Por Carolina Marcon
O que nos identifica é a bela face cultural, pois na alma carregamos nossa essência, nosso ser. Somos filhos da herança guerreira, uma cria singular como nenhuma outra no mundo. Nosso espírito é ibérico e guarani, nosso orgulho é guerreiro, combativo e pastor.
O gaúcho ama sua história, conhece sua raiz e identidade. Há um significado singelo nessa entrega: o povo que percorre o caminho da auto-compreensão sabe pelo que deve lutar. Somos os infinitos campos e das lutas pelas vacarias, o chimarrão, o charque, o chiripá, e para alguns o poncho e a boleadeira. Nossa força e determinação forjadas a ferro nas estâncias!
Admiramos com paixão cada roda de mate, pois a tradição nos orgulha, e nossos ancestrais vivem em nossa memória. Somos nomeados guardiões da tradição sagrada do Rio Grande. Nossa querência é amada!
No dia 20 de Setembro celebramos mais que uma data histórica, celebramos a sacralização das tradições, de nossa presença no mundo enquanto uma coletividade popular.
Carlos Astrada, filósofo argentino, fez uma análise sobre o a essência do gaúcho de seu país. Se adaptarmos o Pampa à realidade e solo rio-grandense, entenderemos que não se trata de mera realidade física, mas do âmbito, da perspectiva ontológica em que o gaúcho reconhece seu ser.
Dessa forma, o solo que nos pariu está intrinsecamente ligado à nossa identidade mais profunda, como em nosso espírito – substância mística que sustenta a tradição. Que todos os povos possam e saibam encontrar seu destino através das suas raízes.
O Rio Grande do Sul, hoje, comemora a chama da tradição que nunca se apaga!
O mito gaúcho, título de um dos livros de Carlos Astrada, “tem muito mais de mito do que de gaúcho”, diz Alberto Buela.