A discussão da temática ambiental tem estado há muito tempo nas mãos de hippies fedorentos da esquerda liberal: o que significa que tudo que tem sido debatido nas últimas décadas, o tem sido feito em termos frouxos, conciliatórios e reformistas.
“Desenvolvimento sustentável”; projetos surrealistas de veganizar a humanidade inteira e de transformar animais carnívoros em vegetarianos; propagandas sobre “economizar água”; “lâmpadas fluorescentes” e mais toda uma série de inutilidades cuja finalidade é garantir que um determinado “consumidor” se sinta bem, achando que está fazendo a diferença.
Mas 8 bilhões de pessoas integradas na lógica do capitalismo tardio, baseado em consumismo e espetáculo, sugando anualmente mais do que o planeta é capaz de repor em termos de recursos, se comportando como um câncer ou uma nuvem de gafanhotos, garantem que todas essas iniciativas “verdes” são e serão infrutíferas.
A temperatura média global segue aumentando.
Espécies seguem sendo extintas diariamente.
As montanhas de lixo seguem se acumulando.
As florestas seguem desaparecendo.
Tudo indica um futuro sombrio, em que seremos obrigados a viver em bolhas ou a usar permanentemente máscaras de gás.
Mas não se trata aqui meramente uma questão de utilidade, conveniência, segurança e sobrevivência para nossa espécie.
A virada antropocêntrica ocorrida na aurora da modernidade nos afastou da perspectiva de um mundo embebido do Sagrado, no qual os entes são expressões limitadas de uma ordem metafísica transcendental.
Nesse sentido, o mundo natural, em seu caos, matança e confrontos, fazem parte de uma Ordem maior, que é a da totalidade da Vida.
E essa harmonia superior é tal que engloba o Homem, que dentro dela deve assumir a posição de “custódio”, “guardião”, e não de parasita e explorador.
A preservação de florestas, de bosques, de rios, de montanhas é um bem em si mesmo, e a possibilidade de contemplação estética e espiritual que esses e outros espaços oferecem está infinitamente acima de quaisquer preocupações de ordem puramente material, dirigidas por uma fissura progressista.
A noção de que só é possível incrementar o poder nacional pela pavimentação das florestas, pela transformação de todo espaço inexplorado em shopping centers, pelo represamento de todo rio e pela mobilização de toda espécie animal e vegetal como “recurso” é uma doença espiritual e psicológica que pode nos conquistar alguns números a mais no PIB, mas a longo prazo aniquilará a nossa Pátria em tudo o que importa.
O “nacionalismo” progressista e materialista tem que ser rechaçado tanto quanto o conservadorismo antropocêntrico, e todas as outras ideologias materialistas e progressistas.
Um nacionalismo autêntico, além de revolucionário e popular, necessariamente está alinhado também às mais radicais e revolucionárias correntes ecológicas e ambientalistas, que precedem em muitas décadas o “ambientalismo hippie” dos anos 60 e 70.
Os fluxos migratórios devem ser controlados, as matrizes energéticas tem que ser alteradas, as estruturas produtivas devem ser revolucionadas, os padrões de consumo têm que ser modificados, e fundamentalmente, a maneira pela qual nossa espécie se relaciona com as outras e com o mundo em que habita tem que mudar.
Não há qualquer nacionalismo, nem qualquer tipo de conservadorismo, que não compreenda isso.
E no Brasil, esse ainda é um vácuo muito grande.
Nacionalistas do progressismo material, nacionalistas que acham que não há mudanças climáticas antropogênicas, nacionalistas que acham que ambientalismo é esquerdismo: todos esses têm de ser varridos e relegados à lata de lixo da História.