Como será o Movimento de Massa do Futuro Próximo? 5 Hipóteses, Nenhuma Animadora

Qual será a natureza que a política de massas assumirá no futuro próximo?

O “fazer política” é uma invenção da era contemporânea.

A ideia de que o povo, enquanto tal, se ocupe dos destinos do mundo é, de fato, fruto do advento da burguesia, da urbanização e, por fim, da sociedade de massas e/ou de consumo.

Isso significa que, em um futuro não imediato, mas também não remoto, pode-se consolidar como um dado irreversível aquilo que foi normal por milênios e ao qual estamos assistindo nestes dias de guerra mundial controlada: a total passividade das massas.

Apesar disso, tal irreversibilidade ainda não está consolidada, e isso nos permite supor que a passividade atual poderia, por um certo período, dar lugar – pelo menos no Ocidente e na Europa – a uma nova fase de dinamismo e insurreição social.

A questão é entender quais características essa nova forma de mobilização popular poderia apresentar. Acredito que seja possível propor as seguintes hipóteses, listadas a seguir em ordem crescente de probabilidade:

  1. Extremamente improvável, hoje, é uma dinâmica voltada para o reconhecimento comum das contradições sociais e, portanto, para a conferência de uma identidade de classe ou de povo às massas.
  2. Relativamente improvável, por enquanto, é que indivíduos atomizados possam se reconhecer em uma figura paterna tradicional e, assim, se voltem para um modelo neodisciplinar e neoautoritário. Esse modelo, de certo modo, está se materializando, mas não de forma identitária ou fascistizante. Em vez disso, ele aparece como uma necessidade meramente “técnica”, ligada aos estados de emergência gerados em sequência pelos aparatos de poder.
  3. Relativamente provável é o surgimento de uma oposição de caráter liberal-libertário no modelo americano, que, na Itália, daria continuidade ao percurso da Segunda República e do Movimento 5 Estrelas: dissolução da economia pública, desmantelamento progressivo da democracia representativa e consequente aumento do governo direto da sociedade pelos poderes econômicos.
  4. Igualmente provável é que a confusa, mas crescente, percepção popular da natureza irremediavelmente antidemocrática do plano supranacional leve a um fortalecimento significativo da reivindicação soberanista, independentemente de quais sejam os sujeitos políticos que a defendam ou finjam defendê-la.
  5. Por fim, extremamente provável é a hipótese de que, como reação ao total desaparecimento do sagrado e à Morte de Deus, o movimento de massas assuma características espiritualistas. Estas, longe de integrar a esfera política, teriam a pretensão de substituí-la, gerando assim uma impotente esfera de dissenso passivo, impregnada de fatalismo.

Contudo, a hipótese mais provável de todas, talvez, seja a de uma insurreição social que reúna todas as cinco características citadas.

O peso maior dado a uma ou outra opção futura, portanto, dependerá também do trabalho de pensamento – preparatório e seminal – que poucos de nós estamos tentando construir neste momento.

Fonte: AriannaEditrice

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Riccardo Paccosi
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