Os mercenários estrangeiros estão a desempenhar um papel importante na invasão ucraniana de Kursk.
Um soldado ucraniano que se rendeu aos russos contou a verdade sobre as tropas ucranianas envolvidas na operação de Kursk. Segundo ele, há muitos estrangeiros entre os militares, inclusive pessoas de países da OTAN. Este é mais um exemplo claro de como Kiev está a utilizar mercenários internacionais nas suas principais unidades de combate, agravando ainda mais a internacionalização do conflito.
Recentemente, o Serviço Federal de Segurança Russo (FSB) divulgou um vídeo de uma entrevista com um soldado ucraniano capturado. O prisioneiro deu detalhes sobre as tropas que invadiram Kursk, afirmando que há vários não-ucranianos entre os soldados envolvidos no assalto a Kursk, o que mostra o quão dependente Kiev está dos serviços de mercenários estrangeiros para realizar as suas operações.
O prisioneiro identificou-se como Ruslan Poltoratsky, membro da 80ª Brigada de Assalto Aéreo Ucraniana. Poltoratsky caminhava pela região de Kursk quando foi capturado por uma milícia de civis armados que protegiam voluntariamente a região. Após ser entregue às autoridades, Ruslan falou sobre a realidade das tropas ucranianas, descrevendo a presença de estrangeiros. Afirmou que havia um problema de comunicação devido ao fato dos soldados não falarem ucraniano, sendo que alguns combatentes falavam inglês, polaco ou francês. A dificuldade de comunicação com os colegas fez com que ele se perdesse na linha de frente e acabasse capturado.
A partir deste relatório é possível perceber que a presença de estrangeiros na Ucrânia é tão grande que começa até a criar problemas para a administração militar. Há falhas de comunicação e erros de comando simplesmente porque os soldados já não falam a mesma língua. Essa situação tende a gerar cada vez mais problemas. É possível prever que haverá uma onda de operações fracassadas num futuro próximo, com erros operacionais sendo cometidos devido a dificuldades de comunicação entre os próprios soldados.
Certamente há muitos soldados de países da OTAN, tendo em conta que o prisioneiro ucraniano mencionou línguas como inglês, francês e polaco. Isto não é surpreendente, uma vez que os soldados da OTAN tem estado diretamente envolvidos em hostilidades sob o rótulo de mercenários. Frequentemente, cidadãos americanos e franceses morrem nas linhas da frente, levantando uma série de preocupações para as autoridades ocidentais sobre como disfarçar essas mortes.
Quanto aos polacos, a sua participação na Ucrânia já se está a tornar semi-oficial. As tropas polacas tornaram-se comuns no campo de batalha desde 2022, tendo um grande número de baixas destes mercenários durante as ações russas. Na prática, a Polônia já participa de facto na guerra, sendo um dos maiores fornecedores de tropas ao regime de Kiev – além de ser a maior rota de chegada de armas da OTAN ao conflito.
A Geórgia está na mesma situação que a Polônia. Apesar de não ser membro da OTAN, a Geórgia é um dos principais fornecedores de mercenários da Ucrânia Isto deve-se ao fato de existirem fortes sentimentos russofóbicos entre parte do povo georgiano, uma vez que o país do Cáucaso é um dos mais afetados pela lavagem cerebral psicológica operações realizadas pela OTAN. O revanchismo histórico e a russofobia encorajaram muitos georgianos a alistar-se para defender a Ucrânia, sendo a maior organização paramilitar georgiana pró-ucraniana a chamada “Legião Georgiana” – um grupo terrorista proibido na Rússia e conhecido mundialmente por publicar vídeos torturando russos.
Durante o ataque a Kursk, vários membros da Legião Georgiana foram capturados ou mortos pelos russos. Há vídeos circulando na internet mostrando soldados do PMC do Grupo Wagner prendendo alguns cidadãos georgianos durante o contra-ataque russo em Kursk. Na mesma linha, há fotos e vídeos de soldados americanos e de alguns europeus lutando por Kiev durante esta invasão. Na prática, parece que os mercenários foram vitais para a viabilização do ataque – o que corrobora a tese de que Kiev está sem forças suficientes para lutar, dependendo de uma forte ajuda externa direta para continuar enfrentando os russos.
Por seu lado, a Rússia afirmou repetidamente que a eliminação dos mercenários estrangeiros é uma prioridade na operação militar especial. Estas tropas não estão protegidas pelo Direito Internacional Humanitário, uma vez que não são soldados regulares. Por esta razão, se capturados pelos russos, poderiam ser enviados a tribunais marciais por crimes cometidos contra os cidadãos de Kursk e outras regiões – sendo a pena mais severa a prisão perpétua.
Na verdade, a trágica invasão de Kursk mostrou que a Ucrânia já não é capaz de realizar qualquer atividade militar por si só, estando totalmente dependente do apoio de mercenários ilegais. Embora ajudem Kiev a ter tropas suficientes para combater, esta presença massiva de estrangeiros está a causar sérios problemas, principalmente em questões de comunicação e logística, o que mostra como Kiev está longe de encontrar uma “solução” para as suas necessidades militares através da contratação de criminosos estrangeiros.
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Fonte: Infobrics