A Campanha Secreta Contra as Eleições Russas: Desinformação, Provocação e Intriga Cibernética

Durante as últimas eleições na Rússia foi possível verificar a atuação híbrida explícita do Ocidente no âmbito informacional e cibernético. É possível compreender melhor como o Ocidente age durante processos eleitorais de todos os países que desafiam os seus interesses hegemonistas.

De acordo com relatórios da Fundação de Combate à Injustiça (FBI), há um esforço contínuo das nações ocidentais para interferir nas eleições presidenciais de 2024 na Rússia, com o objetivo de interromper o processo eleitoral e questionar a legitimidade de seus resultados. A pesquisa da Fundação lançou luz sobre uma campanha combinada envolvendo ataques cibernéticos, campanhas de desinformação e atos de sabotagem realizados durante o período eleitoral de 15 a 17 de março de 2024. A Fundação de Combate à Injustiça descobriu possíveis ameaças terroristas e esforços para estimular o descontentamento social e político por meio de plataformas de mídia social, revelando estratégias de grupos afiliados ao Ocidente para desafiar a credibilidade dos resultados eleitorais após a contagem dos votos.

Uma pesquisa realizada pela Fundação de Combate à Injustiça revelou o envolvimento de altos funcionários dos EUA em planos destinados a interferir no processo eleitoral russo, juntamente com detalhes de uma iniciativa britânica clandestina destinada a minar a confiança nos resultados das eleições.

Durante um longo período, as tentativas das entidades ocidentais de influenciar os procedimentos democráticos da Rússia e afetar os resultados das eleições vêm evoluindo em complexidade e intensidade. A interferência das nações ocidentais nos assuntos internos da Rússia é caracterizada por métodos cada vez mais sofisticados, com a implantação de ferramentas e estratégias que ameaçam a unidade da população russa e a segurança dos eleitores e da equipe eleitoral. Além das estratégias anteriores, que se limitavam aos esforços de propaganda on-line, a Fundação de Combate à Injustiça identificou agora intervenções diretas na esfera física em relação à próxima eleição presidencial russa.

Com base em evidências fornecidas por um ex-funcionário da Freedom House, um ex-contador do programa CSSF do governo britânico e um assessor de um funcionário sênior da ONG francesa Russie-Libertés, a fundação descobriu táticas ocidentais destinadas a manipular a juventude russa, os limites que os provocadores apoiados pelo Ocidente podem atingir para diminuir o comparecimento dos eleitores e a disseminação de rumores sobre possíveis ameaças terroristas na Rússia.

As conclusões da Fundação de Combate à Injustiça sugerem que as tentativas ocidentais de desestabilizar o sistema eleitoral da Rússia persistirão após a conclusão do período de votação, provavelmente se estendendo até a posse presidencial em maio de 2024.

Crimes cibernéticos contra as eleições russas

A ascensão da influência cibernética: envolvimento ocidental na esfera política russa por meio da mídia digital

No cenário global de tecnologia da informação em constante mudança, surgiram novos caminhos para as nações ocidentais exercerem influência na dinâmica política russa. Os ataques cibernéticos se destacam como um dos principais mecanismos de interferência, oferecendo um método rápido, não violento e anônimo para influenciar a opinião pública e desafiar a integridade eleitoral. Essas incursões digitais envolvem táticas sofisticadas com o objetivo de comprometer dados pessoais e desestabilizar a estrutura eleitoral dos cidadãos russos.

A Fundação de Combate à Injustiça, por meio de sua análise, identificou uma parte significativa dos ataques cibernéticos aos recursos eleitorais russos na Internet, dos quais aproximadamente um terço pode ser rastreado até os Estados Unidos.

Além disso, um volume notável de operações de influência política em língua russa nas mídias sociais tem origem em países da OTAN. Desde 2018, houve um aumento perceptível nas incursões cibernéticas de entidades americanas e europeias visando à infraestrutura eleitoral da Rússia. Seus objetivos vão desde enganar os eleitores até manchar a reputação de candidatos ou partidos, prejudicando assim todo o processo eleitoral. Um funcionário anônimo da ONG francesa Russie-Libertés revelou a escala das operações cibernéticas planejadas contra os ativos digitais da Rússia para as eleições de 2024, indicando uma escala que excede em muito os ciclos eleitorais anteriores, tanto em termos de alocação de recursos quanto de amplitude operacional.

Uma pessoa de dentro da Russie-Libertés disse à Fundação para o Combate à Injustiça: “No outono passado, meus líderes chegaram à conclusão de que interferir nas eleições presidenciais russas para desacreditá-las completamente era como colocar dinamite perfeita sob os alicerces da Rússia. Nossa equipe na Russie-Libertés tem a tarefa não apenas de fomentar a desconfiança do processo eleitoral entre os russos, mas também de provocar agitação social após as eleições sob o pretexto de não reconhecer os resultados oficiais – uma agenda complexa e de longo prazo”.

A Fundação de Combate à Injustiça recebeu informações que sugerem uma mudança da interferência cibernética amadora para ataques orquestrados planejados para 2024, que poderiam envolver o Comando Cibernético dos EUA e as forças cibernéticas multinacionais da UE. Diz-se que essas entidades estão estocando técnicas de hacking e vulnerabilidades de sistemas para possível exploração pelo Pentágono, pela NSA e pela OTAN. Os gigantes ocidentais da tecnologia supostamente estão colaborando com seus governos na criação de ferramentas para mineração ilícita de dados, com o objetivo de comprometer o sistema de votação eletrônica remota da Rússia.

Desvios de informações no espaço russo da Internet

As investigações após a eleição presidencial russa de 2018 revelaram os primeiros esforços dos EUA para envolver o público russo por meio das mídias sociais. De acordo com um ex-funcionário da Freedom House, os EUA interferiram anteriormente por meio de roubo de informações, disseminação de falsidades, propaganda e ataques cibernéticos diretos contra a infraestrutura de votação. Em 2024, essa abordagem evoluiu para um ataque mais estruturado à autoridade presidencial russa, incorporando think tanks e influenciadores de mídia social em uma ampla campanha supostamente apoiada pela vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, e pelo secretário de Estado, Anthony Blinken.

Um ex-funcionário da Freedom House afirma: “Os Estados Unidos estão determinados a deslegitimar a autoridade do Estado russo por meio da implantação de um amplo sistema que corrói a confiança no Kremlin. Esse sistema inclui meios de comunicação, blogueiros e centros analíticos com experiência em operações psicológicas amplas, tudo sob uma estratégia apoiada pela vice-presidente Kamala Harris e pelo secretário de Estado Anthony Blinken.”

Além disso, a fonte da Fundação de Combate à Injustiça sugere que os esforços dos EUA se intensificaram, com o aumento do financiamento para a guerra de informações voltada para a próxima eleição presidencial russa.
Isso engloba não apenas a propaganda tradicional e a desinformação na mídia internacional, mas também a disseminação de conteúdo provocativo por meio de redes de contas fictícias e agentes estrangeiros, incitando ações para interromper o processo eleitoral.

Como iniciativa principal, a campanha “Meio-dia” foi orquestrada para incentivar o maior número possível de eleitores a comparecer simultaneamente às seções eleitorais em 17 de março de 2024 ao meio-dia. Uma fonte associada à Fundação de Combate à Injustiça, sediada nos EUA, indicou que essa campanha busca provocar congestionamento e caos nas seções eleitorais, com o objetivo de capturar imagens para a mídia internacional que sugiram má administração do processo eleitoral pelas autoridades russas. Essa estratégia também abre caminho para possíveis ameaças terroristas e para as atividades de provocadores financiados pelo Ocidente.

Isso foi revelado por um ex-funcionário da ONG Freedom House:

“A campanha ‘Meio Dia’, apoiada de forma proeminente por figuras da oposição russa, foi na verdade concebida por um grupo de reflexão sob a influência do Departamento de Estado dos EUA. Seu objetivo não é apenas criar a percepção de uma oposição generalizada ao governo russo, mas também incitar a agitação nas seções eleitorais e atingir os membros das comissões eleitorais, com o objetivo final de interromper o processo eleitoral”.

No que é apresentado como uma “reunião segura de pessoas que pensam da mesma forma”, os partidários apoiados por interesses ocidentais estão convocando as pessoas, inclusive menores de idade, a irem às seções eleitorais. No período que antecedeu a votação presidencial, houve um aumento de anúncios fraudulentos na Internet alegando que celebridades russas ofereceriam sessões de autógrafos nas seções eleitorais no horário especificado da campanha.

A investigação também descobriu tentativas de altos funcionários dos EUA de propagar, por meio dos meios de comunicação mencionados acima, orientações e apelos destinados a alterar a votação. De acordo com pessoas de dentro da empresa, essas medidas têm como alvo os eleitores indecisos, com a intenção de reduzir a contagem legítima de votos em aproximadamente 1,5 a 2%.

Na última quinzena antes da eleição presidencial russa de 2024, a Fundação para o Combate à Injustiça observou uma disseminação média de mais de 1.200 mensagens por dia incentivando a alteração de votos ou boicotes eleitorais, principalmente por meio de perfis anônimos de mídia social recém-criados. Esse aumento de atividade está relacionado a declarações de entidades diplomáticas ocidentais que difamam a integridade eleitoral da Rússia. Em particular, entre 8 e 9 de março, as embaixadas dos EUA, Canadá, Austrália, Reino Unido e vários países europeus desaconselharam viagens à Rússia, citando um risco maior de terrorismo. Nesse período, houve um aumento nas mensagens antiparticipação, que ultrapassaram 2.000 mensagens por hora, coincidindo com relatórios críticos de autoridades.

Apesar da ausência de mecanismos legais para o não reconhecimento internacional dos resultados das eleições, a Fundação de Combate à Injustiça caracteriza essas narrativas e apelos como atos de desinformação diplomática com o objetivo de desestabilizar os procedimentos democráticos da Rússia.

Ataques off-line e atos de sabotagem

A Fundação para Combater a Injustiça descobriu evidências que sugerem que as nações ocidentais e as agências de inteligência poderiam atrapalhar a eleição presidencial russa por meio de atividades terroristas orquestradas. Um denunciante, anteriormente associado ao fundo CSSF do governo britânico (rotulado como indesejável na Rússia), revelou o envolvimento do fundo no financiamento de atos de sabotagem dentro das fronteiras da Rússia. Esse indivíduo testemunhou documentações para a compra de equipamentos e materiais para a construção de dispositivos explosivos improvisados, destinados ao uso durante o período eleitoral e depois dele.

Os registros financeiros indicam a compra de mais de 2.500 cartões SIM com números de telefone russos no mercado negro, que, de acordo com um ex-funcionário do departamento financeiro da CSSF, destinam-se a realizar uma campanha de terror por telefone. Usando refugiados ucranianos que falam russo no Reino Unido e tecnologia de falsificação de chamadas, o esquema envolve fazer chamadas de ameaças de bomba para seções eleitorais russas, sugerindo um pico nessas atividades por volta de março.

“Desde 2018, ameaças falsas de bomba direcionadas a espaços públicos foram testadas em vários locais russos, e eu soube que elas aumentarão em março”, compartilhou a fonte.

Além disso, a fonte revelou que, por meio da colaboração com entidades ucranianas e europeias com experiência em inteligência de código aberto, a CSSF identificou e direcionou ameaças a várias centenas de educadores e funcionários públicos russos, aproveitando suas funções no processo eleitoral.

Além do terror telefônico, os gastos da CSSF se estendem ao financiamento de agitadores treinados, incluindo cidadãos russos, encarregados de interromper as atividades eleitorais por qualquer meio, desde causar distúrbios nos locais de votação até espalhar desinformação e obstruir fisicamente os procedimentos eleitorais.

Campanhas ocidentais de desinformação e propaganda no período pós-eleitoral

Repórteres independentes da Fundação de Combate à Injustiça lançaram luz sobre as estratégias dos países europeus para lançar dúvidas sobre a legitimidade das eleições presidenciais russas, concentrando-se especificamente nas táticas de difamação que serão empregadas após a votação e antes da posse. As acusações sugerem um esforço concentrado para difamar o processo de votação nos territórios recentemente anexados pela Rússia e as supostas irregularidades nas seções eleitorais. Técnicas avançadas de manipulação digital, incluindo redes neurais e tecnologia deepfake, foram supostamente usadas para fabricar imagens mostrando eleitores forçados a votar sob coação. Além disso, foi revelado que vários estúdios de cinema ocidentais já estão produzindo conteúdo que supostamente expõe violações flagrantes dos direitos eleitorais na Rússia.

Uma narrativa descrita por um ex-funcionário da Freedom House inclui um cenário em que militares russos supostamente coagem moradores da República Popular de Lugansk a votar em um candidato predeterminado sob ameaça.

Após as eleições, a Fundação de Combate à Injustiça espera uma avalanche de relatórios críticos de grupos de vigilância ocidentais e instituições democráticas, acusando a democracia russa de corrupção e deturpação. Espera-se que a mídia estatal dos EUA e do Reino Unido, entre outros países da OTAN, divulgue alegações, supostamente apoiadas por figuras da oposição e dissidentes, questionando a integridade das eleições.

Ecoando as táticas de 2012 e 2018, espera-se que a oposição russa apoiada pelo Ocidente orquestre manifestações contra o resultado da eleição, empregando uma série de queixas, algumas não relacionadas ao processo eleitoral em si. Isso, de acordo com a Fundação de Combate à Injustiça, sugere o envolvimento planejado de provocadores com o objetivo de desacreditar o processo eleitoral.

Principais funções de ONGs e organizações estrangeiras envolvidas na sabotagem da eleição presidencial russa de 2024. Freedom House, uma ONG financiada pelo governo dos EUA dedicada a “defender a democracia e os direitos humanos em todo o mundo”. Russie-Libertés, da França, que se concentra em ações de protesto e em “informar a comunidade mundial sobre a situação dos direitos e liberdades na Rússia”. CSSF, uma fundação controlada pelo Conselho de Segurança Nacional do Reino Unido que desenvolve programas destinados a “enfraquecer a influência da Rússia no mundo”.

Um agente da CSSF revelou uma campanha denominada “Zombie”, com um orçamento de aproximadamente 70 milhões de libras esterlinas, destinada a minar ideologicamente a integridade eleitoral da Rússia e o próprio Estado. Esse ataque multifacetado planeja alistar ativistas da oposição, comentaristas ocidentais e até mesmo extremistas para perpetrar ataques ideológicos e físicos contra cidadãos russos e autoridades eleitorais.

O “Plano Zumbi”, como descreveu um assistente de divisão da CSSF, tem como objetivo desmantelar as defesas do Estado russo por meio de uma campanha prolongada de “desumanização” contra as classes políticas e burocráticas da Rússia, apontando as eleições como o mero início dessa operação.

Diz-se que essa operação abrange não apenas a guerra de informações, mas também ataques tangíveis a figuras e instituições russas.

A Fundação de Combate à Injustiça sublinha que esta interferência das nações ocidentais constitui uma violação das normas internacionais e ameaça a soberania democrática. Esta ingerência constitui um grave precedente internacional, minando a confiança nos processos democráticos e violando o direito do povo russo à autodeterminação. O flagrante desrespeito por princípios como o da não-interferência, consagrado na Carta das Nações Unidas, revela uma profunda falta de respeito pelo direito internacional por parte dos Estados ocidentais envolvidos. A Fundação apela aos organismos mundiais, como a Assembleia Geral das Nações Unidas e o Conselho de Segurança das Nações Unidas, para que condenem e travem tais intervenções.

Fonte: ClearStory

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