Olavo já confessou que o Brasil precisa ser destruído. Em nome de quê? Dos Estados Unidos da América e do sagrado “ocidente judaico-cristão”.
Olavo de Carvalho é um agente dedicado à destruição do Brasil, que ele considera inevitável a longo prazo, conforme confessou em entrevistas dadas a Yuri Vieira no fim de 2006. Tendo chegado à conclusão de que não há conserto, futuro ou escapatória para o Brasil em meio aos tempos que correm, o pseudo-filósofo não sei deixou paralisar por qualquer laivo afetivo ou patriotismo.
Pouco tempo atrás, ele declarou que um verdadeiro ”homem do espírito” tem de estar disposto a encarar a dissolução de todas as coisas, inclusive de todas as tradições religiosas, sem se abalar ou ser demovido de suas posições. Não seria a destruição iminente de sua Pátria que o faria titubear.
Convicto que está lutando contra as ”forças da escuridão”, o Brasil se tornou, para Olavo de Carvalho, apenas um peão do grande jogo, pronto a ser sacrificado quando a oportunidade surja. A verdadeira fronteira da batalha escatológica, pensa ele, não está na infame América do Sul, mas nos Estados Unidos da América.
Sua versão específica do tradicionalismo vincula a Kali Yuga ao comunismo, que seria o ápice do materialismo dissolvente pronto a engolir todas as identidades e potencialidades humanas, liberando no mundo todos os demonhos que assombram sua imaginação. Os defensores de qualquer forma de socialismo, seja qual for a esfera de ação, nada mais são do que instrumentos da obscuridade, da destruição, que na retórica cristã são sinonimizados ao satanismo mais desvairado. A partir dessa ótica, o PT é uma organização demoníaca, que jamais deveria ter vindo à existência.
Óbvio que se trata de uma leitura liberal-conservadora, protestante e sionista do tradicionalismo, que traria ânsia de vômitos tanto em Guénon quanto em Evola, e que denuncia a interveniência de outras influências sobre a cabecinha oca de Olavo e de seus seguidores de vozes finas.
Para deter a queda do mundo na ordem da quantidade estrita identificada por René Guénon como o fim do ciclo e a instauração do Reino do Anticristo, da inversão da Verdade e da sub-humanidade, Olavo fez seu juramento, selado com sangue que fundamenta a seita que ele próprio construiu: destruir os marxistas, que lutam pelo Estado Global vermelho.
Isto posto, fica clara a opção do pseudo-filósofo por se tornar pau pra toda obra do imperialismo ianque, ainda que isso significa vender seu pai, mãe, irmãos e compatriotas. O que importa é o plano geral, que identifica o liberalismo conservador e a destruição do Estado como meios de realizar seu intento de longo prazo.
Nesse aspecto, há uma diferença capital entre Bannon e Olavo de Carvalho. Enquanto o primeiro está tentando salvar sua nação, ainda que isso signifique diminuir sua ressonância mundial, Olavo está disposto a destruir a própria existência soberana do Brasil em prol de um tal ”Ocidente judaico-cristão”. Bozó seria, claro, um instrumento tosco nessa ordem de destruição acelerada e coletiva, que implicaria inclusive na ”ucranização” do Brasil, caso isso seja possível — os 300 ”guerreiros” que Olavo mandou Sarah Winter treinar em um acampamento em Brasília trazem a marca desse propósito, por mais inofensivos que na prática sejam.
O Reino dos mentecaptos é o instrumento mais apropriado para que Olavo faça uso dos seus ”homens do tempo” a fim de entregar, subordinar e dissolver o país, se possível até com o recurso de uma guerra civil. É com gente com esse tipo de horizonte que estamos lidando. Olavo de Carvalho tem de ser parado, e todos os seus asseclas processados, presos e condenados por crimes de lesa-pátria.