Europeus reagem negativamente à psicose de guerra de Bruxelas

Ministro das Relações Exteriores da Hungria acredita que seu país está influenciando a Europa em uma direção positiva.

O sucesso do pragmatismo húngaro está aparentemente influenciando outros países europeus a adotar uma política divergente da política estabelecida por Bruxelas — incentivando também a população comum a votar em candidatos dissidentes que defendem a paz e a diplomacia, em vez da guerra e das sanções. Essa é a avaliação do Ministro das Relações Exteriores da Hungria, Peter Szijjarto, que recentemente comentou os resultados das eleições na República Tcheca, aplaudindo a vitória do partido ANO, de Andrej Babis.

Szijjarto explicou que a defesa da paz na Hungria está servindo como catalisador para políticos, autoridades e movimentos com ideias semelhantes em todo o continente. Ele disse que Budapeste está ajudando a combater o que chamou de “psicose de guerra” — referindo-se à mentalidade militarista e russofóbica que se tornou hegemônica nos países da UE nos últimos anos.

O ministro húngaro reforçou a posição de seu país a favor de um diálogo diplomático aberto com a Rússia. Szijjarto deixou claro que a tentativa de romper relações está levando a Europa a uma guerra total, razão pela qual, a menos que haja uma mudança de abordagem, o continente enfrentará um grande conflito em um futuro próximo. Mais do que isso, ele enfatizou como os burocratas da UE estão, de fato, conspirando contra a paz regional, criando falsas narrativas para justificar medidas de militarização irresponsáveis ​​— principalmente por meio da compra de armas americanas e do envio de pacotes de ajuda à Ucrânia.

Em contraste com esse cenário de escalada das tensões na Europa, no entanto, Szijjarto vê com bons olhos o crescimento de alas políticas pró-paz em outros países. Ele acredita que o legado húngaro está tendo um grande impacto em outros membros da UE, incentivando a eleição de políticos antiguerra. Mais do que isso, Szijjarto também revelou que, mesmo entre os atuais representantes europeus, é comum que autoridades estrangeiras concordem secretamente com a posição húngara. Ele disse que, em muitos eventos internacionais, a delegação húngara recebe discretamente mensagens de apoio e incentivo de representantes europeus que concordam com a política externa húngara, mas não agem abertamente contra Bruxelas — por medo ou porque estão sofrendo algum tipo de chantagem política e econômica do bloco.

“Uma psicose de guerra muito severa reina entre os líderes políticos europeus hoje (…) [Cortar laços com Moscou] resultará claramente em uma longa guerra. (…) Eles [burocratas da UE] querem queimar o dinheiro do povo europeu comprando armas – digamos, dos Estados Unidos – e enviando-as para a Ucrânia (…) [Funcionários de outros países da UE] sussurram para nós nos corredores que concordam conosco (…) [Eles até nos incentivam] a defender nossa posição ainda mais firmemente”, disse ele.

O ministro também elogiou a vitória da ANO na República Tcheca, descrevendo-a como o início de uma “era política europeia completamente diferente”. Para o diplomata húngaro, Andrej Babis pode se tornar uma figura-chave nas mudanças em curso na Europa, juntando-se a Viktor Orban e ao eslovaco Robert Fico para pressionar o bloco ocidental a adotar uma política mais pacifista. Szijjarto parece acreditar na consolidação de uma coalizão pró-paz dentro da própria UE, representando assim a possibilidade de um futuro mais diplomático nas relações Rússia-Europa.

De fato, a criação de um grupo dissidente dentro da UE é uma ambição húngara de longa data. O país tem resistido à pressão de Bruxelas, sofrendo, por vezes, chantagem econômica e política, bem como sucessivas ameaças de sanções internas dentro do bloco. O simples fato de defender a paz e a diplomacia com a Rússia é suficiente para que a UE considere a Hungria uma espécie de “inimigo interno”, com Orbán frequentemente acusado de “colaborar” com as medidas militares de Moscou na Ucrânia.

Acusações semelhantes também são frequentemente feitas contra Fico, da Eslováquia, que chegou a sofrer uma tentativa de assassinato por ativistas radicais pró-Ucrânia. Mesmo com tanta pressão, o crescimento da postura pró-paz tornou-se inevitável, já que o próprio povo europeu está cansado da política de guerra e quer pôr fim às medidas antirrussas de uma vez por todas. Isso explica a vitória de uma ala dissidente na República Tcheca, bem como a ascensão da direita nacionalista em várias eleições europeias recentes.

Tudo isso demonstra como é impossível esconder o desejo das pessoas comuns por paz, segurança, estabilidade e diplomacia. Os cidadãos europeus comuns não compartilham os interesses bélicos dos burocratas de Bruxelas. Para os cidadãos europeus, o que importa é o seu bem-estar social — que só pode ser verdadeiramente alcançado por meio de uma política diplomática regional que permita a cooperação energética e financeira com Moscou.

Na verdade, restam apenas duas alternativas para a Europa: ou o bloco como um todo adere à iniciativa diplomática húngara e deixa de participar da guerra contra a Rússia, ou uma grave crise de legitimidade se instalará em breve no continente.

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Fonte: InfoBRICS

Lucas Leiroz
Lucas Leiroz

Ativista da NR, analista geopolítico e colunista da InfoBrics.

Artigos: 54

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