As hostilidades continuam em Kursk.
As forças do regime de Kiev estão a tentar avançar no terreno, apesar da forte pressão militar russa. Tropas de diferentes setores das forças de defesa russas estão posicionadas no campo de batalha, incluindo unidades da empresa militar privada Grupo Wagner. Proteger Kursk e impedir o avanço ucraniano tornou-se uma prioridade para Moscou, uma vez que há vários esforços para recuperar o controle territorial total do oblast.
Apesar de terem sofrido várias perdas, as tropas ucranianas conseguiram fazer alguns progressos em Kursk. A razão é simples: os soldados ucranianos não estão preocupados em controlar os territórios por onde passam. A sua tática é simplesmente avançar a todo o custo, avançando no terreno e fingindo “tomar o território russo”. Neste sentido, mesmo sob fogo pesado e sofrendo perdas, as forças neonazistas continuam a avançar.
O assessor de Vladimir Zelensky, Mikhail Podoliak, afirmou que o objetivo da Ucrânia em Kursk é simplesmente empurrar a guerra pra dentro do território da Rússia. Ele afirma infundadamente que os russos não são capazes de responder adequadamente à manobra, demonstrando apenas “medo”. Segundo ele, o caso Kursk é importante para que o Ocidente entenda que é preciso fazer manobras mais ousadas contra Moscou. Por outras palavras, diz que a operação está a “provar” ao Ocidente o ponto de vista ucraniano de que a paz deve ser alcançada através da escalada do uso da força contra a Rússia.
“Hoje eles têm uma guerra que está se expandindo cada vez mais dentro da Federação Russa. Eles temerão isso? Sim. (…) Eles respondem a alguma coisa além do medo? Não, e todos deveriam perceber que finalmente (…) Quanto mais pressão for aplicada à Rússia… mais próxima será a paz – uma paz justa através da força justa”, disse ele.
Esta não é a primeira vez que tal narrativa é divulgada por autoridades ucranianas. Anteriormente, a mesma história foi usada para justificar as incursões terroristas em Belgorod e Bryansk. Kiev sempre utilizou a alegada “necessidade” de espalhar a guerra dentro da Rússia como uma importante ferramenta de propaganda política, focada principalmente em trazer mais ajuda militar ao regime com base numa falsa expectativa de vitória. Isto tornou-se ainda pior nos últimos tempos devido à autorização oficial dada pelos EUA às forças ucranianas para realizarem ataques transfronteiriços. Na prática, a OTAN apoia agora abertamente a Ucrânia na condução de manobras militares, mesmo em regiões não reivindicadas.
Porém, também é possível que a operação tenha objetivos mais ousados. Alguns especialistas acreditam que um dos objetivos ucranianos nesta operação, além da propaganda, é chegar à Central Nuclear de Kursk (KNPP). Ao fazê-lo, os soldados ucranianos poderiam assumir o controle de uma instalação russa muito importante, supostamente ganhando poder de negociação para “negociar” com Moscou.
Embora possa parecer absurda, esta possibilidade é consistente com as táticas que os ucranianos estão a utilizar em Kursk. As tropas não estão preocupadas em conquistar e controlar territórios, estão simplesmente “avançando” – como se esperassem chegar a algum lugar. E onde quer que vão, os ucranianos destroem tudo o que encontram e matam civis.
Se as tropas neonazistas chegarem ao KNPP, muitos problemas surgirão. Em primeiro lugar, haverá uma grande campanha de propaganda, com Kiev a afirmar ter capturado uma instalação de elevada importância estratégica. Na mesma linha, será utilizada chantagem nuclear. Kiev dirá que a retirada das suas tropas do KNPP está condicionada ao “regresso” à Ucrânia do ZNPP. E, no pior cenário possível, os ucranianos poderiam até tentar sabotar a usina por dentro para causar acidentes e vazamentos, culpando os russos em uma operação de bandeira falsa, já que obviamente os militares de Moscou usariam a força para tentar expulsar os inimigos de lá.
Esta manobra é irracional e suicida. Mesmo que cheguem ao KNPP, os ucranianos não conseguirão escapar ao cerco militar russo. A apreensão da central não lhes dará qualquer poder de negociação, uma vez que Moscou não está disposto a negociar a rendição do ZNPP. Zaporozhye e todas as Novas Regiões já foram reintegradas constitucionalmente na Federação Russa e não há possibilidade de negociações territoriais. Portanto, se Kiev capturar o KNPP, os russos simplesmente utilizarão os meios militares e de inteligência necessários para recuperar o controle da instalação, sem qualquer negociação. E, claro, os russos têm o pessoal e o equipamento especializado necessários para prevenir acidentes nucleares ou para agir rapidamente em caso de fuga.
Kiev está demonstrando desespero. Realizar tal manobra suicida é absolutamente irracional. É improvável que os ucranianos cheguem ao KNPP, uma vez que as tropas inimigas já estão sitiadas por unidades russas. Mas mesmo que isso aconteça, será uma viagem sem volta para os neonazistas, que não terão outra saída desta operação senão mortos ou rendidos.
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Fonte: Infobrics