Em poucas palavras, o líder da Nova Resistência desmente mitos sobre os frankfurtianos, tidos pela direita histérica como “marxistas culturais”.
Primeiramente, o pessoal que gosta de usar esse termo para tudo mistura um monte de gente em um saco só: Foucalt, Deleuze, Derrida, Adorno, Habermas, Gramsci, Lukács e por aí vai. Vários desses pensadores têm muito pouco a ver com os outros.
Só alguns desses são da Escola de Frankfurt, a qual tem má fama por bons motivos, realmente: Horkheimer, Adorno, Benjamin, Habermas, Fromm, Marcuse.
Mas por que não é possível chamá-los de “marxistas culturais”? Bem, sabe como a QTP usa vários elementos do fascismo, mas não é fascista e um número razoável de elementos do comunismo, mas não é comunista?
Então, de fato, os frankfurtianos são leitores de Marx, usam ideias e métodos analíticos de Marx, mas na medida em que não só discordam, como “refutam” o conteúdo essencial do pensamento marxista, não tem como eles serem marxistas.
Mais que isso, Freud é tão importante intelectualmente para sua obra quanto Marx. No caso de alguns, Freud é até mais importante e utilizado que Marx. Talvez fosse até mais razoável chamar de “freudismo político”.
Em verdade, os frankfurtianos são mais hegelianos que marxistas, eles são um novo tipo de “hegelianos de esquerda”.
Claro, eles, de modo geral, transitam no milieu da Segunda Teoria Política e são mais associáveis àquele universo. Eles tiveram grande influência sobre os partidos e organizações comunistas do Ocidente.
Mas tal como a modernidade está ligada a um desenvolvimento “caduco” de uma série de princípios e elementos cristãos, mas não é cristã, os frankfurtianos são uma espécie de derivado do marxismo, que não é marxista.
Por isso, aliás, prosperou tanto e tão bem no Ocidente capitalista, sem enfraquecê-lo um átimo que seja, mesmo dominando o cenário intelectual há quase 50 anos.