O Canadá se prova, a cada dia, o país mais distópico do Ocidente. Uma pessoa trans solicitou eutanásia por não aguentar mais as dores excruciantes que tem experimentado há 14 anos. Mas o governo, que autoriza eutanásia até por razões socioeconômicas e por depressão, negou.
A enésima notícia que parece ter saído diretamente do mais perverso pesadelo distópico só poderia vir do Canadá, nesse caso combinando os horrores da cirurgia de transição de gênero no estilo “Dr. Frankenstein” com as atrocidades do Maid, o programa de assistência médica subsidiado pelo Estado para aqueles que decidem tirar a própria vida. A protagonista era Lois Cardinal, uma mulher trans que vivia em St. Paul, Alberta, a quem o Serviço Nacional de Saúde do Canadá recusou um pedido de eutanásia devido à dor excruciante causada por sua vagina artificial, criada cirurgicamente em uma operação de mudança de sexo.
Trans arrependido pede eutanásia ao Estado
Na semana passada, Cardinal havia postado em seus canais sociais os registros médicos de seu pedido – rejeitado – de suicídio assistido, a fim de tornar públicas as terríveis inconsistências do sistema de saúde ultraliberal implementado pelo governo Trudeau, um dos mais permissivos do mundo tanto para a eutanásia quanto para a chamada “afirmação de gênero”. “Vivo em constante desconforto físico e sofrimento”, confidenciou o transexual de 35 anos ao DailyMail.com. “A dor diária se tornou um fardo psicológico pesado demais. Se eu não puder ter acesso a cuidados médicos adequados, não quero mais viver”.
Cirurgia de risco
Cardinal, um homem adulto que sofre de disforia de gênero, foi submetido a uma cirurgia de vaginoplastia em 2009. A operação, longe de proporcionar ao homem de 35 anos a serenidade e a autoaceitação que ele buscava durante toda a vida, acabou sendo – como acontece com mais frequência do que se imagina – uma verdadeira antecâmara do inferno: a neovagina, como é chamada na cirurgia, desenvolveu complicações graves e extremamente dolorosas que continuam diariamente há 14 anos. A operação envolve a inversão do pênis e do escroto em uma espécie de cavidade que simula o formato de uma vagina. De acordo com um estudo recente da Universidade da Flórida, a maioria das pessoas operadas sentirá dor pelo resto da vida, dor durante a relação sexual e dificuldade para urinar. Além disso, as pessoas trans submetidas ao procedimento são condenadas a dilatar regularmente sua cavidade pelo resto da vida para evitar que ela se feche.
Agonia diária
No caso de Cardinal (mas isso não é único, pelo contrário), o tormento físico atingiu níveis tão altos que o homem de 35 anos fez um pedido formal de Maid, a eutanásia estatal do Canadá. O pedido foi rejeitado porque, de acordo com os médicos, há certos tratamentos que poderiam aliviar o problema específico do homem trans em questão. Com base nas informações clínicas atuais, [o paciente] não atende aos critérios atuais do MAiD”, escreveu o médico responsável pela avaliação da aptidão para a prática. Cardinal poderá ser “reavaliado” para o MAiD no futuro se houver uma “mudança no estado clínico”. Mas o homem de 35 anos afirma que “não estou melhorando e não estou recebendo tratamento médico”. O sonho de uma vida que evoluiu – como acontece com frequência com pessoas trans cegas pelo canto da sereia da propaganda – para a medicalização perpétua e um desejo de morte.
Fonte: Il Primato Nazionale