Não sei sobre vocês, mas o que mais me assusta nessa história de pandemia de coronavírus é o rol gigantesco de possibilidades. Poucos eventos recentes proporcionaram rol tão extenso de perguntas. Essa insegurança assusta, amedronta. E o medo é peça chave no que está acontecendo.
Só tem um fato incontestável nisso tudo: as coisas não serão mais as mesmas quando – e se – o coronavírus for derrotado. Essa experiência será traumática para as democracias ocidentais e para o poder hegemônico liberal como um todo. Se você discorda do que estou falando, então você ainda não entendeu o que está se passando.
O problema central não é o vírus. Nunca foi. Os números são alarmantes, sim, mas não desesperadores – pelo menos por enquanto. A “gripe suína”, há pouco mais de uma década, matou um número incerto entre 200 e 600 mil pessoas. O Brasil foi o país com maior número de mortos, com quase 60 mil. Nem assim, o destaque midiático à época chegou à metade do que estamos vendo hoje. A paralisação global não chegou à metade da provocada pelo coronavírus, com seus 5 mil mortos. O medo, em resumo, foi muito inferior ao provocado pela pandemia corrente.
Desde o começo da crise, surgiram as especulações acerca da possibilidade de guerra biológica. As primeiras denúncias surgiram entre analistas russos e, agora, o Estado chinês já acusa formalmente os EUA de lançarem armas biológicas em seu território. A suspeita ganhou destaque devido a uma série de fatores que, somados, indicam que há algo profundo por trás da pandemia: primeiro, cresceu a divulgação de dados de pesquisa indicando que o vírus possui, na verdade, origem nos EUA; segundo, o número quase irrisório de mortos – em comparação com o de infectados – foi superestimado, enquanto um número mais alarmante foi esquecido: o de sobreviventes que tiveram como sequela da doença a infertilidade; terceiro, a diferença detectada nos genomas do vírus nos casos registrados nos principais países atingidos pela pandemia, China, Itália e Irã; quarto, o surgimento de casos de reinfecção, indicando possíveis mutações. Não esgotei as questões, mas já é um bom número de exemplos.
O fato do vírus estar causando problemas principalmente na China, no Irã e na Itália é destacadamente curioso. A China representa a maior ameaça à hegemonia americana atualmente, pelo menos em termos econômicos. Ainda, o país sofreu uma reversão grave em sua questão demográfica, tendo registrado um ponto de estagnação preocupante, que provocou, inclusive, não apenas o fim da política do filho único, mas também o incentivo estatal para que as famílias chinesas tenham mais de dois filhos – agora, lembremos brevemente da infertilidade causada nos infectados. O contraponto do Irã ao poder hegemônico americano é conhecido e destacado, então não preciso comentar, mas é bom lembrar da crise entre os dois países que tomou lugar no começo do ano. A Itália é um caso curioso. Talvez seja o país europeu que mais tenha tentado mudar sua condição de submissão a Washington nos últimos tempos, tendo se aproximada da Nova Rota da Seda.
Logo após a Itália ter se fechado completamente para conter a epidemia – que também se alastra para o resto do continente –, 30 mil soldados americanos chegaram na Europa sem máscaras. Repetindo, sem máscaras. Como vocês devem saber, a OTAN estabeleceu para esse ano um programa de testes militares na Europa – com destaque para a fronteira com Kaliningrado – que elevará a presença de soldados americanos no continente para a maior da história fora de tempos de guerra. Serão as maiores manobras militares na Europa em 25 anos. Tudo isso em um tempo de “paz”.
No mesmo sentido, o medo só aumenta. O alarmismo cresce sem parar até mesmo nas zonas pouco ou nada afetadas. Os países mais atingidos suspendem com suas produções industriais por tempo indeterminado. Eventos internacionais são cancelados. As bolsas quebram e a economia global entra em considerável estado de risco. As dimensões do vírus ultrapassam seus efeitos meramente biológicos, desestabilizando a economia mundial e a geopolítica, revelando o lado mais obscuro da globalização.
O Professor Alexandr Dugin comentou por esses dias em alguns textos que o coronavírus vai romper completamente com o mito da democracia liberal e que após a pandemia, somente sobreviverão as nações fortes, como a China – que não apenas controla o caos interno com maestria, como também envia ajuda humanitária para a Itália. É possível, assim, que a pandemia derrube o modelo hegemônico e faça florescer um mundo multipolar de nações fortes, fechadas e protecionistas. Uma visão interessante.
Nós podemos somar essa especulação com a possibilidade de guerra biológica, sem muito esforço. Talvez um ataque biológico que tenha parcial ou totalmente – creio que parcialmente – fugido ao controle de seus autores em razão da natureza caótica da globalização, onde o fluxo contínuo de pessoas e mercadorias por todo o mundo faz com que qualquer mal regional se torne global.
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Particularmente, não acredito em epidemias e pandemias. Não em nossa era. Creio realmente que já alcançamos estado tal de desenvolvimento científico que novos males podem ser facilmente detectados, rastreados e controlados, sem grandes prejuízos à estrutura da sociedade internacional, a não ser em casos de negligencia voluntária e crescimento programado das infecções. Então, para mim, essa é uma narrativa que faz sentido. Me parece muito mais razoável acreditar que esse vírus tenha sido fabricado em algum dos mais de 400 laboratórios do Pentágono espalhados pelo mundo, com algum fim obscuro específico, do que imaginar que essa seja uma infecção acidental, surgida naturalmente e nos locais onde os primeiros casos foram oficialmente reportados. Mas isso não esgota os questionamentos, precisamos especular mais.
Tomei ciência recentemente de uma palestra do Daniel Estulin, na qual o pesquisador especula que haverá uma grande crise global em breve que será usada para justificar uma grande mudança no mercado financeiro. Algo interessante, principalmente pelo fato da palestra ter sido proferida há 2 anos. A previsão leva em conta a tese de que o atual sistema financista está, na verdade, morto e que deverá ser substituído na guerra civilizacional pela elite financeira internacional.
Mesclando as possibilidades, podemos especular vários cenários: uma possível guerra biológica que fugiu do controle pela natureza do mundo globalizado, com seu fluxo de deslocamentos e migrações; uma guerra biológica ainda maior, que diz respeito não a uma contraposição Ocidente – China-Irã, mas a uma guerra de civilizações e projetos civilizacionais; nesse sentido, a crise teria sido programada para “fugir de controle”, provocando uma crise global sem precedentes e justificando mudanças. Novamente, são respostas interessantes, mas que ainda pecam em esgotar os pormenores da crise.
Nisso tudo, temos ainda o Defender Europe 2020, as dezenas de milhares de americanos na Europa… então, seria demais falar no coronavírus como parte dessa demonstração assustadora de poder que o Pentágono está se esforçando em promover na Europa?
Bom, há questões circundantes que estão sendo menosprezadas nisso tudo. A tensão entre Turquia, Grécia, Síria e Rússia está sendo ofuscada pelo pânico global da pandemia. E não é justamente este o feito maior do coronavírus? O medo?!
Agora, eu vou falar como um analista geopolítico aqui porque essa é a minha profissão: não há nada no atual cenário internacional que justifique, pelas vias racionais-realistas, essas manobras que estão sendo conduzidas na Europa e o confronto direto que os EUA estão promovendo com a Rússia. Tem de haver algo por trás disso – algo muito além das especulações “realistas”. Gosto de pensar que estejamos diante de uma mudança significativa na estrutura financeira e que esta crise tem por intenção primária o colapso da ordem internacional e sua substituição por um novo modelo. Mas qual modelo? Estaríamos diante de um mundo nascituro de “Chinas” (Estados fortes e fechados) em detrimento das democracias liberais? Ou, indo mais além, estaríamos diante de uma mudança programada na própria estrutura do hegemonia liberal, que ambiciona endurecer suas linhas para um novo mundo? As perguntas não acabam.
Despretensiosamente, também gostaria de lembrar da crise eclesiástica promovida pelo “Patriarcado Ecumênico na Ucrânia”, que já se alastrou para Grécia e Egito. Também das leis anti-ortodoxas recentemente implementadas em Montenegro, que estão gerando mártires e confessores de nosso tempo. E, por fim, ainda mais despretensiosamente gostaria de lembrar da atitude santa, reta e tradicional de todos os hierarcas da Igreja no mundo em não recuar diante do pânico gerado pelo coronavírus, afirmando firmemente que não há e nem pode haver risco de contágio por qualquer vírus através da Eucaristia – e que esta atitude já está gerando uma perseguição velada em alguns países, como a Eslováquia.
Bom… pandemia mundial, perseguições à Igreja, estabelecimento de nova ordem financeira, fim do atual modelo das democracias liberais, guerra entre Ocidente e Rússia, Turquia e Grécia… (ainda, em Israel, alguns líderes judeus afirmando que a cura do coronavírus depende da construção do Terceiro Templo e, na Rússia, Putin promovendo reformas para eternizar seu poder)… nada mais a ser dito, exceto uma breve nota: no último século, a vitória incontestável do liberalismo incutiu nas massas a falsa ideia de que princípios religiosos, espirituais e eternos não influenciam em nada na esfera pública, sendo as decisões dos estadistas do mundo inteiro tomadas friamente com base em cálculos estratégicos e “realistas”. Eu penso justamente o contrário. Que realismo? Que realidade – i.e., que princípios criam esta realidade? Se essa ideia foi implantada nas massas surdas, mudas e estéreis, só posso crer que há um objetivo maléfico por trás disso, que é justamente camuflar os princípios sob os quais os donos do mundo agem.
Que cálculos explicam o Defender Europe 2020? Que cálculos justificam o coronavírus? Que cálculos explicam que a oligarquia financeira internacional esteja planejando mudar seus próprios modelos político e econômico?
Talvez só possamos fazer perguntas. E é justamente isso que assusta. O medo é maior que o vírus. E a possibilidade de um novo sistema financeiro – talvez monitorado com um computador gigante em Bruxelas – é também muito provavelmente pior que a morte.
Prezados, é totalmente mentira que o Brasil teve 60 mil mortos com a gripe suina. O país teve foi 58 mil casos.