Desde o final da Guerra Fria, construiu-se um consenso narrativo, com apoio de intelectuais e jornalistas, segundo o qual não havia alternativa à hegemonia globalista pós-liberal. Restava apenas romper a resistência de alguns poucos rincões do planetas que seguiam reticentes em relação a abraçar o projeto da ocidentalização do mundo. A operação russa na Ucrânia mostra que um outro futuro é possível e que a História não acabou.
Putin é o novo Hitler? Putin é o novo Stalin? Ele quer restaurar a União Soviética? Este tipo de delírio é repetido por toda a mídia local e internacional, mesmo um pseudo jornalista argentino sem conhecimento há algumas semanas chegou ao ponto de descrever a Rússia de Putin como “neocomunismo czarista”, a ignorância é ousada.
Não há nada de novo nestes ataques da imprensa desonesta, faz parte da campanha anti-Putin que a elite progressista vem empreendendo há anos, a mesma que sofreu, desde o Vale do Silício, Donald Trump. A grande mídia, jornalistas, intelectuais, esquerda progressista, liberalismo, OTAN, de Biden a Pablo Iglesias, todos contra o “Czar”, todos contra Putin e a operação militar na Ucrânia vendida à sociedade do espetáculo global como uma “invasão” por aqueles que realizaram golpes, invasões do Iraque, bombardeios na Síria, ou perpetram crimes na Palestina. Fatos nos quais, como Trump disse em relação ao que está acontecendo hoje na Ucrânia, também é “culpa de Obama e Biden”, ou seja, dos Clintons.
A demonização de mercenários pagos escondidos sob o título de “jornalistas” não é suficiente e não tem a mínima influência para impedir a Rússia de cumprir sua missão na história e Putin, como líder, de conduzi-la até lá, como intérprete do Espírito do Mundo. O próprio Hegel disse que sentiu uma sensação maravilhosa quando viu Napoleão “se espalhar pelo mundo e dominar”, em sua entrada triunfal em Jena. Ele disse que via nele “o Espírito do Mundo a cavalo”. Putin é esse tipo de homem, um indivíduo histórico, um sujeito histórico, com um fim, “destinado a realizar, uma fase do espírito universal”.
Seus caluniadores não passam de meros agentes a serviço do Dinheiro, os promotores da decadência em que o Ocidente se encontra com uma sociedade degradada, de mercado, o que nem sequer equivale à Sociedade porque não há nem mesmo indivíduos, mas uma massa amorfa com impulsos consumistas lançados ao niilismo e ao hedonismo, “cidadãos do mundo” sem raízes e sem fé. São os porta-vozes do imperialismo de gênero, do qual a esquerda progressista é uma aliada, uma esquerda degenerada, a esquerda imperialista da OTAN.
Toda a mídia contra Putin, ele é o inimigo declarado, não por causa do mal ou do que ele pode fazer de errado, mas por causa do bem. Ele é o mau exemplo para o globalismo, que deve ser destruído e, na medida do possível, sem deixar rastros, apagando a história. Não seria a primeira vez. Se há uma coisa que as oligarquias globais e suas burocracias internacionais embarcadas no projeto de governança global não querem, é o homem livre, em defesa de sua pátria, em defesa da soberania, em defesa da cultura, dos valores espirituais e da família. Eles querem escravos, uma neo-servidão. Todos aqueles valores sobre os quais se funda uma comunidade livre e a ética de um povo são o que a Rússia representa hoje. Esse é o espírito da Rússia e sua missão na história, trazer o homem de volta à comunidade e sua fé, hoje inseguro sob a sociedade de mercado. Não é um simples confronto em Donbass, é uma guerra de valores.
A reconquista da Ucrânia já é um marco e um ponto de viragem histórico na geopolítica e nas relações internacionais. Começando com o deslocamento militar no território e continuando com o que ele realmente representa: o fim absoluto do mundo unipolar e as pretensões da hegemonia anglo-americana. A não intervenção dos Estados Unidos e da OTAN em uma operação militar estrangeira na Europa é um ponto de inflexão e o sinal mais revelador do declínio do poder do atlantismo. É a mais forte demonstração de poder jamais feita por uma nação soberana diante do globalismo militar.
A Rússia passou da resistência à ofensiva de forma enérgica. Marca o início da alternativa ao projeto de governança global e a consolidação do novo mundo multipolar. A que a OTAN imperialista, os meios de desinformação, os bilionários de Davos e toda a plutocracia podre simbolizada pelo senil Biden se recusam a reconhecer.
O fim do mundo unipolar e da globalização neoliberal desestabilizados desde a chegada de Donald Trump ao poder, que enfrentou a elite progressista que tenta o reformismo preemptivo promovendo uma nova globalização (na realidade a radicalização do projeto neoliberal sob um globalismo totalitário), esse mundo que parecia se abrir após a crise coronavírica comandada por Davos sob o Grande Reset, permanece em suspenso.
A reconquista da Ucrânia, não importa o quanto os jornalistas chorem e escrevem rios de tinta com birras acusando de nazismo, é o retorno do poder às nações, à história e aos valores. O lamento do circo jornalístico é pelo fim do negócio do qual faziam parte, eles acusaram o golpe. Como diz o sociólogo russo Andrei Fursov, no tabuleiro de xadrez da geopolítica mundial você pode jogar pelas regras, mas também pode chutar o tabuleiro e derrubar as peças. Putin chutou a tábua, que é uma resposta assimétrica aos mestres do jogo global.
“As pessoas dormem, mas o destino cuida para que elas não adormeçam”. Friedrich Hölderlin.
Fonte: KontraInfo
Por que não divulgam mais a obra de Fursov, que tem formação em Humanidades, e menos a de Dugin, que é um olavo versão vodca, um ignorante em ciências humanas, que nem tem formação nessa área?