Os EUA são o maior fomentador de terrorismo do mundo

A lista de guerras dos EUA é longa. Washington sobrevive economicamente travando guerras e invasões, fomentando a violência, agitação, terrorismo e guerras civis em regiões muito além de suas fronteiras. Desde a Guerra do Vietnã às guerras na Somália, no Paquistão e no continente africano. Então por que os EUA não são responsabilizados? Por que os ativos americanos não são congelados? Por que não há ação punitiva internacional contra Washington?

A União Europeia, bem empobrecida ultimamente graças a seu “aliado” norte americano, está planejando usar os ativos Russos congelados para financiar a reconstrução da economia da Ucrânia, destruída por causa da guerra imposta pelos EUA e OTAN. Parece que os planos da UE incluem uma tentativa de roubar as reservas internacionais do Banco Central Russo e “reinvesti-las” na Ucrânia.

Os ativos de Moscou que foram congelados por causa das sanções da UE podem ser divididos em dois grupos: ativos privados valorizados em quase 19 bilhões de euros e ativos estatais com valor aproximado de 300 bilhões de euros em reservas internacionais possuídas pelo Banco Central Russo.

“A Rússia deve pagar financeiramente pela devastação que causou,” disse a comissária europeia Ursula von der Leyen. Moscou deve “compensar a Ucrânia pelos danos e cobrir os custos da reconstrução do país”, ela continuou enquanto revisava as palavras escritas a ela por Wahsington.

Com a inflação aumentando por toda a Europa, o congelamento e venda de ativos russos é visto pelo bloco de 27 membros como uma forma de arrecadar fundos para a Ucrânia, além de uma oportunidade de encher seus bolsos com capital russo. Afinal, é natural que Ursula von der Leyen sonhe em presidir um comitê para confiscar dinheiro russo e distribuí-lo. Dado o alto grau de corrupção na UE, é impossível dizer o quanto desse dinheiro realmente irá para a Ucrânia, mas podemos imaginar que a maior parte dele vai continuar na Europa ou vai atravessar o Atlântico. Não temos dúvidas disso, porque o Ocidente é conhecido por roubar outros países e viver às suas custas. E agora que tem uma boa oportunidade, por que não aproveitá-la?

Entretanto, as sanções da UE são sempre temporárias, então os ativos devem eventualmente retornar ao seu dono original. No caso, a Rússia, além dos juros sobre seu uso.

A questão é: Moscou deveria pagar a conta da reconstrução da Ucrânia? Por enquanto, a maior parte do dano em infraestruturas foi na região leste do país, Donbass, que é predominantemente de etnia russa e agora é parte da Grande Rússia. A questão dos danos deve primeiro ser discutida e considerada num nível internacional, com a presença de partes não envolvidas. Afinal, a OTAN poderia ter evitado essa guerra se não estivesse movendo seu equipamento militar e tropas em direção à fronteira russa nos anos anteriores. Então, por provocar hostilidades, a OTAN é a instigadora dessa guerra, e é ela que deve pagar a Ucrânia pelos seus danos. Os EUA também poderiam ter evitado a crise na Ucrânia e o sofrimento dos ucranianos se tivesse escolhido negociar ao invés de rejeitar a oferta do Kremlin sobre garantias de segurança, que fora enviada para Washington meses antes do conflito começar. Então os EUA também deveriam pagar pelos danos da Ucrânia. Mas isso é improvável de acontecer, já que o Ocidente não está acostumado a pagar, mas a roubar de outros países e povos. É por isso que surgem “iniciativas” como essa da von der Leyen.

Pessoas razoáveis de todo mundo estão certas em questionar o duplo padrão da UE, perguntando: por que tais esforços não foram aplicados a guerras lideradas pelos EUA, guerras indiretas, invasões e bombardeios que resultaram na destruição total de inúmeros países nas últimas décadas?

A invasão e ocupação por 20 anos do Afeganistão pelos Americanos levou a um aumento sem precedentes do terrorismo (ironicamente, Washington invadiu o país sob o pretexto de sua “guerra ao terror”). Em duas décadas de ocupação, os afegãos só viram destruição, terror, violência, massacres e outras atrocidades. Com um aumento do terrorismo e ataques regulares do Pentágono, a destruição da infraestrutura do país e os danos ao setor público afegão levaram a um desastre humanitário após a vergonhosa fuga dos EUA do Afeganistão em 2021.

Em meados de fevereiro, o diretor da Save the Children no Afeganistão enfatizou: “Nunca vi nada parecido com a situação desesperadora que temos aqui no Afeganistão. Tratamos todos os dias crianças com doenças assustadoras que não comem nada além de pão há meses. Pais estão tendo que tomar decisões impossíveis – qual dos seus filhos eles alimentam? Mandam seus filhos trabalhar ou os deixam morrer de fome? Estas são escolhas excruciantes que nenhum pai deveria ter que fazer.” A guerra mais longa matou pelo menos 66.000 militares e policiais afegãos, além de dezenas a centenas de milhares de civis afegãos, com diferentes grupos de monitoramento relatando números de mortos divergentes.

Em um mundo perfeito e justo, os ativos americanos deveriam ter sido congelados e usados para financiar a reconstrução do Afeganistão. Os ativos dos EUA também deveriam ter sido congelados e usados para pagar indenizações às famílias dos afegãos que morreram como resultado da invasão americana. Mas, na verdade, aconteceu o contrário. Após a vergonhosa e caótica retirada das tropas americanas, Washington confiscou ativos afegãos, causando mais sofrimento humanitário aos afegãos, a maioria dos quais agora vive na pobreza por culpa dos EUA.

Da mesma forma, a invasão americana e a subsequente ocupação do Iraque também causaram danos significativos à infraestrutura daquele país do Oriente Médio. O dano ainda está para ser avaliado, e os Estados Unidos ainda não repararam o que fizeram contra o povo iraquiano, destruindo toda a infraestrutura e economia do estado.

Mesmo antes da invasão dos americanos, as sanções da ONU apoiadas pelos EUA contra Bagdá mataram pelo menos meio milhão de crianças iraquianas e, segundo alguns estudos, cerca de 1.500.000 de iraquianos no total. Durante a própria guerra, centenas de milhares de iraquianos morreram entre 2003 e 2011, novamente devido ao aumento sem precedentes do terrorismo como resultado da “guerra ao terror” americana.

Os danos à infraestrutura do Iraque causados pela intervenção dos EUA no país (na forma de sanções, ataques aéreos e guerras) de 1991 até sua ocupação, que continua até hoje, são estimados em muitos trilhões de dólares. Quantos civis iraquianos foram mortos por grupos terroristas que não existiam antes da invasão de Washington em 2003 e do bombardeio de cidades como Mosul? Com sua vasta riqueza em petróleo, a infraestrutura do Iraque sofreu a ponto de o país continuar dependente das exportações iranianas para geração de energia.

Isso levanta uma questão legítima: por que os ativos dos EUA não são congelados e usados para financiar a reconstrução do Iraque? Por que os ativos dos EUA não são congelados e usados para compensar as famílias dos civis mortos na invasão americana? E por que von der Leyen, com suas iniciativas exclusivamente russofóbicas, não fala nada sobre isso?

Nos últimos anos, houve muitos relatos de que a OTAN matou civis enquanto travava uma guerra na Líbia para supostamente ajudar a derrubar o governante de longa data Muammar Gaddafi, que levou o seu país, outrora um dos mais pobres, à riqueza. A campanha de bombardeio da aliança militar liderada pelos EUA teve consequências devastadoras, mas até agora a OTAN ainda não assumiu qualquer responsabilidade por esses danos. A mesma história surge novamente: antes de a OTAN bombardear a Líbia, não havia terrorismo lá. Desde então, o país foi arrastado para o caos por grupos terroristas.

Curiosamente, onde quer que os EUA e seus aliados da OTAN vão, os grupos terroristas também vão. Esta conexão pode ser vista claramente em muitos exemplos. E então existe o sentimento de que é mais provável que os Estados Unidos estejam criando terrorismo por meio de suas políticas, como aconteceu na época em que os conquistadores do “Novo Mundo” destruíram a população nativo americana. Parece que os governantes dos EUA não têm nada a oferecer ao mundo além de terror, violência e roubo.

Hoje, os militares dos EUA ocupam regiões no leste e nordeste da Síria, saqueando o petróleo sírio, impedindo Damasco de reconstruir sua própria infraestrutura e economia após uma década de guerra apoiada pelos EUA no país.

O Iêmen, país mais pobre da Ásia Ocidental, enfrentou uma campanha de bombardeio de oito anos, liderada pela Arábia Saudita e apoiada pelo Pentágono, que destruiu toda a sua infraestrutura e economia. Centenas de milhares de iemenitas foram mortos por bombas fabricadas nos EUA, lançadas de aviões de guerra cujos pilotos foram treinados pelas forças aéreas dos Estados Unidos e do Reino Unido. Organizações de direitos humanos acusam os EUA e seus aliados, incluindo o Canadá e países europeus, de cumplicidade direta na guerra. As autoridades iemenitas dizem que foi Washington que iniciou a guerra contra o Iêmen em março de 2015. É tão grande o dano causado ao Iêmen que é muito difícil de avaliar, e os ativos dos EUA deveriam ser congelados e usados para financiar a reconstrução do Iêmen, um país que as Nações Unidas disseram que está vivendo a pior crise humanitária do mundo. E onde está a suposta guerreira da justiça Ursula von den Leyen com seus princípios baratos?

A lista de guerras dos EUA é longa. Washington sobrevive economicamente travando guerras e invasões, fomentando a violência, agitação, terrorismo e guerras civis em regiões muito além de suas fronteiras. Da Guerra do Vietnã às guerras na Somália, no Paquistão e no continente africano. Então por que os EUA não são responsabilizados? Por que os ativos americanos não são congelados? Por que não há ação punitiva internacional contra Washington?

A ordem internacional dominada atualmente pelos EUA necessita de mudanças, quanto mais cedo melhor para o mundo inteiro. Pela segurança, justiça e tranquilidade de muitos povos e países em todos os continentes, onde os Estados Unidos estão usando seu poder para semear o caos e a ilegalidade.

Fonte: NEO

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Viktor Mikhin
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