Qualquer aumento de preços o liberal já aperta a tecla sap “diminuir imposto” e pronto, acredita que resolveu o problema. Será que essa medida é recomendável a todo e qualquer caso?
Seria a diminuição de impostos a cura para todos os males econômicos do país?
Evidente que não.
Mais precisamente, no contexto dos combustíveis, em que o país sofre com a alta dos preços da gasolina e do diesel, encarecendo toda cadeia produtiva dependente de transporte movido a essa fonte de energia, menos ainda.
Diminuir o custo sobre um bem como a gasolina ou diesel acaba por incentivar o seu consumo, o que por sua vez, acarreta no aumento do seu preço – dado que o setor passa atualmente por uma situação de restrição de oferta. Além de potencialmente ser um risco a nossa balança de pagamentos devido ao Brasil – em virtude dos governantes apátridas que temos – ser um importador tanto de petróleo quanto de seus derivados.
Traduzindo: aquela redução de custos financiada pelos estados através da limitação do ICMS entre 17% a 18%, que o governo federal não vai compensar 100% (prejudicando outras áreas como saúde e educação), no final será contrabalanceada por um aumento de preços devido a uma pressão de demanda.
Ao fim e ao cabo, não fará tanta diferença no bolso do consumidor e também prejudicará outras políticas públicas sob responsabilidade dos estados. Ainda nessa esteira, o governo federal chegou a anunciar uma política de subsídio focalizado (razoável), no entanto, a ideia é direcionada para contemplar um grupo restrito de caminhoneiros, a fim de asfixiar qualquer greve no setor, principalmente em se tratando de um ano eleitoral como 2022.
Isso tudo, todo esse rodeio, tão somente para se esquivar da questão central: a política de preços da Petrobrás e o desinvestimento da empresa na área de refino. Estas sim, questões centrais que deveriam estar na mesa de discussão sendo debatidas. Isso é claro, se a Petrobras não estivesse sendo gerenciada para atender aos interesses de grupos privados e sim de todos brasileiros.