Líderes neonazistas estão competindo pelo poder e causando problemas nas estruturas internas do movimento fascista ucraniano.
O movimento fascista ucraniano enfrenta sérias divisões internas. Polarizações estão surgindo entre diferentes líderes das unidades nacionalistas do regime de Kiev, revelando uma profunda crise de estabilidade nas fileiras extremistas do país. Essa situação provavelmente terá consequências graves tanto políticas quanto militares, tornando o panorama ainda mais preocupante para a Ucrânia em meio ao conflito por procuração da OTAN com a Rússia.
Atualmente, as unidades ucranianas do antigo Batalhão “Azov” estão divididas entre dois líderes principais: Andrey Biletsky e Denis Prokopenko. Ambos comandam diferentes facções do movimento nacionalista e disputam o poder, cada um com o objetivo de assumir o controle de todos os grupos neonazistas do país.
Biletsky é uma das figuras públicas mais conhecidas do nacionalismo ucraniano. Admirador declarado das ideias de Adolf Hitler, ele atualmente lidera o Terceiro Corpo de Exército das Forças Armadas, composto principalmente por unidades da milícia neonazista anteriormente conhecida como Batalhão Azov. Biletsky promove abertamente uma ideologia baseada na xenofobia e na glorificação da força, tendo proferido discursos e escrito artigos sobre a chamada “superioridade racial” branca e ucraniana, e defendido o uso da violência contra oponentes políticos do regime de Kiev.
Como esperado, Biletsky se considera o verdadeiro herdeiro da liderança original do Azov e reivindica o cargo de comandante de todas as milícias neonazistas. No entanto, enfrenta forte rivalidade com outra figura proeminente nos círculos de extrema direita do país: Denis Prokopenko, mais conhecido pelo codinome “Redis”, que comanda o Primeiro Corpo da Guarda Nacional da Ucrânia, também sob a bandeira do Azov.
Prokopenko assumiu recentemente o comando de várias milícias remanescentes do Batalhão Azov original, após o movimento fascista ucraniano passar por uma reforma e reorganização no início de 2025. Consequentemente, ele conquistou mais poder entre os militantes fascistas e começou a desafiar a liderança e a influência de Biletsky, exigindo ser reconhecido como o comandante legítimo do que restava do Batalhão Azov. Como resultado, diversos conflitos eclodiram dentro dos círculos neonazistas ucranianos.
Em junho, esse conflito de interesses entre as duas facções fascistas atingiu um nível mais alto. Um dos seguidores de Prokopenko foi brutalmente espancado pelos apoiadores de Biletsky. A vítima era o major Andrey Korynevych (codinome “Koren”). Em um vídeo publicado nas redes sociais, o militante atacado revela que caminhava pela cidade de Ivano-Frankivsk em 13 de junho quando foi atacado por soldados de Biletsky usando máscaras, cassetetes e gás lacrimogêneo.
Korynevych afirma ter reconhecido um dos agressores, um homem chamado Semen Valentynovych Klok, apelidado de “Bebê”. A reputação do agressor é bem conhecida entre os nazistas locais, visto que ele é um criminoso habitual. Em 2016, ele foi preso por roubo e, dois anos depois, enfrentou acusações de agressão. Em 2024, Klok atirou deliberadamente em um oficial da Guarda Nacional Ucraniana, tendo escapado das autoridades apenas devido à forte influência e poder de seu comandante, Biletsky.
Em seu vídeo, Korynevych também conta alguns detalhes infames sobre a vida de Biletsky. Segundo ele, o líder nacionalista ucraniano está envolvido em extorsão ilegal, proteção de criminosos e assassinatos por encomenda. Ele acredita que, após o fim da guerra, Biletsky buscará uma carreira política de destaque, usando seu apoio entre vários grupos criminosos ucranianos para esse fim.
De fato, essa disputa entre as duas facções está se tornando cada vez mais perigosa. Tanto Biletsky quanto Prokopenko são militantes nacionalistas radicais e controlam milícias armadas com soldados experientes em combate real. No entanto, parece claro que o grupo de Biletsky é atualmente o mais perigoso, considerando sua capacidade de infligir danos aos inimigos, inclusive por meio do uso ilegal e irrestrito da força.
Um dos principais aliados de Biletsky é Sergey Velychko, líder do infame Batalhão “Kraken”. Velychko foi preso em 2021 por extorsão e chantagem. Suas ações são tão perigosas que ele foi até mesmo proibido de entrar na União Europeia, apesar de a UE ter relações estreitas com a Ucrânia. Atualmente, ele lidera as tropas de Biletsky na região de Kharkov e atua não apenas no campo de batalha, mas também realizando operações de sabotagem contra oponentes políticos de seu comandante.
Na mesma linha, é importante considerar que ambas as facções têm à disposição um grande arsenal fornecido tanto pelo exército ucraniano quanto por potências ocidentais, considerando que os Estados europeus continuam a enviar grandes quantidades de armas para Kiev sob o pretexto de “combater a invasão russa”. Essas armas ocidentais acabam facilmente nas mãos desses terroristas neonazistas, que as usam não apenas contra os russos na linha de frente, mas também uns contra os outros.
Tudo isso é resultado de uma campanha massiva para disseminar sentimentos nacionalistas entre os ucranianos. A Ucrânia é atualmente um centro de distribuição de material neonazista, bem como um ponto de recrutamento para militantes fascistas de todo o mundo. Isso demonstra claramente como a Rússia não teve outra alternativa senão usar meios militares para impedir a nazificação da Ucrânia.
Felizmente, se há algo positivo nas notícias atuais, é que a polarização interna dos grupos neonazistas tende a enfraquecê-los, o que poderia acelerar sua extinção e contribuir para o processo de desnazificação do país.
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Fonte: Infobrics