A elite financeira de países como Estados Unidos, Inglaterra, França e Alemanha, controladoras do FMI e, consequentemente, responsáveis pelo espólio das riquezas de países mais pobres, impele sobre estes políticas de cunho neoliberal: o abandono a qualquer prática de proteciocinismo estatal e a qualquer proteção dos interesses e setores estratégicos nacionais, como exigência para que países possam receber seu pseudo-auxílio – um auxílio que, na realidade, aprisiona os países à escravidão dos juros.
O que pouco se menciona, ou até mesmo se negligencia, é que esses mesmos países, nos períodos em que culminaram seu desenvolvimento enquanto nação, utilizaram-se (e utilizam-se) de grandes doses de protecionismo estatal. Como é o caso dos EUA, quando barram a entrada de produtos agrícolas brasileiros, ou mesmo da Alemanha com a reestatização da companhia de água de Berlim e consequente impedimento da venda de empresas do setor energético a grupos estrangeiros.
Porém, as elites desses mesmos países, em ato de rapinagem contra nações de menor influência, impõem medidas inescrupulosas para que estas entreguem seu patrimônio nacional ao setor predatório bancário e às empresas estrangeiras que, visando somente o lucro, deixarão de lado todo e qualquer interesse nacional nestes lugares. Basta que visualizemos os casos recentes de privatizações de concessionárias de energia elétrica ou de telefonia, com as empesas lucrando bilhões, enviando enormes remessas para o exterior, mas não investindo na própria empresa, e até correndo risco de falência – como o caso da Grécia que, para receber o “auxílio” do FMI, teve de subordinar setores como a previdência à políticas de austeridade (políticas que se arrastam até o ano corrente), junto a juros de 5% ao pagamento de empréstimos, atrofia de 25% em sua economia (tomada de empréstimos que não resolvem seu problema) e uma crescente dívida com a União Europeia. Um problema insolúvel fora de um levante ou revolução.
O atual desgoverno de nosso país, representado pela Junta Temer, em conluio com seus patrões internacionais (especialmente norte-americanos), promove um desmonte do nosso Estado (que é perpetrado pela mesma casta de parasitas banqueiros que destruíram as economias de países como a Grécia) nos moldes citados acima, com imposição da entrega de estatais de setores estratégicos a empresas privadas (temos o caso do pacote de auxílio ao estado do Rio de Janeiro, que só será efetuado com a venda da CEDAE, empresa que apresentou lucros de 379,23 milhões no ano de 2016, valor 52% superior se comparado ao ano de 2015). Tal governo, visando unicamente o lucro dos seus mandatários, põe em suspenso os interesses do povo brasileiro, e o crescimento de nosso país enquanto nação.
Esse é o significado de austeridade. Limitar a participação do Estado na economia nacional para privilegiar a rapina e o saque por grandes corporações capitalistas. O problema é que essa fórmula jamais levou ao crescimento ou ao desenvolvimento de qualquer país. Essa fórmula leva ao empobrecimento das nações subjugadas e ao enriquecimento de uma minúscula elite apátria internacional.
Devemos ser céticos em relação à possibilidade de reverter este quadro com medidas reformistas ou por vias democráticas. Historicamente, essas forças parasitárias tem sabido respeitar tão somente a linguagem da violência.