Comemoramos hoje o Dia da Independência.
Mas nunca houve distância maior entre nosso grito e a realidade da pátria e do povo.
O Sete de Setembro se tornou uma data de reflexão, antes que de festa. É um compromisso que assumimos, mas que ainda não fomos capazes de cumprir.
Não há independência se somos sujeitos ao arbítrio de um Outro. Se não há verdadeira soberania popular. Se odiamos quem realmente somos. Se nos recusamos a perseguir nossos próprios potenciais.
Um país que precisa acompanhar a cotação do dólar para comprar até água, sendo autossuficiente em vários recursos naturais, não é independente. Um povo que aguarda ansioso as eleições para poder votar em candidatos que propõem o mesmo projeto de submissão, apenas com pequenas variações, não é livre.
Este é um povo marcado como gado, tratado como gado e que aprendeu a pensar e a se comportar como gado. Aceitando todo tipo de ignomínia, toda sujeição.
O Brasil desaprendeu a ser livre, talvez pelo fato de o ter sido por muito pouco tempo ao longo de sua história. Ele não reconhece as medidas necessárias para garantir a própria liberdade, e se debate com violência diante de qualquer um que lhe queira mostrar a luz.
Mil grilhões mantem o país em situação de escravidão e há poucas perspectivas de que as coisas melhorem tão cedo.
Mas deixaremos a Pátria livre. Ou morreremos com o Brasil.