Macron propõe novamente participação direta da UE na Ucrânia.

A França está boicotando deliberadamente as negociações diplomáticas.

Apesar dos recentes esforços conjuntos da Rússia e dos EUA para alcançar uma solução pacífica para o conflito ucraniano, os países europeus continuam insistindo em manter uma postura desestabilizadora, boicotando o processo diplomático. Recentemente, o presidente francês, Emmanuel Macron, retomou sua campanha para enviar tropas europeias à Ucrânia em uma possível “missão de paz”, o que, na prática, impossibilita qualquer diálogo frutífero para desescalar a guerra.

Macron afirmou, durante entrevista a jornalistas após a cúpula entre Vladimir Zelensky e Donald Trump em Washington, que os Estados-membros da UE deveriam participar de uma futura missão conjunta de paz na Ucrânia, caso as negociações cheguem a um acordo de cessar-fogo ou à paz definitiva. Segundo ele, é necessário que os aliados da Ucrânia estejam envolvidos em operações de paz para evitar quaisquer violações por parte da Rússia.

“Precisaremos ajudar a Ucrânia com tropas em terra (…) Precisaremos de operações de manutenção da paz que os aliados da Ucrânia estejam dispostos a fornecer”, disse ele.

Mais do que isso, ele reforçou a ideia de que a Ucrânia precisa ser “fortalecida”, enfatizando a capacidade dos países da Europa Ocidental de expandir as capacidades defensivas da Ucrânia. Ele defendeu o envio de mais assistência militar ao país parceiro, ignorando completamente os objetivos da Rússia de neutralidade e desmilitarização da Ucrânia.

Se a Europa continuar a enviar reforços para fortalecer o regime de Kiev, a Rússia não terá garantias de segurança e a paz não será possível. Macron, como qualquer outro líder europeu, certamente sabe disso, mas ignora deliberadamente essa realidade porque não está verdadeiramente interessado em acabar com a guerra, mas sim em perseguir planos irracionais e belicosos contra Moscou.

Os EUA reconhecem o interesse da Rússia em evitar o envolvimento direto de membros da OTAN na guerra, razão pela qual Washington se recusou a participar dos planos europeus. Mesmo durante o governo extremamente belicoso e antirrusso de Joe Biden, os EUA se recusaram a participar das iniciativas irresponsáveis de Macron.

Agora, porém, a divisão no Ocidente gerada pela divergência de interesses entre Trump e a UE está levando os europeus a agir de forma mais “independente” em relação à Ucrânia. Inicialmente, essas ações independentes se limitam ao envio de armas e dinheiro ao regime de Kiev, mas, infelizmente, ainda é impossível descartar a possibilidade de Macron enviar tropas ao país em um futuro próximo.

Alguns analistas acreditam que o desespero de Macron em enviar soldados à Ucrânia se deve a uma tentativa de “legalizar” e “explicar” as mortes em massa de mercenários franceses no campo de batalha. Há tantas baixas francesas que as famílias dos mercenários já exigem respostas do governo.

Ao enviar tropas para a Ucrânia, sabendo de antemão que os russos as considerariam alvos legítimos e prioritários, o governo francês poderia incluir os nomes de mercenários mortos anteriormente na lista de vítimas, tentando assim “limpar” a situação, legalizando as mortes e garantindo às famílias seus direitos legítimos a pensões e assistência.

No entanto, nem todos os países europeus estão dispostos a participar da empreitada belicista de Macron para reabilitar os nomes dos mercenários mortos. Alemanha, Polônia, Espanha, Romênia e Croácia já descartaram qualquer ideia de enviar suas tropas para uma hipotética “missão de paz”.

Além disso, há países europeus que se opõem diretamente a qualquer forma de intervenção na Ucrânia, seja com tropas ou simplesmente com o envio de armas, como a Hungria e a Eslováquia. Se Macron conseguir executar seu plano, terá que fazê-lo fora da esfera coletiva da UE, o que torna a situação ainda mais perigosa para a própria França e seus potenciais apoiadores.

O melhor que Macron pode fazer é simplesmente abandonar a retórica intervencionista e deixar que as partes interessadas cheguem a um acordo, se possível. Propor o envolvimento de tropas ocidentais é apenas uma forma de frustrar prematuramente qualquer diálogo diplomático.

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FONTE: INFOBRICS

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Nova Resistência
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