CATÓLICO! Seja a vanguarda!

A Igreja, através de seu Pontífice Leão XIII, preparou-se para o Terceiro Milênio, trazendo a lume a Rerum Novarum. O Ocidente, todavia, deteriorou-se, desfazendo-se em indignidades, caminhando para longe da Verdade em constantes pequenos passos e opondo-se, cada vez mais, aos princípios mais básicos da Doutrina Social da Igreja (DSI).

Ser, em verdade, cristão na era da fugacidade dos espíritos, é um ato de coragem. Permanecer-se justamente católico, é uma pedrada na vitrine de horrores do nosso século desumanizado.

Dom Orlando Brandes, ainda como Arcebispo de Londrina, já afirmava, com lastro e estudo, que os 12 Princípios da DSI deveriam ser construtores da Pátria Terrena, que edificam o homem para a Pátria Definitiva. A DSI aporta 12 Princípios para a justiça política dos homens, princípios da mais pura humanidade, da franqueza e sabedoria. Não há nada de impossível na DSI, a Igreja, parece, age inspirada numa simples família – outra instituição vilipendiada e agredida sem perdão em nome da “liberdade” dos perversos.

O que nos pede a DSI, senão que sejamos sensatos, como deveria ser um pai, solidários e resilientes, como deveriam ser as mães, e dedicados e laboriosos, como deveria ser a juventude?

A DSI apregoa somente o que há de mais humano neste ser que, nos dias que vivemos, deseja cada vez mais ser menos humano. As “liberdades” perversas corrompem a dignidade do ser e são vivenciadas diariamente nas misérias do trabalho explorado por parasitas; o Papa Pio XI, em sua época, bradou a verdade dos trabalhadores contemporâneos, do telemarketing ao assistente de pedreiro, do boia-fria ao batedor de metas de vendas: “Da fábrica moderna a matéria sai enobrecida e os homens e mulheres, envelhecidos”. Vivemos a “Miséria Imerecida” para sustentar alguns poucos por muito mais poucos tostões! O trabalho sob o regime do capital avança contra os princípios da Dignidade Humana tanto quanto as aberrações da promiscuidade, fomentando o pleno desacordo da busca pela Fraternidade Universal, também proposta pela DSI.

O que ganharemos seguindo os princípios mais modernos e “lacradores”? Lograremos um abissal egoísmo, que fere tanto o Direito Natural, incutido na humanidade pelo próprio Criador, a Liberdade de simplesmente ser homens como de fato a palavra pede e daremos espaço para que a propriedade privada, que jamais deve ser um direito maior do que o de sanar a fome de milhares de famintos, seja um peso massacrante para o povo. A maior conquista da modernidade é negar as almas sua edificação. A miséria incita-nos contra o próximo, humilha-nos pela sobrevivência e com violência caleja o homem que busca, na sua simplicidade, o revolucionário ato de ter lugar neste mundo buscando o próximo.

Pobres! Pobres dos homens que deixaram escorrer entre os dedos a doutrina social de sua Igreja pela modernidade! Julgaram-na ultrapassada, fizeram dela o seu segundo plano e buscaram outros caminhos para alcançar velhos desejos, que hoje lhe doem no estômago – seja como fome, seja como um soco. Tolos, os homens que isto fizeram; mal saberiam que hoje teriam que voltar a 1891, pois de lá só andaram para trás.

Em tempos que uma pervertida elite consegue, de maneira truculenta e hedionda, provar que a grama é azul e o céu é verde, sendo apoiada por uma invulgar corja travestida de intelectualidade, os mais que centenários princípios da DSI, outrora guias para homens que desejavam agir politicamente sem ferir o Corpo Místico de Cristo, hodiernamente são como brados de vanguarda para um Mundo que aprecia o cheiro da sua própria podridão.

Pois, então, irmão católico, seja a VANGUARDA, pois eis o que sua Igreja lhe pede:

Liberdade! Justiça! Revolução!

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Rogério Saraiva Jr

Professor de História e ativista da NR-MG

Artigos: 596

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