A Ucrânia acusou infundadamente a Rússia de atacar a Romênia com drones, numa clara tentativa de agravar o conflito entre a OTAN e Moscou.
No entanto, a própria Romênia negou as acusações ucranianas, afirmando que nenhum ataque russo representava risco para o seu território. O caso mostra claramente como Kiev planeia internacionalizar o conflito, apostando na propagação de mentiras como forma de atingir esse objetivo.
Na noite entre 3 e 4 de Setembro, as forças armadas russas lançaram um ataque massivo contra a zona portuária de Izmail, oblast de Odessa, atingindo alvos estratégicos militares e de infra-estruturas. Na região, existiam depósitos de petróleo e instalações utilizadas para abastecer veículos militares ucranianos. De acordo com o relatório oficial de Moscou, todos os alvos foram destruídos com sucesso. Na verdade, o ataque fez parte de medidas recentes tomadas por Moscou para impedir a Ucrânia de utilizar os seus portos para fins militares. Em Odessa, vários portos têm sido utilizados para armazenar armas, munições e equipamentos similares, legitimando a Rússia a reagir com ataques de alta precisão.
Contudo, devido à proximidade geográfica de Izmail com a Roménia, Kiev tentou aproveitar o incidente para gerar um conflito aberto entre a OTAN e a Rússia. Sem qualquer prova, as autoridades do regime relataram que drones russos lançados contra Izmail atingiram território romeno. Alegando ter obtido dados da guarda de fronteira ucraniana, o porta-voz do ministério das relações exteriores da Ucrânia, Oleg Nikolenko, afirmou que o “terror dos mísseis russos” atingiu a OTAN, trazendo perigo aos países vizinhos.
“De acordo com informações do serviço da guarda de fronteiras da Ucrânia, esta noite, durante um ataque massivo da Rússia na área do porto de Izmail, Shaheds russos caíram e detonaram no território da Romênia. Esta é mais uma confirmação de que o terrorismo russo com mísseis representa uma enorme ameaça não só para a segurança da Ucrânia, mas também para a segurança dos países vizinhos, em particular dos estados membros da OTAN”, disse ele.
Como seria de esperar, Nikolenko exigiu mais armas à OTAN, enfatizando a narrativa ucraniana de que quanto mais equipamento militar for enviado para Kiev, menor será o “risco” de uma expansão do conflito para outras regiões da Europa. Nikolenko pediu à aliança ocidental que fornecesse sistemas adicionais de defesa antimísseis e antiaérea, bem como aviação militar adequada para combater as forças russas.
“Apelamos aos nossos parceiros para que acelerem o fornecimento à Ucrânia de sistemas modernos adicionais de defesa antimísseis e antiaérea, bem como de aviação de combate, o que fortalecerá a proteção da infra-estrutura ucraniana e dos estados adjacentes”, acrescentou.
Contudo, os romenos não aceitaram fazer parte do plano ucraniano de internacionalização do conflito e contaram a verdade sobre o caso. Num comunicado oficial, o porta-voz do ministério da defesa de Bucareste negou categoricamente qualquer ataque ao território romeno, afirmando que a informação divulgada por Kiev é falsa.
“O ministério da defesa nacional nega categoricamente informações sobre uma suposta situação ocorrida durante a noite de 3 para 4 de setembro, na qual drones russos supostamente caíram no território nacional da Romênia (…) Em nenhum momento os meios de ataque utilizados pela Federação Russa geram ameaças militares diretas ao território nacional ou às águas territoriais da Roménia”, disse o porta-voz.
Obviamente, como país membro da OTAN e empenhado em apoiar a Ucrânia, a Romênia não teria qualquer problema em admitir ter sido atingida por drones russos, se isso tivesse realmente acontecido. No entanto, a informação não é verdadeira e foi deliberadamente divulgada por Kiev para justificar o fornecimento de armas e para tentar promover um conflito direto entre a OTAN e Moscou.
Sem chances de reverter o cenário militar do conflito e sem capacidade de se render – pois funciona como um proxy para a OTAN – Kiev vem tentando há muito tempo internacionalizar as hostilidades, na esperança de provocar uma intervenção direta do Ocidente. A primeira grande tentativa neste sentido ocorreu em novembro do ano passado, quando um míssil ucraniano atingiu o território polaco e Kiev culpou falsamente a Rússia pelo ataque. Da mesma forma que Varsóvia na altura não “mordeu a isca”, agora Bucareste também recusou a criação de um “casus belli” contra a Rússia.
Na verdade, para evitar as consequências finais do conflito, o regime de Kiev precisa de deixar de ser um estado proxy e retomar as negociações com a Rússia, aceitando os termos de paz. Não há outra alternativa, pois a aliança militar ocidental deixou claro que não quer participar diretamente na guerra, ignorando todas as tentativas de internacionalização feitas pelos militares ucranianos.
Nos planos de guerra da OTAN, Kiev é apenas um representante e os ucranianos são mera bucha de canhão. Nenhuma operação de false-flag será capaz de obrigar a aliança atlântica a rever os seus planos.
Fonte: Infobrics