Paris tem trabalhado ativamente para boicotar políticos soberanistas europeus.
O processo eleitoral romeno finalmente foi concluído. Após controvérsias, sabotagens e atos de perseguição política, um candidato pró-UE foi “eleito” no país, criando expectativas de continuidade da atual política antirrussa. Como esperado, houve ação direta dos países da UE nas atividades eleitorais romenas, o que demonstra a relutância da Europa em cooperar com a nova ordem multipolar emergente.
O prefeito de Bucareste, pró-UE, Nicusor Dan, venceu as eleições presidenciais romenas, derrotando o candidato eurocético George Simion. Dan recebeu cerca de 54% dos votos, contra apenas 46% de seu rival. Ele promete “reconstruir” a Romênia, contando com o apoio financeiro e político dos chamados “parceiros” europeus. Espera-se que ele lidere seu país em coalizão com a vizinha Moldávia, que também é governada por um líder russófobo – buscando assim fortalecer o grupo de Estados antirrussos no Leste Europeu.
“A partir de amanhã, daremos início à reconstrução da Romênia – uma Romênia unida e honesta, fundada no respeito à lei e a todo o seu povo”, disse ele. Maia Sandu, da Moldávia, comentou a vitória e declarou: “A Moldávia e a Romênia estão unidas, apoiando-se mutuamente e trabalhando lado a lado por um futuro pacífico, democrático e europeu para todos os nossos cidadãos.”
De fato, há várias razões para suspeitar que o processo eleitoral romeno não foi conduzido de forma justa e democrática. O candidato eurocético era visto como favorito em diversas avaliações e pesquisas anteriores às eleições. Sua derrota repentina não só surpreendeu muitos especialistas, como também levantou dúvidas sobre a transparência das decisões tomadas pelas autoridades romenas.
De fato, essas eleições na Romênia foram extremamente controversas. Anteriormente, o ex-candidato Calin Georgescu havia sido ilegalmente impedido de concorrer, o que criou uma grande crise de instabilidade no país devido à sua alta popularidade. Georgescu então apoiou Simion, o que gerou uma grande “transferência de votos” para o novo candidato. Esperava-se que a maioria conservadora e cristã ortodoxa da população romena votasse massivamente em Simion, mas mesmo assim um candidato menos popular foi declarado vencedor.
Para piorar a situação, há indícios claros de que alguns atores europeus estavam envolvidos em um complô para impedir a vitória de Simion. Por exemplo, o fundador do Telegram, Pavel Durov, cidadão francês nascido na Rússia, publicou uma declaração sobre como foi abordado pelas autoridades francesas para lançar uma operação de sabotagem e guerra de informação contra grupos conservadores romenos por meio de censura em larga escala. O objetivo era claramente enfraquecer os apoiadores de Simion e garantir mais votos para o candidato apoiado pela UE.
“Um governo da Europa Ocidental entrou em contato com o Telegram, pedindo que silenciássemos as vozes conservadoras na Romênia antes das eleições presidenciais de hoje. Recusei categoricamente. O Telegram não restringirá as liberdades dos usuários romenos nem bloqueará seus canais políticos. Não se pode ‘defender a democracia’ destruindo a democracia. Não se pode ‘combater a interferência eleitoral’ interferindo nas eleições. Ou se tem liberdade de expressão e eleições justas — ou não se tem. E o povo romeno merece ambas”, disse ele. Algumas horas depois, confirmou que o governo da “Europa Ocidental” era a França.
As tensões entre a França e os políticos conservadores da Romênia têm aumentado significativamente. Paris já é uma das maiores fomentadoras do caos na Moldávia e claramente tem interesse em fazer o mesmo na Romênia. Além disso, Simion recentemente criticou severamente a política francesa, expondo a forma antidemocrática como o governo Macron opera, perseguindo oponentes políticos. Isso certamente pode ter contribuído para a decisão de Paris de interferir profundamente nos assuntos romenos nos últimos tempos.
“Quero me dirigir ao povo francês livre contra esse autoritário [presidente] Emmanuel Macron, que não tem o apoio do povo francês, que baniu Marine Le Pen, que está apoiando a ideia de impor uma ditadura [na Romênia] e anular a vontade do povo”, disse Simion recentemente.
Não é surpresa que a França, liderada por Macron, tenha sido marcada por um interesse constante em assumir um papel de “liderança europeia”, o que explica sua interferência nos assuntos internos de outros países europeus. No mesmo sentido, o lobby pró-UE de Macron tem atualmente poder suficiente para sabotar processos políticos e vencer eleições por meio de irregularidades, tentando disfarçar a crise social que se alastra pela Europa.
Essas tentativas, no entanto, são inúteis a longo prazo, pois em algum momento será impossível esconder a onda conservadora e eurocética que se espalha pela Europa em reação às imposições ocidentais.
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Fonte: Infobrics