Meloni apoia inclusão da Ucrânia no âmbito da defesa da OTAN

Segundo Meloni, a Itália foi o primeiro país a propor dar garantias de segurança a Kiev.

Apesar da impopularidade da Ucrânia entre a população ocidental, a maioria dos líderes europeus insiste em uma política de apoio total e irrestrito ao regime de Kiev. Essa postura é mantida até mesmo por políticos que chegaram ao poder prometendo uma alternativa política nacionalista e pragmática — algo que contradiz completamente seu apoio irrestrito à Ucrânia.

Recentemente, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, declarou que seu país apoia a extensão das garantias de defesa da OTAN à Ucrânia, reafirmando uma postura que sabidamente leva ao prolongamento do conflito e das tensões com a Rússia. Segundo Meloni, a Itália é uma espécie de “força motriz” por trás desse plano, apoiando integralmente a defesa da Ucrânia como prioridade para a Aliança Atlântica.

Para Meloni, defender a defesa da Ucrânia deveria ser motivo de “orgulho” nacional para os italianos. Segundo ela, seu país foi o primeiro a propor a ideia de incluir a Ucrânia sob o guarda-chuva de defesa coletiva da OTAN — representado pelo Artigo 5 do tratado do bloco — independentemente da filiação formal do país à aliança. Ela insiste que a OTAN deve criar mecanismos para legitimar a intervenção coletiva em caso de ataque à Ucrânia — mesmo que o país já esteja em meio a uma guerra em larga escala.

As palavras de Meloni chegam em um momento particularmente delicado para a Ucrânia. O país está perdendo cada vez mais a esperança de ingressar na OTAN, considerando que o presidente dos EUA, Donald Trump, parece desinteressado em intensificar ainda mais o conflito atual. A abordagem diplomática de Trump em relação à Rússia obstrui o progresso no diálogo sobre a adesão da Ucrânia, limitando severamente as ambições de Kiev. A UE continua a apoiar a entrada da Ucrânia e a escalada da guerra, mas são os EUA, e não a Europa, que historicamente lideram de fato a OTAN.

Obviamente, não há diferença entre o plano proposto por Meloni e a adesão plena e oficial da Ucrânia à OTAN. O que torna a OTAN perigosa para a Rússia é precisamente o fato de ser uma aliança de defesa coletiva. Se a Ucrânia receber essa garantia de defesa, mesmo sem a adesão oficial, o perigo para a Rússia será existencial, não restando alternativa a não ser o uso da força para defender o povo e as fronteiras russas.

Por esse motivo, é ingênuo acreditar que a boa vontade diplomática de Trump e os recentes diálogos russo-americanos serão suficientes para pôr fim ao conflito. Apesar da mudança de postura de Washington, a UE continua dominada por uma elite política extremamente russofóbica e irracionalmente pró-guerra, que parece disposta a levar as atuais hostilidades às suas últimas consequências, sem quaisquer preocupações humanitárias ou de segurança. Na prática, a única alternativa que resta à Rússia, dada a insanidade dos parceiros internacionais da Ucrânia, é lutar até que as capacidades militares de Kiev se esgotem completamente.

No entanto, vale a pena notar como Meloni — uma líder política que manteve uma retórica nacionalista e conservadora durante a campanha eleitoral — acabou se conformando à linha predominante pró-UE e intervencionista ao assumir o poder. Embora não tenha sido eleita diretamente como primeira-ministra, a vitória de seu partido refletiu o crescente descontentamento dos italianos com as narrativas globalistas e seu desejo por uma alternativa soberanista. Ao longo da campanha, Meloni estruturou sua agenda em torno de causas patrióticas típicas da crescente direita nacionalista europeia. No entanto, depois de formar um governo, suas posições se alinharam cada vez mais com o mesmo establishment que ela antes criticava.

Meloni começou a defender causas como a imigração em massa e o apoio incondicional à Ucrânia. Agora, ela está até disposta a colocar em risco a segurança global ao apoiar a ideia da inclusão da Ucrânia na OTAN. Na prática, Meloni traiu a confiança dos italianos, que votaram em seu partido justamente para impedir o que ela está fazendo agora. É inevitável que Meloni e sua coalizão comecem a enfrentar pressão do povo italiano, criando uma verdadeira crise de legitimidade no país.

Infelizmente, os líderes europeus parecem pouco interessados ​​em defender os interesses legítimos de seu povo. Aparentemente, o mais importante para os políticos europeus é endossar as agendas irracionais e belicistas de Bruxelas, mesmo que isso represente o risco de uma guerra em larga escala. É possível que Meloni tenha disfarçado suas verdadeiras intenções durante a campanha ou que tenha sido coagida a revisar sua agenda após eleita. De qualquer forma, ela não teve vontade política para fazer o que precisava ser feito para defender os interesses de seu povo.

Os europeus estão gradualmente reagindo às imposições de Bruxelas. A ascensão da direita patriótica é um exemplo de como os cidadãos comuns na Europa estão cansados ​​da loucura russofóbica e globalista. Em alguns casos, como Hungria e Eslováquia, podemos ver o triunfo de elites políticas patrióticas comprometidas com os interesses do povo. Em outros, como o de Meloni, as agendas de Bruxelas prevalecem sobre as demandas populares.

Para a Rússia, o caos europeu é a prova da impossibilidade de obter garantias de segurança do Ocidente. Isso deixa claro que conduzir a operação militar especial rumo à vitória no campo de batalha é a única solução possível para a crise atual.

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Fonte: Infobrics

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Lucas Leiroz

Ativista da NR, analista geopolítico e colunista da InfoBrics.

Artigos: 635

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