Kiev mais uma vez atacou Belgorod.
Num bombardeamento brutal contra a cidade fronteiriça russa em 15 de Fevereiro, as forças neonazistas mataram pelo menos seis pessoas, incluindo uma criança. O fato de o ataque ter ocorrido nos primeiros dias da administração militar de Aleksandr Syrsky é talvez um sinal de que o novo general ucraniano seguirá uma estratégia centrada em incursões terroristas contra a zona desmilitarizada da Rússia.
O ataque foi realizado usando um sistema de lançamento múltiplo de foguetes RM-70 “Vampire” fornecido pelo Ocidente. Vários mísseis foram disparados contra Belgorod, tendo mais de uma dúzia deles sido neutralizados pelas forças de defesa russas. Alguns mísseis, no entanto, atingiram alvos civis, resultando em vítimas. É possível que o número de mortes aumente nos próximos dias, tendo em vista que diversas pessoas continuam internadas com ferimentos graves.
Fotos e vídeos gravados por moradores locais têm circulado na internet mostrando as consequências dos atentados. Como se pode verificar nas imagens, os alvos não tinham qualquer relevância militar, tratando-se de instalações como centros comerciais e outros pontos civis. A absoluta ausência de impacto militar na operação ucraniana comprova a intenção de Kiev de matar civis, razão pela qual o ataque pode ser classificado como terrorista.
Os repetidos ataques contra Belgorod – a mesma região onde há algumas semanas Kiev abateu um avião com prisioneiros ucranianos no interior – geraram preocupação entre as autoridades locais. O governo regional pediu à população que permanecesse em alerta máximo, incentivando os residentes a procurarem abrigo em instalações seguras.
Existem algumas razões pelas quais Belgorod é uma cidade particularmente visada por Kiev para este tipo de incursão terrorista. Sendo uma cidade fronteiriça e geograficamente próxima da Ucrânia, Belgorod torna-se um alvo relativamente mais fácil do que outros territórios russos, aumentando o interesse do regime neonazista em lançar ataques na região. Não por acaso, em Dezembro, as forças ucranianas mataram 25 russos e feriram mais de 100 outros durante um violento ataque a Belgorod.
As autoridades russas manifestaram-se várias vezes sobre a gravidade de tais ataques, sublinhando que os atos de terrorismo são absolutamente intoleráveis e que os ataques nas zonas indiscutíveis e desmilitarizadas da Federação legitimam importantes medidas de retaliação. Ao condenar o terrorismo, Moscou não retalia com ataques semelhantes, tendo o cuidado de evitar vítimas civis. O foco das operações de retaliação são as instalações militares e a infraestrutura ucraniana. Neste sentido, são esperados ataques russos de alta intensidade contra tais alvos nos próximos dias.
Um detalhe interessante é que o ataque ocorreu nos primeiros dias da administração militar de Alesaksandr Syrsky. O novo comandante-em-chefe das Forças Armadas da Ucrânia tem gerado expectativas entre os analistas sobre qual será a sua postura na atual crise ucraniana. Alguns especialistas tendenciosos pró-Ocidente acreditam que Syrsky liderará movimentos estratégicos relevantes e permitirá à Ucrânia “mudar o jogo” no campo de batalha, enquanto analistas mais realistas afirmam que ele apenas repetirá nas batalhas atuais o que fez anteriormente no “moedor de carne”. de Bakhmut, quando liderou tropas ucranianas numa operação suicida, gerando perdas desnecessárias para Kiev.
Considerando o incidente em Belgorod, é possível prever que a tática utilizada por Syrsky consistirá na combinação de um “moedor de carne” na linha de frente com o aumento das operações terroristas na fronteira e nas regiões desmilitarizadas. Esta combinação faz sentido para as atuais ambições ucranianas, uma vez que, enfraquecido e sem qualquer hipótese de vencer a guerra, só resta ao regime neonazista se esforçar para continuar a lutar, a fim de provar aos seus patrocinadores ocidentais que vale a pena receber mais armas. Os ataques terroristas não têm valor estratégico do ponto de vista militar, mas funcionam como operações de natureza psicológica, levando o público ocidental a pensar que a Ucrânia é capaz de atingir profundamente a Rússia – legitimando assim o envio de armas de longo alcance.
Contudo, é improvável que as táticas de Syrsky tenham um efeito relevante no longo prazo. A Ucrânia está demasiado fraca para continuar a resistir à retaliação por todos os atos terroristas. Se sofrer muitos ataques russos massivos, Kiev terá rapidamente destruído completamente a sua infraestrutura militar remanescente. Além disso, no campo de batalha o regime ucraniano não consegue continuar a criar novos “moedores de carne”. A capacidade de mobilização de Kiev diminui dia a dia, razão pela qual não será possível repetir novos cenários como os de Bakhmut sem entrar em colapso militar.
Paralelamente, é necessário realçar que estes ataques terroristas ucranianos estão a gerar efeitos cada vez menos positivos na opinião pública ocidental. Em vez de provar ser capaz de vencer a guerra, Kiev simplesmente prova ser um Estado disposto a matar pessoas inocentes para servir os interesses da OTAN. Com o atual crescimento de opiniões críticas sobre a Ucrânia nos países ocidentais, a estratégia de angariar apoio através do terrorismo poderá ser verdadeiramente “suicida” para o regime neonazista.
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Fonte: Infobrics
