O Brasil já tem o seu Ministério da Verdade. É o TSE presidido por Alexandre de Moraes que, na prática, não faz mais que reproduzir o modus operandi juristocrático do STF.
Guerra é Paz, Liberdade é Escravidão, Ignorância é Força, 2+2=5.
O Brasil já tem o seu Ministério da Verdade. É o TSE presidido por Alexandre de Moraes que, na prática, não faz mais que reproduzir o modus operandi juristocrático do STF. O TSE votou por conta própria uma ampliação dos poderes de Moraes para que ele possa, de ofício, e sem contraditório, censurar conteúdos de redes sociais considerados, pelo próprio TSE, como falsos ou descontextualizados.
A grande questão é: quem legitimou o TSE (ou mesmo o STF) para definir o que é verdadeiro ou falso, no que as pessoas devem acreditar ou não, o que é informação ou desinformação? Essa pergunta permanece sem resposta. Certamente não foi o povo, já que o Judiciário brasileiro não é democrático. Não foi a Constituição, já que essa atribuição não se encontra nela. Tudo indica que também não foi Deus.
O Judiciário atribuiu a si mesmo a tarefa de determinar o que é verdade e o que é mentira nas guerras de narrativa do campo de batalha político-cultural da pós-modernidade. Ele também atribuiu a si mesmo a tarefa de censurar a mentira de forma liminar, sem direito de defesa. Esses poderes extraordinários, concentrados na figura de Alexandre de Moraes, constituem a instauração de verdadeiro estado de exceção em nosso país. Estado de exceção que suspende as liberdades coletivas e democráticas garantidos por nossa estrutura política. Sem sustentação popular, sem legitimidade transcendente, foi imposta uma tirania juristocrática em nosso país, o que sempre dissemos que ocorreria.
Nos foi imposto um regime como o de Cartago tal como descrita pelo historiador romano Tito Lívio, que ao comentar sobre a potência talassocrática do Mediterrâneo expôs o poder dos juízes e sua corrupção, bem como suas raízes oligárquicas e tirânicas.
Como também já explicamos diversas vezes, o soberano é aquele que decide em estado de exceção (Carl Schmitt), e reiteradas vezes a cúpula do Judiciário, com destaque para Alexandre de Moraes, tem dado demonstração de que é essa encarnação atual da soberania política em nosso país. Nada contra. Mas então que abandonemos a hipocrisia de insistir que o Brasil continua sendo uma democracia, porque ele não é.
O STF/TSE se colocou por fora e por cima do ordenamento jurídico brasileiro, árbitro dos valores, arauto da verdade, não se poupando nem de usar a hermenêutica para dar à lei interpretações inversas à letra e à vontade do legislador. E tudo isso a partir de uma posição tecnocrática e não eleita.
E nunca é demais recordar que essa cúpula do Judiciário cumpre em nosso país precisamente o papel de garantir a ditadura do pensamento único politicamente correto, ou seja, a ideologia hegemônica da superclasse turbocapitalista transnacional. O que eles chamam de “defesa dos direitos humanos” não passa da cartilha mofada do liberalismo pós-moderno tardio, dogma da neorreligiosidade profana e transumanista da elite globalista.
Na prática, só estamos testemunhando a imposição dessa indigesta tirania por causa da covardia dos outros Poderes e instituições da Sexta República, bem como por conta dos inúmeros defeitos e armadilhas da Constituição de 88. Estamos em um impasse do qual só sairemos quando alguma força decidir também ousar tomar uma decisão que transcenda o legalismo jurídico.
O estado de exceção tirânico geralmente só pode ser superado por uma outra decisão de exceção, capaz de refundar a ordem.