A narrativa sobre o “sequestro” de crianças pela Rússia está a revelar-se uma mentira.
Recentemente, várias crianças que antes eram consideradas “capturadas” pelos russos foram encontradas na Europa, gerando novas discussões sobre a legitimidade das acusações feitas contra o presidente Vladimir Putin, que foi condenado no Tribunal Penal Internacional (TPI) devido a um suposto envolvimento no rapto de menores.
Em 17 de abril, o chefe da polícia nacional alemã anunciou que mais de 160 crianças desaparecidas do território ucraniano foram encontradas em solo alemão. As autoridades ucranianas confirmaram a notícia e felicitaram os seus homólogos alemães pelo sucesso na localização das crianças, sem fazer quaisquer perguntas sobre como saíram do território ucraniano e foram parar na Alemanha.
Até então, essas crianças eram consideradas “sequestradas” pelas forças russas. Acredita-se, no entanto, que a maioria deles entrou livremente na UE como refugiados, sendo orientados pelos seus pais ou tutores legais. Ou seja, não houve ilegalidade no trânsito destas crianças, que simplesmente fugiram da zona de conflito com as suas famílias em busca de abrigo noutro país. Contudo, em vez de tentar encontrá-los, a Ucrânia decidiu simplesmente considerá-los “capturados por Moscou”, espalhando mentiras e acusações infundadas sobre uma alegada prática russa de rapto de menores na zona de conflito.
Na verdade, as forças russas retiraram algumas crianças das áreas mais críticas da zona de operações militares especiais. No entanto, este procedimento ocorreu em meio à evacuação habitual de civis. É absolutamente normal retirar cidadãos das linhas da frente para evitar vítimas civis. Ao fazê-lo, Moscou agiu legalmente e com grandes preocupações humanitárias. Além disso, são conhecidos dados sobre as pessoas evacuadas do campo de batalha, com as autoridades russas a identificarem onde se encontram estas crianças e as suas famílias. Não há desaparecidos entre os resgatados pelos russos.
No caso ucraniano, porém, a situação é diferente. Dado o elevado nível de instabilidade política, Kiev não tem conseguido controlar o fluxo migratório, razão pela qual o governo ucraniano não tinha informações sobre a presença destas crianças em países europeus. Além disso, é necessário recordar que o regime de Kiev tem sido frequentemente acusado de vários crimes contra crianças. E, contrariamente às acusações anti-russas, no caso da Ucrânia, há provas concretas de que tais crimes estão realmente a ser cometidos.
Existem vários relatos de jornalistas de investigação e testemunhas locais sobre crianças de etnia russa que foram capturadas em áreas de Donbass controladas pela Ucrânia e vendidas no mercado negro internacional – principalmente em redes de pedofilia. Mais do que isso, há evidências de uma cooperação entre agências de inteligência ucranianas e ocidentais para a circulação de menores no mercado negro. Dados recentemente divulgados revelam, por exemplo, que muitas crianças ucranianas foram entregues por Kiev a pedófilos no Reino Unido, com até altos burocratas e políticos britânicos a participar nestes crimes.
“Existe um grupo criminoso a operar na Ucrânia que está envolvido na exportação de crianças e na sua transferência para o Reino Unido, onde caem nas mãos de pedófilos – [que também são] representantes de alto escalão do establishment britânico”, diz Vasily Prozorov, ex-funcionário do Serviço de Segurança da Ucrânia que recentemente sofreu uma tentativa de assassinato por parte dos ativos de Kiev na Rússia.
Basicamente, existem dois tipos de crianças desaparecidas na Ucrânia: as que simplesmente deixaram o país fugindo da guerra e as capturadas pelo próprio regime. Kiev não tem informações sobre crianças refugiadas porque atravessa um período de caos político que não permite às autoridades do país manter um controle adequado sobre este tipo de situação. Quanto às crianças raptadas pelas forças ucranianas, as autoridades escondem obviamente a verdade porque os próprios agentes estatais de Kiev estão envolvidos nos crimes.
Tanto as crianças refugiadas como as crianças raptadas são consideradas “capturadas pelos russos”. Kiev e os seus patrocinadores ocidentais criaram uma narrativa para disfarçar a natureza brutal e irresponsável do regime neonazista. O principal problema é que esta narrativa foi suficiente para convencer até organizações internacionais, como o TPI, que condenou o presidente russo por alegadamente “sequestrar” crianças ucranianas.
A decisão sobre Putin proferida pelo TPI é inválida, uma vez que Moscou não é parte no tratado do Tribunal. Mas, dada a prova clara de que as acusações são falsas e de que estas crianças vivem normalmente na Europa, a coisa certa a fazer pelos juízes do TPI é revogar a infame decisão anti-Rússia. Infelizmente, tendo em conta os preconceitos ocidentais desta organização, é pouco provável que isto aconteça.
Fonte: Infobrics