É montado o cenário para uma infoguerra entre influenciadores digitais, os cassinos virtuais e a Grande Mídia. Ou ganham todos eles, ou ganha o Brasil.
Ontem reportamos um escândalo sem precedentes históricos que, por motivos óbvios, a Grande Mídia ainda está ignorando. Apesar de os jogos de azar serem proibidos no Brasil, o cassino virtual Blaze construiu uma enorme rede de influências e gambiarras jurídicas para dar golpes em milhões de brasileiros e impedir que a verdade viesse à tona. Uma peça-chave da conspiração é Felipe Neto, que alegadamente lucra com as perdas de jogadores.
Após o esquema finalmente vir à tona, Neto começou uma verdadeira campanha de infoguerra. Em meio a apologias à empresa que insultam a inteligência do povo brasileiro, identificamos que o camaleão ideológico estava buscando silenciar a Rede Globo. Primeiramente denunciou, fora de qualquer contexto, que foi entrevistado pelo jornaleco O Globo a respeito do aniversário de dez anos das Jornadas de Junho, mas foi surpreendido pela supressão de diversas respostas suas sobre o papel da mídia nas manifestações. Mais tarde, citou que a mídia das elites lucrou R$ 175 milhões com o cassino virtual PixBet durante a Copa do Mundo.
A tática aqui é muito evidente. Na teoria dos jogos, é chamada de “jogo do covarde”: se por um lado a Grande Mídia cairá ainda mais no conceito do povo se seguir ignorar o que está acontecendo até o ponto do insustentável, por outro lado sua desmoralização coletiva será ainda maior se todo o esquema for destrinchado.
Até nossa reportagem de ontem, apenas o Portal do Bitcoin havia feito a cobertura. Hoje, o Diário de Goiás e a Money Times se pronunciaram. Enquanto a Grande Mídia se mantiver em silêncio, o povo discutirá nas redes sociais e na mídia independente, levantando todo tipo de teorias. A mais óbvia é considerar em que medida cassinos como Blaze, PixBet e Betano são competidores, e em que medida estão operando juntos. Na história de Las Vegas, por exemplo, a polícia local e o sindicato Teamsters foram espaços de cooperação entre os mafiosos que operavam os cassinos, garantindo limites à sabotagem mútua e favorecendo a proteção legal.
Em uma nota mais conspiratória, o influenciador Nando Moura já aventou até uma hipótese de envolvimento do presidente Lula. Se por um lado julgamos esta conclusão precoce, por outro entendemos que será de inteira responsabilidade da Grande Mídia se o povo estranhar que o julgamento da inelegibilidade de Bolsonaro tenha sido agendado ontem à noite, ofuscando um dos esquemas financeiros mais escandalosos que já acometeram o povo brasileiro.
Será que Felipe Neto conseguiu manter o esquema circulando apenas subterraneamente, ou será que é só mais um atraso antes de o silêncio se tornar insustentável? De uma forma ou de outra, as máscaras estão caindo. O Brasil está vivenciando um verdadeiro expurgo cultural, basta saber sua extensão. Nos EUA, o caso Epstein teve um efeito sem precedentes na quebra de ilusões coletivas. Contribuamos todos para que o assunto siga em frente.