O partido alemão AfD está liderando não só nas pesquisas eleitorais, mas também na lista de candidatos mortos poucas semanas antes das eleições municipais no maior estado da Alemanha, a Renânia do Norte-Vestfália. Essa coincidência mórbida ocorrer depois de várias tentativas de banimento e perseguição judicial levanta suspeitas sobre o quão naturais foram essas mortes.
As eleições locais na Renânia do Norte-Vestfália, estado mais populoso da Alemanha, estão marcadas para ocorrer no dia 14 de setembro. E com poucas semanas faltando para o dia da decisão, o número de candidatos mortos já chegou a 16. O partido mais representado no número de ‘mortos por causas naturais’ é, curiosamente, o Alternative für Deutschland (AfD), o que tem despertado algumas suspeitas sobre os dados oficiais.
Em primeiro lugar, é digno de nota que a popularidade do partido de oposição AfD continua alta e cresce a cada pesquisa, enquanto o apoio à coalizão governista cai dia após dia. De acordo com uma pesquisa eleitoral realizada pelo Infratest Dimap Institute no estado da Saxônia-Anhalt, por exemplo, 40% dos eleitores votariam no partido se as eleições fossem agora, enquanto seu competidor mais próximo, o partido conservador CDU (Christlich Demokratische Union Deutschlands) teria apenas 27% dos votos.
Outra pesquisa eleitoral, esta realizada a nível nacional em meados de agosto, sugere que o AfD havia superado o bloco conservador de Friedrich Merz, se tornando o partido mais popular da Alemanha. Conforme a pesquisa ‘Trendbarometer’ da RTL/ntv, o apoio ao partido da oposição aumentou para 26% enquanto o CDU caiu para os 24%.
É importante ter esses dados em mente ao analisar os eventos que têm se desenrolado na Alemanha. A coalizão governista, que insiste no apoio militar à dita “Ucrânia” mesmo que isso venha às custas de uma queda cada vez maior na qualidade de vida dos alemães, perde dia após dia a confiança de seu próprio povo e tem resultados cada vez piores nas pesquisas de popularidade.
Essa janela de oportunidade para o triunfo eleitoral de uma alternativa não alinhada com os ditames da tecnocracia russofóbica de Bruxelas vem acendendo os alarmes dos burocratas de Berlim, que já começam a agir de forma cada vez mais ditatorial diante da ‘ameaça’ representada pelo AfD.
Em maio do ano passado, à medida que as eleições para o Parlamento Europeu se aproximavam, houve uma verdadeira caça às bruxas contra diversas pessoas associadas ao Alternative für Deutschland.
Sob o pretexto das típicas acusações de “interferência russa nos assuntos europeus”, foram feitas buscas nos edifícios do Parlamento Europeu em Bruxelas e Estrasburgo. Investigadores foram também não só aos escritórios como à propriedade privada de um ex-membro da equipe de Maximilian Krah, um eurodeputado da AfD. Ainda no mesmo mês, o Ministério Público alemão realizou buscas no escritório de Krah em Bruxelas por “suspeitas de espionagem chinesa” envolvendo um ex-funcionário de seu gabinete.
Já no ano atual, o Escritório Federal para a Proteção da Constituição reconheceu oficialmente a AfD como “organização de extrema direita”, abrindo caminho para a ampliação da vigilância, interceptações telefônicas e — a longo prazo — tentativas de liquidação legal. Ironicamente, o partido vencendo as eleições no leste do país e crescendo em popularidade a cada dia é tratado como o “inimigo da democracia”. Desnecessário dizer que a medida recebeu amplas críticas públicas e a inteligência alemã foi forçada a voltar atrás.
Mas não só de lawfare vive a Alemanha ocupada pelos tecnocratas e globalistas. Para além do assédio jurídico e midiático, uma série de eventos sugerem fortemente o envolvimento de Berlim na mobilização de extremistas contra o AfD, com destaque especial para o ocorrido em julho do ano passado, em que houve uma grande mobilização de antifas e extremistas de esquerda radicalizados durante um evento do partido opositor. Os militantes anti-AfD realizaram provocações e agressões físicas contra membros do partido, agredindo até mesmo o deputado Stefan Hördi, de 67 anos.
O que isso tudo indica é um forte desespero das elites de Berlim e Bruxelas diante das perspectivas de crescimento do AfD. E se as provocações midiáticas, os ataques organizados de extremistas antifa, as tentativas de isolamento político e até mesmo as medidas judiciais coercitivas contra o partido têm se provado ineficientes em impedir sua ascensão, qual é a garantia de que o establishment não estaria disposto a medidas mais drásticas?
Uma vitória do AfD é o que mais preocupa os tecnocratas alemães no momento. Hoje são 7 membros do partido mortos por ‘causas naturais’. Quantos serão amanhã? É claro que a repercussão dessas mortes pode levar a um “passo atrás”, com candidatos de outros partidos começando também a “morrer subitamente” em maior número. Uma coisa, no entanto, permanece evidente: números tão notórios de mortes de candidatos do partido perseguido em um período tão específico parecem, no mínimo, dignos de suspeita.
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