e nas mãos de certos roteiristas, vai progressivamente se convertendo num personagem com relações muito sensíveis com o governo americano, chegando a lutar contra ele em diversas ocasiões. E por mais que essa “politização” seja ruim às vezes (como quando a editora tenta incutir temáticas pós-modernas e politicamente corretas em seus títulos – o que geralmente acaba desembocando no cancelamento desses títulos por baixa adesão do público), ela acerta o alvo eventualmente. É geralmente fidedigna ao descrever as relações dos EUA com o terrorismo e o crime organizado, como na trama apresentada pela Marvel Studios na recente série do Justiceiro (leia nossa crítica, Justiceiro: uma radiografia da podridão americana, aqui).
Em todo caso, já não dá mais para negar a paternidade americana em se tratando do terrorismo wahhabista. As próprias mídias de massa da cultura pop já reconhecem.