O papel de Monteiro Lobato na formação da nossa juventude

A literatura infantil de Monteiro Lobato, que não só nunca fez mal a criança nenhuma, como também foi fundamental para a formação literária e pessoal da juventude brasileira.

O Prof. André Luiz faz uma apaixonada defesa da literatura infantil de Monteiro Lobato, que não só nunca fez mal a criança nenhuma, como também foi fundamental para a formação literária e pessoal da juventude brasileira.

A literatura infantil de Monteiro Lobato nunca fez mal a criança nenhuma.

Pelo contrário, não há obra mais bela e moral na formação de pequenos brasileiros do que Monteiro Lobato: obra inteligente, mergulhada na cultura popular, que se apresenta de modo crítico, geralmente debatendo temas fundamentais a partir das vozes diferenciadas de seus personagens.

Obra lúdica, que potencializa a imaginação, que nos joga no universo mágico do Brasil rural e semi-rural, mas sempre fincado na realidade de um país que se urbanizava [Pedrinho e Narizinho eram crianças da grande cidade em diálogo com o mundo caipira].

Monteiro Lobato deveria ser obrigatório no sistema público de educação. Evidente que, como [quase] tudo que é apresentado às crianças, não prescinde da orientação de adultos.

Aliás, os debates que Lobato leva a efeito por meio de seus personagens e histórias já deixa isso claro. Um livro como ”Histórias de Tia Nastácia”, por exemplo, trata da relação entre a cultura popular e a erudita, entre o regional e o universal, compara a mentalidade de diversos povos a partir de seu folclore, diferencia transmissão oral e obra escrita, debate mitologemas…

Eu quase tenho pena de quem não teve oportunidade de ler Monteiro Lobato quando ainda criança. Tenho pena dessa neta dele que quer reeditar as obras de modo politicamente correto, chegando ao absurdo até de retirar personagens. Pena dos que pretendem usá-lo como exemplo da subordinação dos clássicos às sensibilidades ideológicas moderninhas.

No dia em que o Brasil já não tiver mais o ”espírito” que comandava as Reinações no Sítio do Pica-pau amarelo, então teremos fracassado de vez como projeto civilizacional.

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André Luiz dos Reis

 

 

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