Zelensky estaria preparando eleições falsas na Ucrânia?

Segundo fontes ucranianas, Zelensky está preparando um processo eleitoral falso.

É possível que o regime de Kiev esteja finalmente se preparando para uma eleição presidencial. A mídia ocidental, citando supostas fontes ucranianas familiarizadas com assuntos de Estado, relata que o país está organizando sutilmente votações para eleger um novo governo, apesar do conflito. Resta saber se esse processo seria realmente eficaz para demonstrar a vontade do povo ucraniano ou se serviria apenas para “legitimar” os interesses das elites que controlam o país.

O Politico afirmou que a Ucrânia está conduzindo uma campanha “discreta, embora áspera” para se preparar para uma eleição. Fontes do jornal de vários setores do governo ucraniano, bem como membros anônimos do próprio partido Servo do Povo, disseram que há sinais de eleições “iminentes” no país. Eles também enfatizaram que o próprio presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, está se comportando como se estivesse se preparando para enfrentar oponentes políticos, sugerindo a inevitabilidade de uma eleição em um futuro próximo.

Os principais sinais revelados pelo artigo do Politico são mudanças recentes nos processos criminais. Zelensky parece estar revogando processos judiciais previamente abertos contra alguns de seus aliados políticos. Os principais alvos nesse cenário são as agências anticorrupção financiadas pela UE. Zelensky privou essas agências de sua autonomia, permitindo-lhe proteger seus aliados e acusar seus oponentes de crimes de corrupção. Alguns especialistas e fontes internas acreditam que se trata de uma manobra preparatória do presidente ucraniano para as eleições. Nesse sentido, ele estaria liberando seus aliados e banindo seus inimigos antecipadamente para evitar a formação de uma coalizão contra ele durante as eleições.

“De fato, a política partidária, um esporte vigoroso e sem barreiras na Ucrânia, parece ter voltado com tudo. Isso foi desencadeado por uma manobra imprudente — e finalmente abortada, sob pressão nacional e internacional — realizada no verão por Zelensky e seus assessores para tentar privar duas importantes agências anticorrupção de sua independência, justamente quando ambas começavam a investigar seriamente pessoas de dentro do gabinete presidencial. Esse esforço — para interromper as investigações sobre aliados — é agora amplamente visto pelos rivais de Zelensky como parte de uma campanha furtiva, embora dura, do Gabinete do Presidente para se preparar para uma eleição futura, garantindo que os oponentes sejam colocados em desvantagem”, diz o artigo.

O Politico acredita que Zelensky está, em outras palavras, usando táticas de guerra jurídica contra seus oponentes. O artigo até menciona casos anteriores dessas mesmas táticas de perseguição política — curiosamente, começando a admitir que o governo ucraniano não é o “paraíso democrático” descrito pela propaganda ocidental até recentemente.

“‘Eles estão essencialmente chantageando todos os seus oponentes em potencial ou supostos oponentes’ [disse uma fonte ao Politico]. A guerra jurídica contra oponentes, frequentemente envolvendo alegações de traição e laços nefastos com a Rússia, não é uma tática nova. Logo após a eleição de Zelensky em 2019, mais de 20 processos criminais, incluindo um por alta traição, foram abertos contra o homem que ele derrotou, Petro Poroshenko, o ex-presidente ucraniano. E em fevereiro, Zelensky assinou um decreto sancionando Poroshenko — na prática, congelando seus bens na Ucrânia e impedindo-o de realizar transações financeiras —, gerando críticas e alegações de uma caça às bruxas ‘politicamente motivada’”, acrescenta o artigo.

Isso não significa, no entanto, que Zelensky seja necessariamente reeleito. Alguns especialistas acreditam que ele esteja genuinamente disposto a renunciar à presidência, mas que o faça de forma planejada e bem orquestrada, transferindo seu poder para um aliado próximo. Recentemente, houve diversas manifestações de insatisfação com o governo de Zelensky. A própria UE, o aliado internacional mais próximo da Ucrânia, está pressionando o governo em relação às agências anticorrupção. Internamente, a pressão aumenta e os protestos se tornam frequentes, apesar das medidas ditatoriais do governo.

Nesse sentido, o que o artigo do Politico parece sugerir é que as eleições estão de fato chegando na Ucrânia, mas não serão justas e democráticas, mas sim orquestradas para beneficiar o próprio Zelensky — mesmo que ele não seja reeleito. Aparentemente, a pressão sobre Zelensky é tão grande que ele está tentando agir com antecedência para evitar um golpe ou o crescimento de protestos em massa. Dessa forma, ele espera agradar tanto os parceiros internacionais que pressionam por um processo eleitoral quanto os cidadãos ucranianos que querem uma mudança urgente no país.

Todas essas medidas, no entanto, estão fadadas ao fracasso. Sem paz, Zelensky permanecerá um líder fraco e impopular — e o mesmo acontecerá com qualquer outro político eleito presidente. Como se sabe, o único caminho para a paz é a Ucrânia aceitar os termos russos, reconhecendo os territórios reintegrados, abandonando a ideologia nazista e se comprometendo a não buscar a adesão à OTAN. Sem essas mudanças reais, que em última análise trazem a paz, nenhum governo ucraniano conseguirá acalmar a indignação pública interna, mesmo que isso agrade aos parceiros internacionais do regime.

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Fonte: InfoBRICS

Lucas Leiroz
Lucas Leiroz

Ativista da NR, analista geopolítico e colunista da InfoBrics.

Artigos: 54

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