A noção de que há um esforço para normalizar a pedofilia hoje é apenas uma teoria da conspiração? Como explicar, então, o fato de que o Washington Post, do bilionário Jeff Bezos, celebrou uma peça teatral focada no “sofrimento” dos pedófilos?
Pode uma peça que retrata simpaticamente quatro pedófilos denunciando o “peso excessivo do estigma social” contra eles ser descrita como “brilhante” e “genial”? Obviamente sim, a Idade Média já terminou há muito tempo e este absurdo descrédito dos estupradores de crianças deve acabar. Chega de tabus! O Washington Post, no centro de controvérsias nos últimos dias por uma resenha entusiasmada de Downstate, uma peça escrita por Bruce Norris que está no palco do teatro Playwright Horizons de Nova Iorque até 22 de dezembro.
A peça que humaniza quatro pedófilos celebrada pelo Washington Post
É uma operação-simpatia para com aqueles que normalmente são marcados como repugnantes pela sociedade; uma redescoberta do “lado humano” que ninguém quer considerar. Quatro pedófilos, já encarcerados por ofensas sexuais contra menores, vivem em uma casa coletiva não muito longe de Chicago. Eles não têm acesso à internet, não podem fazer compras nos supermercados locais, recebem ameaças e pedras jogadas em suas janelas: através da narração suave e provocativa de Downstate, os perpetradores se tornam vítimas de uma sociedade que “se recusa” a compreendê-los ou resgatá-los. Fred abusou de dois de seus alunos de piano pré-adolescentes, Dee molestou um menino enquanto atuava em uma produção de Peter Pan, Felix estuprou sua filha e Gio foi condenado por estupro.
A resenha
E o Washington Post de Bezos foi rápido em elogiar a peça: em uma crítica datada de 23 de novembro, o crítico Mark Peters chama a peça de “brilhante” e “genial”, julgando os “esforços provocadores” de Norris como “uma das melhores noites teatrais de 2022”. De acordo com Peters, o retrato desses predadores, que têm que lidar com a rejeição da sociedade, faz com que o público “se concentre na emocionalidade” dos quatro pedófilos. Embora admitindo a atrocidade dos crimes cometidos por cada um dos protagonistas, Peters elogia a questão moral apresentada por Norris, que se pergunta se as punições por seus crimes são “muito duras, muito desumanas”.
Tempestade social
Houve uma tempestade social imediata no tweet que linkava o artigo. Entre os milhares de usuários fortemente críticos da peça estavam muitas vítimas de abuso que recontavam seus próprios traumas sexuais de infância infligidos por pedófilos. “O fato de a peça ter sido feita já é um problema. Chamá-la de ‘brilhante’ é repugnante. A parte mais revoltante é quando o [ Washington Post ] descreve o personagem vítima como ‘o personagem mais desagradável’ que é interpretado ‘irritantemente'”, escreveu o ex-boxeador Ed Latimore. Muitos outros usuários não deixaram de falar da janela de Overton sobre a liberação da pedofilia no mundo da informação, e no mundo corporativo, lembrando o escândalo da coleção de Natal de Balenciaga (agora retirada) que apresentava fotos de crianças em roupas fetichistas.
Fonte: Il Primato Nazionale