Ciro Gomes acordou para uma série de problemas políticos fundamentais. Muito tarde para essas eleições? Sim, mas antes tarde do que nunca e a disputa por 2026 já começou.
Qualquer pessoa que busque os conteúdos produzidos sobre política nacional pela Nova Resistência entre 2018 e 2022 verá todas as críticas construtivas que fizemos ao PDT e ao Ciro Gomes. Não adianta querer improvisar “antiprogressismo” repentino um dia, para afagar a Esquerda Leblon e suas pautas na semana seguinte. Os conservadores são um público cínico e desconfiado. Para conquistar seu voto é necessário um labor de longo prazo, honesto e duradouro. Quanto à Esquerda Leblon, adepta do liberalismo libertário cosmopolita, ela está engajada em uma cruzada de engenharia social total a nível global. Não existe negociação com essa gente. Você oferece a mão, eles pedirão o braço e te apunhalarão pelas costas na primeira oportunidade.
Nunca fez sentido o projeto de disputar o eleitorado de Lula e se colocar como uma espécie de centro-esquerda “alternativa” e “com projeto”. A linha do PDT e do Ciro sempre foi confusa. Uma hora se colocava como terceira via, outra hora se colocava como esquerda, para no final ter um eleitorado de direita “sem querer”. Isso é demonstração de falta de visão clara e de compreensão do povo brasileiro e da realidade política do século XXI. Até hoje todas as pesquisas e enquetes sempre demonstraram que o povo brasileiro é razoavelmente social-democrata na economia e moderadamente conservador nos costumes. Nesse sentido, um projeto alternativo ao bolsolulismo sempre passou por abraçar essa realidade, superando a dicotomia direita/esquerda em uma linha de “esquerda na economia, direita nos valores”. Esse é ainda um campo inexplorado na política brasileira nos últimos 15 anos e com muito potencial, bide o fenômeno populista internacional.
E, por isso, sempre recomendamos o distanciamento em relação à esquerda Leblon, ao militontismo progressista do Twitter, e uma aproximação com as raízes populares do povo, encontradas no Brasil Profundo. Essas são as origens do trabalhismo, nascido no Pampa, no extremo interior da ponta sul de nosso país, e espalhado e fortemente enraizado exatamente nos recônditos mais populares da Pátria.
Que fique claro: o trabalhismo nunca foi de esquerda, sempre foi uma terceira posição (com as sementes de uma quarta posição). E o socialismo moreno de Brizola nunca teve qualquer relação com o marxismo. O choque do antagonismo da coalizão apátrida da esquerda liberal, da classe jornalística, da classe artística, da classe pseudo-intelectual, dos barões do sistema financeiro e do lobby sionista brasileiro, trouxe Ciro Gomes à realidade e, esperamos, permitiu que as linhas de demarcação Amigo/Inimigo ficassem mais claras para ele.
São essas forças supracitadas contra o povo. Não há meio-termo nessa dicotomia. E esse é um enfrentamento apocalíptico que só pode culminar no triunfo absoluto do povo como construtor do destino ou seu desaparecimento em uma multidão amorfa desenraizada, escrava da elite mundial. Se Ciro Gomes realmente entendeu isso ele precisa se livrar dos “maus conselheiros” infiltrados no partido e que querem sabotá-lo pela subjugação ao PT e ao globalismo.
Só teremos certeza no futuro, mas já é um bom começo.